Liturgia de 05 de fevereiro de 2024

SEGUNDA FEIRA – SANTA ÁGUEDA VIRGEM E MÁRTIR

(vermelho, pref. Comum ou dos santos, ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 - Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhamo-nos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor (Sl 94,6s)

 

Coleta

 - Concedei-nos, Senhor, o vosso perdão, por intercessão de santa Águeda, que sempre vos agradou pelo mérito da castidade e pela força no martírio. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: 1Rs 8,1-7.9-13

- Leitura do primeiro livro dos Reis: Naqueles dias, 1Salomão convocou para junto de si, em Jerusalém, todos os anciãos de Israel, todos os chefes das tribos e príncipes das famílias dos filhos de Israel, a fim de transferir da cidade de Sião, que é Jerusalém, a arca da aliança do Senhor. 2Todo o Israel reuniu-se em torno de Salomão, no mês de Etanim, ou seja, no sétimo mês, durante a festa. 3Vieram todos os anciãos de Israel, e os sacerdotes tomaram a arca 4e carregaram-na junto com a tenda da reunião, como também todos os objetos sagrados que nela estavam; quem os carregava eram os sacerdotes e os levitas. 5O rei Salomão e toda a comunidade de Israel, reunida em torno dele, imolavam diante da arca ovelhas e bois em tal quantidade, que não se podia contar nem calcular. 6E os sacerdotes conduziram a arca da aliança do Senhor ao seu lugar, no santuário do templo, ao Santo dos Santos, debaixo das asas dos querubins, 7pois os querubins estendiam suas asas sobre o lugar da arca, cobrindo a arca e seus varais por cima. 9Dentro da arca só havia as duas tábuas de pedra, que Moisés ali tinha deposto no monte Horeb, quando o Senhor concluiu a aliança com os filhos de Israel, logo que saíram da terra do Egito. 10Ora, quando os sacerdotes deixaram o santuário, uma nuvem encheu o templo do Senhor, 11de modo que os sacerdotes não puderam continuar as funções porque a glória do Senhor tinha enchido o templo do Senhor. 12Então Salomão disse: “O Senhor disse que habitaria numa nuvem, 13e eu edifiquei uma casa para tua morada, um templo onde vivas para sempre”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 132,6-7.8-10 (R: 8a)

 

- Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!
R: Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!


- Nós soubemos que a arca estava em Éfrata e nos campos de Iaar a encontramos: Entremos no lugar em que ele habita, ante o escabelo de seus pés o adoremos!

R: Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!


- Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, subi vós, com vossa arca poderosa! Que se vistam de alegria os vossos santos, e os vossos sacerdotes, de justiça! Por causa de Davi, o vosso servo, não afasteis do vosso Ungido a vossa face!

R: Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Jesus pregava a boa nova, o reino anunciando, e curava toda espécie de doenças entre o povo (MT 4,23).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,53-56


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 53tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. 54Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus. 55Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava. 56E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

A franja de seu manto... - (Mc 6,53-56)

Entre os hebreus, as franjas do manto não eram simples enfeite, mas tinham um sentido religioso. Em Nm 15,38, as “tsitsith” ou borlas das vestes são determinadas por Deus a Moisés com detalhes de cor: fios azuis violáceos, com a intenção de recordar ao usuário os mandamentos do Senhor: “Assim vos lembrareis de todos os meus mandamentos e os poreis em prática”.

 

Além disso, há uma profunda identidade entre a roupa e seu dono. Não admira que, na Sagrada Escritura, muitas vezes a mudança de vida inclui uma troca de roupa. O profeta passa a usar um cinturão de couro (cf. 2Rs 1,8), Eliseu toma o manto de Elias (2Rs 2,12-13), sem falar na constante mudança de vestes de José do Egito, a cada vez que ele é arremessado a uma nova situação.

 

Não me atrevo a desprezar a relação entre a roupa dos santos e eventuais milagres. Os lenços do apóstolo Paulo eram roubados com essa intenção (At 19,12). A sombra de Pedro curava os doentes (At 5,15-16). Há uma antiga tradição entre cristãos de conservar relíquias (pedacinhos de tecido) usados pelos homens e mulheres de Deus.

 

Neste Evangelho. A multidão tenta tocar fisicamente a Jesus, pois dele saía uma força que curava (cf. Mc 5,25-28; Lc 6,19). Quem não conseguia tocar em seu corpo, dava-se por satisfeito em tocar na sua túnica, pois o efeito era o mesmo.

 

De qualquer modo, para um judeu, as franjas que estavam diretamente associadas à Torah eram uma coisa sagrada, merecia respeito. Daí, a ousadia daquela mulher lembrada em Mc 5,27-29, considerada “impura” pelos preceitos da época, pois padecia de uma hemorragia permanente, e o contato com sangue era considerado motivo de “impureza” ritual. Lembrar, de passagem que após o parto, quando se perde sangue, Maria de Nazaré se submeteu a um rito de purificação (cf. Lc 2,22).

 

Vejamos a aplicação da passagem da mulher hemorroíssa, feita por um entendido em costumes judaicos: “Ela vivia em um estado de permanente impureza (zavah), tal como está o mundo de hoje. Deus não despreza ninguém, mas leva em conta aqueles que o tocam e chamam por ele. É uma mulher que nos ensina a nos aproximar dele com essa profunda intuição de que o Senhor elimina toda impureza: ‘Se eu apenas o tocar, serei curada’”.

 

Não posso calar o contraste: aqueles infelizes querendo tocar as franjas da roupa de Jesus... e nós o temos em Pessoa, em carne e sangue, em cada Eucaristia... notável privilégio! Notável exigência de purificação, sempre ao nosso dispor no sacramento da Reconciliação, cada vez mais esquecido...

 

Orai sem cessar:Purifica-me, Senhor, do meu pecado!” (Sl 51,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança

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