Liturgia de 16 de junho de 2020

TERÇA FEIRA – XI SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde - Ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Ouvi, Senhor, a voz do meu apelo, tende compaixão de mim e atendei-me; vós sois meu protetor, não me deixeis; não me abandoneis, ó Deus, meu salvador!  (Sl 26,7.9)

Oração do dia

 

- Ó Deus, força daqueles que esperam em vós, sede favorável ao meu apelo e, como nada podemos em nossa fraqueza, dai-nos sempre o socorro da vossa graça, para que possamos querer e agir conforme vossa vontade, seguindo vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1Rs 21,17-29

 

- Leitura do primeiro livro dos Reis: Após a morte de Nabot, 17a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 18“Levanta-te e desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que reina em Samaria. Ele está na vinha de Nabot, aonde desceu para dela tomar posse. 19Isto lhe dirás: ‘Assim fala o Senhor: Tu mataste e ainda por cima roubas!’ E acrescentarás: ‘Assim fala o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu’”. 20Acab disse a Elias: “Afinal encontraste-me, ó meu inimigo?” Elias respondeu: “Sim, eu te encontrei. Porque te vendeste para fazer o que desagrada ao Senhor, 21farei cair sobre ti a desgraça: varrerei a tua descendência, exterminando todos os homens da casa de Acab, escravos ou livres em Israel. 22Farei com a tua família como fiz com as famílias de Jeroboão, filho de Nabat, e de Baasa, filho de Aías, porque provocaste a minha ira e fizeste Israel pecar. 23Também a respeito de Je­zabel o Senhor pronunciou uma sentença: ‘Os cães devorarão Jezabel no campo de Jezrael. 24Os da família de Acab, que morrerem na cidade, serão devorados pelos cães, e os que morrerem no campo, serão comidos pelas aves do céu’”. 25Não houve ninguém que se tenha vendido como Acab, para fazer o que desagrada ao Senhor, porque a isto o incitava sua mulher Jezabel. 26Portou-se de modo abominável, seguindo os ídolos dos amorreus que o Senhor tinha expulsado diante dos filhos de Israel. 27Quando Acab ouviu estas palavras, rasgou as vestes, pôs um cilício sobre a pele e jejuou. Dormia envolto num pano de penitência e andava abatido. 28Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos: 29“Viste como Acab se humilhou diante de mim? Já que ele assim procedeu, não o castigarei durante a sua vida, mas nos dias de seu filho enviarei a desgraça sobre a sua família”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 51,3-4.5-6a.11.16 (R: 3a)

 

- Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!


- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!


- Eu reconheço toda a minha iniquidade, o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!


- Desviai o vosso olhar dos meus pecados e apagai todas as minhas transgressões! Da morte como pena, libertai-me, e minha língua exaltará vossa justiça!

R: Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu vos dou um novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo 13,34) 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5,43-48

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 43“Vós ouvis­tes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo: ‘Amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem!’ 45Assim, vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons, e faz cair a chuva sobre os justos e injustos. 46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai Celeste é perfeito”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Amai os vossos inimigos! (Mt 5,43-48)

Os amigos, nós escolhemos. Os inimigos, não. Muitas vezes, já nascemos com inimigos de plantão. Perguntem à criança palestina, cujo pai morreu antes que ela nascesse, fuzilado por uma patrulha israelense... Perguntem ao menino negro do Sul dos EUA, que não podia sentar-se no ônibus se houvesse brancos na mesma viagem... Ou à jovem croata, cujo filho nasceu depois de estuprada por um soldado sérvio com a intenção de levar a mulher a gerar um inimigo...

Aí, vem o Senhor Jesus – aquele mesmo que mataram em uma cruz – e diz-nos com voz suave e firme: “Amai os vossos inimigos!” Ah! Parece impossível! Fazer como Estevão, o primeiro mártir, que rezou enquanto era lapidado: “Senhor, não lhes leves em conta este pecado!” (At 6,60.)

Bem, pode não ser fácil. E não é mesmo. Mas Jesus Cristo jamais nos pediria algo impossível. Ele não nos daria preceitos absurdos! Parece que o Mestre tem algo em mente, um elevado ideal a ser perseguido por todos nós. É como se ele dissesse: “Afinal, vocês querem, ou não, ser filhos do Pai do Céu? Ele, o Pai que faz o sol nascer para todos – os justos, seus amigos, e os injustos, seus inimigos! Aquele que manda a chuva cair no quintal de uns e de outros, igualmente...” E Jesus arremata, pensando na pessoa que ainda podemos ser: “Sede perfeitos como vosso Pai Celeste!”

O Pai Celeste não conhece o ódio. Ele não sabe retribuir ódio com ódio. Ele é todo amor. Se nosso coração ficar cheio de seu amor, também iremos esvaziar o ódio de nosso interior. Se o Espírito de Deus mover nossas emoções e sentimentos, então os nossos atos serão também marcados pelo amor.

Alguém dirá: Você não conhece meu patrão! Você não conhece meu vizinho! Você não conhece minha sogra! E eu direi: Sim, não OS conheço. Mas eu ME conheço. Sei de meus defeitos. Sei de meus pecados. E preciso ser perdoado e amado, senão minha vida será um inferno. E se eu preciso de perdão e de amor, como poderia negar o mesmo amor e o mesmo perdão aos outros?

Bem, o cristão não tem inimigos. Pode ser perseguido, caluniado, mas se recusa a classificar seu algoz como inimigo. Afinal, se o martírio nos abre a porta do céu, nosso carrasco nos faz imenso bem! E os pequenos algozes de cada dia, aqueles que nos fazem sofrer de mil maneiras, também eles colaboram para nossa santificação. Não são inimigos, são colaboradores...

A quem eu devo perdoar, para merecer o nome de filho de Deus?

Orai sem cessar: “Pai, perdoa-lhes: não sabem o que fazem!” (Lc 23,34)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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