Liturgia de 30 de maio de 2023

TERÇA FEIRA DA VIII SEMANA COMUM

(verde - ofício do dia da IV semana do Saltério)

 

Antífona da entrada 

- O Senhor se tornou o meu apoio, libertou-me da angústia e me salvou porque me ama (Sl 17,19s).

 

Oração do dia 

- Fazei, ó Deus, que os acontecimentos deste mundo decorram da paz que desejais e vossa Igreja vos possa servir alegre e tranquila. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Eclo 35,1-15

- Leitura do livro do Eclesiástico - 1Aquele que guarda a lei faz muitas oferendas; 2aquele que cumpre os preceitos oferece um sacrifício salutar. 3
4Aquele que mostra agradecimento, oferece flor de farinha, e o que pratica a beneficência oferece um sacrifício de louvor. 5O que agrada ao Senhor é afastar-se do mal, e o que o aplaca é deixar a injustiça. 6Não te apresentes na presença de Deus de mãos vazias, 7porque tudo isso se faz em virtude do preceito. 8O sacrifício do justo enriquece o altar, o seu perfume sobe ao Altíssimo. 9A oblação do justo é aceitável, e sua memória não cairá no esquecimento. 10Honra ao Senhor com coração generoso e não regateies as primícias que apresentares. 11Faze todas as tuas oferendas com semblante sereno, e com alegria consagra o teu dízimo. 12Dá a Deus segundo a doação que ele te fez, e com generosidade, conforme as tuas posses; 13porque ele é um Deus retribuidor, e te recompensará sete vezes mais. 14Não tentes corrompê-lo com presentes: ele não os aceita; 15nem confies em sacrifício injusto, porque o Senhor é um juiz que não faz discriminação de pessoas.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 50,5-6.7-8.14.23 (R: 23b)

 

- A todos os que procedem retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

R: A todos os que procedem retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

 

- 'Reuni à minha frente os meus eleitos, que selaram a Aliança em sacrifícios!'
Testemunha o próprio céu seu julgamento, porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
R: A todos os que procedem retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- 'Escuta, ó meu povo, eu vou falar; ouve, Israel, eu testemunho contra ti: Eu, o Senhor, somente eu, sou o teu Deus! Eu não venho censurar teus sacrifícios,
pois sempre estão perante mim teus holocaustos; 
R: A todos os que procedem retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.


- Imola a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo. Quem me oferece um sacrifício de louvor, este sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus'.

R: A todos os que procedem retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 10,28-31

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 28Pedro começou a dizer a Jesus: "Eis que deixamos tudo e te seguimos." 29Respondeu-lhe Jesus. "Em verdade vos digo: ninguém há que tenha deixado casa ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras por causa de mim e por causa do Evangelho 30que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no século vindouro a vida eterna. 31Muitos dos primeiros serão os últimos, e dos últimos serão os primeiros."

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

  

Liturgia comentada

Nós que deixamos tudo... (Mc 10,28-31)

Não se pode deixar de admirar a habilidade de um bom comerciante. A capacidade de pechinchar mostrada por Abraão (cf. Gn 18,23ss). Ou a esperteza de Jacó (cf. Gn 30,37ss). Mas a sabedoria de Pedro vai muito além: ele e seus companheiros deixaram tudo e, em troca, obtiveram... o próprio Jesus!

 

Uma rápida olhadela na História da Igreja nos mostrará uma incontável multidão de homens e mulheres que puseram em um prato de balança os bens materiais, as glórias do mundo, os louros militares, os títulos de nobreza, os prazeres da carne e avaliaram que o outro lado pesava mais: o próprio Cristo.

 

Não admira que seja ele mesmo, o próprio Cristo, a anexar uma promessa para esses hábeis negociantes: em troca do “tudo” que deixaram”, “cem vezes mais casas, irmãos, mães, filhos e terras, com perseguições”, e no século vindouro, a vida eterna”. As coisas deste mundo passageiro amplamente superadas pelos horizontes da eternidade Claro que uso a expressão “negociantes” em tom jocoso. Eles não faziam “negócio”, eles eram apaixonados! E um apaixonado não mede seus gestos, vai ao extremo. Seja o martírio dos padres mexicanos perseguidos pelo governo maçônico dos anos 30, seja o martírio diário da freira que cuida de leprosos, da “tia” que acolhe as crianças da creche como se fossem filhos, da professora que insiste em alfabetizar sem desistir por causa do salário indigno.

 

Ainda hoje, boa parte da sociedade não entende o sentido do celibato dos padres e das pessoas consagradas, pois não se tem a experiência de uma entrega totalizante a qualquer objetivo ou ideal, vivendo sempre “a meia força”, pesando e medindo cada esforço, cada sacrifício, incapaz de se apaixonar...

 

Claro, se nos fechamos à possibilidade de uma entrega plena, totalizadora, sem reservas, também fechamos a porta para as consolações do Espírito, para as inspirações do alto, para a plena realização de nossas pessoas.

 

Ao contrário, quando contemplamos a vida dos homens e mulheres que deixaram marcas em nosso tempo, como Gandhi, Dom Orione, Florence Nightingale ou Albert Schweitzer, verificamos o mesmo ponto de convergência: a decisão de sacrificar tudo por uma vocação assumida em plenitude.

 

Aos olhos do mundo, eles viveram uma perda, uma mutilação. Aos olhos de Deus, eles elevaram ao ponto mais alto a essência do ser humano: trocar tudo pelo amor...

 

Orai sem cessar: “As torrentes não poderiam extinguir o amor...” (Ct 8,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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