Liturgia de 06 de fevereiro de 2024

TERÇA FEIRA - Santos Paulo Miki, Pedro Batista e companheiros, mártires, +1597

 (vermelho, pref. comum ou dos mártires - ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

- Alegram-se nos céus os santos que seguiram os passos de Cristo. Por seu amor derramaram o próprio sangue; por isso, com ele exultam eternamente.

 

Coleta

- Ó Deus, força de todos os santos que, pelo martírio da cruz, chamastes à verdadeira vida são Paulo Miki e seus companheiros, concedei-nos, por sua intercessão, perseverar até a morte firmes na fé que professamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: 1 Rs 8,22-23.27-30

- Leitura do primeiro livro dos Reis: Naqueles dias, 22Salomão pôs-se de pé diante do altar do Senhor, na presença de toda a assembléia de Israel, estendeu as mãos para o céu e disse: 23 “Ó Senhor, Deus de Israel, não há Deus igual a ti nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo na terra; tu és fiel à tua misericordiosa aliança com teus servos, que andam na tua presença de todo o seu coração. 27Mas será que Deus pode realmente morar sobre a terra? Se os mais altos céus não te podem conter, muito menos esta casa que eu construí! 28Mas atende, Senhor meu Deus, à oração e à súplica do teu servo, e ouve o clamor e a prece que ele faz hoje em tua presença. 29Teus olhos estejam abertos noite e dia sobre esta casa, sobre o lugar do qual disseste: ‘Aqui estará o meu nome!’ Ouve a oração que o teu servo te faz neste lugar. 30Ouve as súplicas de teu servo e de teu povo Israel, quando aqui orarem. Escuta-os do alto da tua morada, no céu, escuta-os e perdoa!

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 84,3.4.5.10,11 (R: 2)

 

- Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!
R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Mesmo o pardal encontra abrigo em vossa casa, e a andorinha ali prepara o seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! Vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de louvar! Olhai, ó Deus, que sois a nossa proteção, vede a face do eleito, vosso Ungido!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!


- Na verdade, um só dia em vosso templo vale mais do que milhares fora dele! Prefiro estar no limiar de vossa casa, a hospedar-me na mansão dos pecadores!

R: Quão amável, ó Senhor, é vossa casa!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Inclinai meu coração às vossas advertências e dai-me a vossa lei como um presente valioso! (Sl 118,36.29).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,1-13


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 1os fariseus e alguns mestres da Lei vieram de Jerusalém e se reuniram em torno de Jesus. 2Eles viam que alguns dos seus discípulos comiam o pão com as mãos impuras, isto é, sem as terem lavado. 3Com efeito, os fariseus e todos os judeus só comem depois de lavar bem as mãos, seguindo a tradição recebida dos antigos. 4Ao voltar da praça, eles não comem sem tomar banho. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5Os fariseus e os mestres da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, mas comem o pão sem lavar as mãos?” 6Jesus respondeu: “Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim. 7De nada adianta o culto que me prestam, pois, as doutrinas que ensinam são preceitos humanos’. 8Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens”.  9E dizia-lhes: “Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições. 10Com efeito, Moisés ordenou: ‘Honra teu pai e tua mãe’. E ainda: ‘Quem amaldiçoa o pai ou a mãe deve morrer’. 11Mas vós ensinais que é lícito alguém dizer a seu pai e à sua mãe: ‘O sustento que vós poderíeis receber de mim é Corban, isto é, Consagrado a Deus’. 12E essa pessoa fica dispensada de ajudar seu pai ou sua mãe. 13Assim vós esvaziais a Palavra de Deus com a tradição que vós transmitis. E vós fazeis muitas outras coisas como estas”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Este povo me honra com os lábios... - (Mc 7,1-13)

Tudo começou com a reação alérgica dos escribas e fariseus ao verem que os discípulos de Jesus não tinham lavado as mãos empoeiradas antes de pegarem no pão. É interessante como a gente sempre encontra algum motivo para criticar os outros. No caso, as motivações são de ordem “legal”, ou seja, os acusados estavam deixando de cumprir alguns preceitos rituais em voga entre os seguidores mais restritos dos rabinos da época. Passeando pela praça (o ambiente mundano) as mãos ficam “impuras”; antes de comer, no ambiente sagrado do lar, é preciso lavá-las.

 

Nota dez em higiene. Nota zero em caridade! Moisés devia ter acrescentado um mandamento número onze: “Cumpra os dez e cuida de sua vida!”

 

Mas isso foi bom para nós, pois o Mestre se valeu do incidente para realçar a possível incoerência em nossa religião: valorizar o lado de fora, os ritos e os gestos, as celebrações e procissões (de fato, eles têm valor!), mas não ter o mesmo cuidado com o lado de dentro: o “coração”, que pode estar longe de Deus.

 

É claro que Deus deve ser louvado com os lábios! “Abre, Senhor, os meus lábios, e minha boca proclamará o teu louvor!” (Sl 51,17) “Então, tornarei puros os lábios dos povos, para que possam todos invocar o nome do Senhor!” (Sf 3,9) “O Senhor deu-me como recompensa uma língua, e dela me servirei para louvá-lo” (Eclo 51,30). Manter os lábios fechados pode ser mesmo perigoso: “Levanta-te para dizer-lhes tudo quanto eu te ordenar [...] senão eu te aterrorizarei à vista deles” (Jr 1,17). E até em sonhos o apóstolo é pressionado pelo Senhor: “Fala e não te cales!” (At 18,9)

 

Mas a queixa de Deus se refere exatamente ao triste desencontro entre os lábios e o coração. Polpudas esmolas dadas por mãos manchadas de sangue. Bancos e vitrais doados à paróquia com a plaquinha do doador, como propaganda da benfeitoria. A folha de cânticos trazendo no rodapé o nome do patrocinador (aliás, candidato a vereador). O fruto já vem bichado...

 

E o Senhor se lamenta: “Este povo me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim, e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro” (Is 29,13). Impossível não lembrar a velha camponesa que pediu ao missionário itinerante que lhe ensinasse a rezar o Pai-Nosso. E quando ele começou a repetir as palavras da oração, ela o interrompeu: “Não, padre, isso eu já sei. Acontece que, quando eu digo “Pai”, começo a chorar e não consigo ir em frente...”

 

E o missionário: “Continue assim, minha filha... Você reza melhor que todos nós...

 

Orai sem cessar:Cria em mim, ó Deus, um coração puro!” (Sl 51,12)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.