Comovido com tantos sofrimentos, Cristo não apenas se deixa tocar pelos doentes, mas assume suas misérias: “Ele levou nossas enfermidades e carregou nossas doenças [Mt 8,17; cf. Is 53,4] ”. Não curou todos os enfermos. Suas curas eram sinais da vinda do Reino de Deus. Anunciavam uma cura mais radical: a vitória sobre o pecado e a morte por sua Páscoa. Na cruz, Cristo tomou sobre si todo o peso do mal [cf. Is 53,4-6] e tirou o “pecado do mundo” (Jo 1,29). A enfermidade não é mais do que uma conseqüência do pecado. Por sua paixão e morte na cruz, Cristo deu um novo sentido ao sofrimento, que doravante pode configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão redentora.
Reflexão: Ao lermos estas palavras da Igreja, nós vemos que foi "Jesus [quem] quis compartilhar o [nosso] sofrimento físico e moral, experimentando o cansaço, fome, sede, a agonia e a morte, a fim de transfigurar a dor humana; cf. Mt 8,16s; Mc 14,32-42; 15,21-41; Jo 4,6. Quis ensinar-nos que o sofrimento, aceito com fé e confiança em Deus, vem a ser salvífico; é participação da cruz redentora de Cristo." (Escola Mater Ecclesiae, Curso por correspondência sobre os sacramentos, pág. 171, Dom Estévão Bettencourt).
"Foi com a cruz que o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo, e é também com a cruz que Ele tira o pecado enraizado em cada um de nós. Sabemos que o sofrimento não é obra de Deus, mas sim consequência do pecado. 'O salário do pecado é a morte' (Rm 623). Para dar um sentido ao sofrimento, Jesus o transformou em 'matéria prima' da nossa salvação. O que Deus faz, de maneira até amável, é dar um sentido à dor.
[Nós, católicos, aprendemos que temos que carregar, também, a nossa cruz, por ser ela necessária para nos levar à salvação. A cruz é pesada mas temos que carregá-la, não tem outro meio de atingirmos nossa meta. Se negarmos a nossa cruz, estaremos negando o próprio Cristo.
A Igreja não ensina que aquele que crê não irá mais sofrer. Se alguém ensina isto, não está ensinando a Verdade. O sofrimento faz parte do processo de Salvação. É necessário para nossa purificação. A Igreja jamais poderá esconder esta verdade para manter-se lotada.
Aqui o Catecismo nos ensina que: “Por sua paixão e morte na cruz, Cristo deu um novo sentido ao sofrimento, que doravante pode configurar-nos com Ele e unir-nos à sua paixão redentora”. Veja que o sofrimento nos aproxima de Cristo.
Se bastasse para os cristãos apenas se converter para obter a promessa feita por Cristo, porque tantos se alegraram por receber o martírio? Então os apóstolos que foram torturados, os mártires ao longo da História estavam todos errados, sofreram e morreram em vão?
Ora, quem não suporta carregar a sua cruz e a larga no caminho não merece ser chamado de cristão.]
Sofrer com paciência é sabedoria, pois assim se vive com paz. Quem sofre sem paciência e sem fé, revolta-se, desespera-se, e sofre em dobro, além de fazer os outros sofrerem.
O homem de fé é aquele que está pronto a dizer sempre, em qualquer circunstância da vida: 'Bendito seja Deus!'" ("Do Livro Sede Santos!...", Santificados pelo sofrimento, pág. 44, 49 e 50, Prof. Felipe Aquino).
Para refletir: Amigo ouvinte, "o homem ‘perece’ quando perde a ‘vida eterna’, o contrário da salvação não é, pois, somente o sofrimento temporal, qualquer sofrimento, mas o sofrimento definitivo, que é: a perda da vida eterna." (cf. João Paulo II - o sentido cristão do sofrimento humano 14).