Liturgia de 07 de fevereiro de 2024

QUARTA-FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Vinde, adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemo-nos ante o Deus que nos criou. Porque ele é o nosso Deus, nosso pastor (Sl 94,6).

 

Coleta

- Velai, Senhor, nós vos pedimos com incansável amor sobre vossa família; e, porque só em vós coloca sua esperança, defendei-a sempre com a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: 1 Rs 10,1-10

- Leitura do primeiro livro dos Reis: 1Naqueles dias, a rainha de Sabá, tendo ouvido falar – para a glória do Senhor – da fama de Salomão, veio prová-lo com enigmas. 2Chegou a Jerusalém com numerosa comitiva, com camelos carregados de aromas, e enorme quantidade de ouro e pedras preciosas. Apresentou-se ao rei Salomão e expôs-lhe tudo o que tinha em seu pensamento. 3Salomão soube responder a todas as suas perguntas: para ele nada houve tão obscuro que não pudesse esclarecer. 4Quando a rainha de Sabá viu toda a sabedoria de Salomão, a casa que tinha construído, 5os manjares da sua mesa, os cortesãos sentados em ordem à mesa, as diversas classes dos que o serviam e suas vestes, os copeiros, os holocaustos que ele oferecia no templo do Senhor, ficou pasmada e disse ao rei: 6“Realmente era verdade o que eu ouvi no meu país a respeito de tuas palavras e de tua sabedoria! 7Eu não queria acreditar no que diziam, até que vim e vi com os meus próprios olhos, e reconheci que não me tinham dito nem a metade. Tua sabedoria e tua riqueza são muito maiores do que a fama que chegara aos meus ouvidos. 8Feliz a tua gente, felizes os teus servos que gozam sempre da tua presença e que ouvem a tua sabedoria! 9Bendito seja o Senhor, teu Deus, a quem agradaste, que te colocou sobre o trono de Israel, porque o Senhor amou Israel para sempre, e te constituiu rei para governares com justiça e equidade”.  10Depois, ela deu ao rei cento e vinte talentos de ouro e grande quantidade de aromas e pedras preciosas. Nunca mais foi trazida tanta quantidade de aromas como a que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 37,5-6.30-31.39-40 (R: 30a)

 

- O justo tem nos lábios o que é sábio.
R: O justo tem nos lábios o que é sábio.


- Deixa aos cuidados do Senhor o teu destino; confia nele, e com certeza ele agirá. Fará brilhar tua inocência como a luz, e o teu direito, como o sol do meio-dia.

R: O justo tem nos lábios o que é sábio.


- O justo tem nos lábios o que é sábio, sua língua tem palavras de justiça; traz a Aliança do seu Deus no coração, e seus passos não vacilam no caminho.

R: O justo tem nos lábios o que é sábio.


- A salvação dos piedosos vem de Deus; ele os protege nos momentos de aflição. O Senhor lhes dá ajuda e os liberta, defende-os e protege-os contra os ímpios, e os guarda porque nele confiaram.

R: O justo tem nos lábios o que é sábio.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,14-23


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 14Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: 15o que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. 16Quem tem ouvidos para ouvir ouça”. 17Quando Jesus entrou em casa, longe da multidão, os discípulos lhe perguntaram sobre essa parábola. 18Jesus lhes disse: “Será que nem vós compreendeis? Não entendeis que nada do que vem de fora e entra numa pessoa pode torná-la impura, 19porque não entra em seu coração, mas em seu estômago e vai para a fossa?” Assim Jesus declarava que todos os alimentos eram puros. 20Ele disse: “O que sai do homem, isso é que o torna impuro. 21Pois é de dentro do coração humano que saem as más intenções, imoralidades, roubos, assassínios, 22adultérios, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23Todas estas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

  

Liturgia comentada

O que sai do homem... (Mc 7,14-23)

O coração humano pode ser uma fonte de bem ou de mal, conforme o uso que fazemos de nossa liberdade. Segundo o Apóstolo Tiago, “da mesma boca procede a bênção e a maldição” (Tg 3,10).

 

Enquanto os fariseus valorizavam gestos e ritos para purificar o homem “por fora”, Jesus vem acentuar a importância de uma purificação interior, pois “aquilo que sai do homem, isso é que torna o homem impuro”.

 

Como boas pessoas, nós podemos emitir boas palavras, olhares de solidariedade, gestos de consolo, abraços de amizade. Mas a mesma boca pode emitir blasfêmias e calúnias. Os mesmos olhos podem fuzilar de ódio ou apodrecer de luxúria. As mesmas mãos podem furtar e matar.

 

Em outro Evangelho, dando uma aula muito prática sobre o discernimento, Jesus nos passa um critério de grande valor: “pelos frutos os conhecereis” (Mt 7,16.20). Aplicando este critério à nossa própria vida, podemos conhecer que tipo de “árvore” nós temos sido. Afinal, que palavras nós pronunciamos? Deboche, zombarias, comentários fúteis, críticas ácidas, lamentações permanentes, expressões de duplo sentido, piadas sujas? Que olhares são os nossos? De acolhida ou de repulsa? De respeito ou sedução? Que gestos e atitudes produzimos? De caridade ou indiferença?

 

Não é sem motivo que todas as nossas celebrações são iniciadas por um humilde ato penitencial: nós somos pecadores. Como ensina o “Catecismo da Igreja Católica”, nossa natureza foi “lesada” em suas forças naturais pelo pecado original, cujas sequelas ainda sofremos em nosso ser. Esta inclinação para o mal é chamada de “concupiscência”. “O Batismo, ao conferir a vida da graça de Cristo, apaga o pecado original e torna a voltar o homem para Deus, porém as consequências de tal pecado sobre a natureza, enfraquecida e inclinada ao mal, permanecem no homem e o incitam ao combate espiritual.” (Nº 405) Ignorar esta realidade sempre tem consequências lamentáveis.

 

Não é por acaso que os orientadores espirituais aconselham o permanente exame de consciência e a confissão frequente. Sem isso, vamos afundando no lamaçal de nossos pecados e, sem perceber, nos tornamos em uma fonte que espalha o mal à nossa volta, afastando as pessoas da amizade de Deus. Podemo-nos tornar colaboradores do demônio. E isso não se vive impunemente...

 

Certamente, há muito que trabalhar para que não nos tornemos obstáculo à salvação das pessoas que convivem conosco.

 

Orai sem cessar: “Em vós se encontra o perdão dos pecados.” (Sl 130,4)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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