Liturgia de 29 de maio de 2023

SEGUNDA FEIRA – MARIA MÃE DA IGREJA

(branco, pref. de Maria, modelo e Mãe da Igreja - ofício da memória)

 

Antífona da entrada 

- Os discípulos unidos perseveravam em oração com Maria, a Mãe de Jesus (At 1,14)

 

Oração do dia

 - Deus, Pai de misericórdia, vosso Filho, pregado na cruz, nos deu por mãe a sua Mãe. Pela interseção amorosa da Virgem Maria, fazei que a vossa Igreja se torne cada vez mais fecunda e se alegre pela santidade de seus filhos e filhas, atraindo para seu convívio as famílias de todos os povos.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Gn 3,9-15.20

- Leitura do livro de Gênesis: Depois que Adão comera do fruto da árvore o Senhor Deus chamou o homem e perguntou: “Onde estás?” 10Ele respondeu: “Ouvi teu ruído no jardim. Fiquei com medo, porque estava nu, e escondi-me”. 11Deus perguntou: “E quem te disse que estavas nu? Então comeste da árvore, de cujo fruto te proibi comer?” 12O homem respondeu: “A mulher que me deste por companheira, foi ela que me fez provar do fruto da árvore, e eu comi”. 13Então o Senhor Deus perguntou à mulher: “Por que fizeste isso?” E a mulher respondeu: “A serpente enganou-me, e eu comi”. 14E o Senhor Deus disse à serpente: “Porque fizeste isso, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre todos os animais selvagens. Rastejarás sobre teu ventre e comerás pó todos os dias de tua vida. 15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. “Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”. 20O homem chamou à sua mulher “Eva”, porque ela se tornou a mãe de todos os viventes.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 87,1-23.5.6-7 (R: Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor)

 

- Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.

R: Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.

 

- O Senhor ama a cidade que fundou no monte santo; ama as portas de Sião mais que as casa de Jacó.

R: Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.

 

- Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor. De Sião, porém, se diz: “Nasceu nela todo homem; Deus é sua segurança”.

R: Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.

 

- Deus anota no seu livro, onde inscreve os povos todos: “Foi ali que estes nasceram”. E por isso todos juntos a cantar se alegrarão; e, dançando, exclamarão: “Estão em ti as nossas fontes!”

R: Dizem coisas gloriosas da cidade do Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho. 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O feliz, Virgem, que gerastes o Senhor; que nos alimenta com o Espirito do teu Filho, Jesus Cristo (Lc 1,28)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 19,25-34

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo: 25Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” 27Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu. 28Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura até o fim, disse: “Tenho sede”! 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo uma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. 31Era o dia de preparação do sábado, e este seria solene. Para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, os judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas, primeiro a um dos crucificados com ele e depois ao outro.33Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, 34mas um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor! 

  

 

Liturgia comentada

Mulher, eis o teu filho! (Jo 19,25-34)

Na Cruz, Jesus Cristo teve palavras dirigidas ao Pai, ao ladrão e ao apóstolo João, mas teve também uma frase dirigida exclusivamente à sua Mãe, que permanecera de pé junto à cruz de Jesus. Ao lado dela está João, e Jesus diz a Maria: “Mulher, eis o teu filho!” (Jo 19,26).

 

Os Padres da Igreja sempre identificaram João como a presença da Igreja no Calvário. Esta declaração de Jesus equivale a um ato de adoção.

 

Do ponto de vista de Jesus, não se trata apenas de deixar sua mãe sob a proteção de alguém, mas, acima de tudo, estamos diante de uma ampliação da maternidade de Maria. Nossa Senhora ouve do próprio Filho que sua maternidade vai muito além da geração biológica da pessoa humano-divina de Jesus, mas se estende a toda a Igreja.

 

Ao fim da terceira sessão do Concílio Vaticano II, em 21 de novembro de 1964, o Papa Paulo VI fez uma declaração em que atribuía a Nossa Senhora um novo título: “Mãe da Igreja”. Desta forma, entendia-se que todo batizado, ao ser configurado com Cristo, se torna também filho de Maria.

 

Marthe Robin, a mística de Châteauneu-de-Galaure, fundadora dos Foyers de Charité, dissera a um sacerdote: “O Senhor gostaria que sua Mãe fosse chamada de Mãe da Igreja”. De fato, fora preparado um esquema nesse sentido logo no início do Concílio, mas foi rejeitado pelo grupo de bispos que o examinou. Mais tarde, Marthe disse a um visitante, que era amigo pessoal do Papa: “É preciso que o Santo padre proclame Maria como Mãe da Igreja”. Este voltou a Roma e informou Paulo VI – que conhecia Marthe e lhe enviara um rosário de presente -; vencendo a hesitação, o Papa fez a proclamação na última reunião do Vaticano II.

 

René Voillaume fala sobre o papel associado de Maria ao Salvador: “Ao pé da cruz, Maria demonstrou toda a lucidez do seu conhecimento a respeito da missão de seu Filho. Entre aqueles que, durante a vida pública de Jesus, ouviram suas palavras e receberam seus ensinamentos, foi Maria que os captou da forma mais perfeita. Baseada na fé e levando consigo grande cabedal de vida interior, ela procurou penetrar o sentido mais profundo dos ensinamentos de seu Filho. No momento em que Cristo estava pregado na cruz, Maria tinha pleno conhecimento e plena certeza do que se passava, isto é, realizava-se a Redenção da humanidade”.

 

Quando correu sangue e água do Lado aberto de Jesus, imagens dos sacramentos da Eucaristia e do Batismo, Maria estava presente como testemunha do inestimável dom de Deus para a Igreja.

 

Orai sem cessar: “Mostra que és Mãe!” (do hino Ave, maris stella)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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