A riqueza inesgotável deste sacramento exprime-se nos diversos nomes que lhe são dados. Cada uma destas designações evoca alguns de seus aspectos. Ele é chamado:
Eucaristia, porque é ação de graças a Deus. As palavras “eucharistein” (Lc 22,19; 1 Cor 11,24) e “eulogein” (Mt 26,26; Mc 14,22) lembram as bênçãos judaicas que proclamam sobretudo durante a refeição as obras de Deus: a criação, a redenção e a santificação.
"Na Sagrada Escritura encontramos alguns nomes que serviram para designar o Memorial do Senhor.
Visto porém, que a ceia judaica era sempre celebrada como ação de graças, o nome grego Eucharistia prevaleceu. O texto bíblico nos diz que na Última Ceia Jesus tomou o pão, deu graças (eucharistésas). cf. Lc 22,19; 1Cor 11,24; Mt 26,27; Mc 14,23." (Curso sobre os sacramentos por correspondência, Escola Mater Ecclesiae, pág. 93 e 94, Dom Estévão Bettencourt).
Portanto, Eucaristia significa ação de graças; é dizer "muito obrigado". É a ação de graças que Jesus faz ao Pai. É o agradecimento que a Igreja dirige a Deus, pois Jesus se tornou para nós alimento de vida eterna. A Missa ou (celebração eucarística) só poderá ser entendida se a olharmos e a vivermos como ação de graças. Depois que Jesus disse à Igreja: "Tomem e comam, isto é o meu Corpo", o nosso "muito obrigado" tornou-se infinito, como infinito é o amor que Jesus demonstrou ter para com o Pai e a humanidade.
O Sacrifício Eucarístico é o meio mais digno e eficaz para agradecermos a Deus o benefício inestimável da redenção.
A Eucaristia é a graça das graças, a fonte de todas as graças, porque contém o Autor da graça.
Para refletir:
Numa família cristã as crianças desde cedo devem se acostumar a agradecer a Deus, a fazer ação de graças pelos benefícios recebidos: o alimento, a família, etc.
O amigo ouvinte cultiva esta virtude unindo-se a Jesus, no agradecimento ao Pai pelos benefícios concedidos a si próprio, à sua família, enfim, a toda a humanidade? "Demos graças ao Senhor porque Ele é bom" (Sl 135).
Oração: Prezado(a) ouvinte, roguemos a Deus, que nos deu como alimento espiritual esse sacramento que oferecemos em ação de graças; que Ele nos conceda, confortados por Sua força e alegria, servi-Lo sempre com solicitude e obter sempre os Seus benefícios. Amém! (Citação livre da Oração depois da Comunhão - Missa em ação de graças).
CIC § 1329
Ceia do Senhor [Cf, 1Cor 11,20] , pois se trata da ceia que o Senhor fez com seus discípulos na véspera de sua paixão, e da antecipação da ceia das bodas do Cordeiro [Cf Ap 19,9] na Jerusalém celeste.
Fração do Pão, porque este rito, próprio da refeição judaica, foi utilizado por Jesus quando abençoava e distribuía o pão como presidente da mesa [Cf. Mt 14,19; 15,36; Mc 8,6.19] , sobretudo por ocasião da Ultima Ceia [Cf. Mt 26,26; 1Cor 11,24] . É por este gesto que os discípulos o reconhecerão após a ressurreição [Cf. Lc 24,13-35] , e é com esta expressão que os primeiros cristãos designarão suas assembléias eucarísticas [Cf. At 2,42.46; 20,7.11] .
Com isso querem dizer que todos os que comem do único pão partido, Cristo, entram em comunhão com Ele e já não formam senão um só corpo Nele [Cf. 1Cor 10,16-17] .
Assembléia eucarística (synaxxis, pronuncie “sináxis”), porque a Eucaristia é celebrada na assembléia dos fiéis, expressão visível da Igreja [Cf. 1Cor 11,17-34] .
A Eucaristia é chamada Ceia do Senhor, pois, Jesus instituiu a Eucaristia dentro do contexto de uma refeição judaica. Ora esta se desenvolvia em três tempos: 1) bênção inicial (no sentido de louvor, era a resposta aos benefícos de Deus); 2) a refeição propriamente dita; 3) e uma conclusão com uma prece mais longa, que parece estar na base das preces eucarísticas cristãs.
Na celebração da Eucaristia o sacerdote faz o mesmo que Jesus. É como rezamos na Oração Eucarística V: "É Ele (Jesus) o Sacerdote verdadeiro que, sempre se oferece por nós todos, mandando que se faça a mesma coisa que fez naquela ceia derradeira.".
Encontramos também a expressão "fração do pão" (cf. At 2,42.46; 20,7-1; 1Cor 10,16) para designar a Ceia do Senhor. O ritual judeu previa que o presidente de uma refeição, após ter pronunciado a bênção, rompesse o pão para distribuí-lo aos presentes. Jesus fez esse gesto por ocasião da instituição da Eucaristia (Lc 22,19). Assim o rito da fração do pão tornou-se o símbolo do Cristo servidor, que dá a Sua vida para que nós a tenhamos em abundância. Ele se entregou "para ser rompido" ou quebrado pelo sofrimento e distribuído entre todos.
No atual rito eucarístico a fração do pão é um gesto preparatório para a comunhão.
Podemos falar de assembléia eucarística porque a Eucaristia é celebrada na comunidade dos fiéis.
A palavra Igreja significa assembléia. Portanto, a Igreja é uma assembléia de batizados.
CIC § 1331
Comunhão, porque é por este sacramento que nos unimos a Cristo, que nos torna participantes de seu Corpo e de seu Sangue para formarmos um só corpo [Cf. 1Cor 10,16-17] ; denomina-se ainda as “coisas santas: ta hagia (pronuncia-se “ta háguia” e significa “coisas santas [Cf. Const. App. 8,13,12; SC 336,208 (Funk, Didascalia e Constitutiones Apostolorum ,516); Didaché 9,5: SC 248,178 (Funk, Patres apostolici 1;22; ibid. 10,6: SC 248,180 (Func, Patres apostolici 1,24).] ”); sancta (coisas santas” este é o sentido primeiro da “comunhão dos santos” de que fala o Símbolo dos Apóstolos pão dos anjos, pão do céu, remédio de imortalidade [Sto. Inácio de Antioquia, Eph. 20,2] , viático...
Jesus nos diz no Evangelho de João 6,56.58: "Quem se alimenta com a Minha Carne e bebe o Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele (.....) Este é o pão que desceu do céu (...) Quem se alimenta com este pão viverá para sempre".
O efeito principal da Santíssima Eucaristia é a união íntima com Jesus Cristo. O próprio nome comunhão indica tornar-se um com o Senhor ao receber o Seu Corpo e o Seu Sangue.
Na comunhão fazemos unidade com o Senhor. É a união mais íntima possível com Nosso Senhor. Somos "um" com Ele, nós vivemos por Ele e com Ele. Neste momento podemos dizer, "já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim".
Como consequência dessa íntima união com Cristo, a Eucaristia é ao mesmo tempo o sacramento onde toda a Igreja mostra e leva a cabo a sua unidade e onde tem lugar uma união especialíssima dos cristãos entre si. Daí que seja chamada "sinal de unidade" e "vínculo de caridade".
Assim como o pão é formado de muitos grãos de trigo, e o vinho de muitos cachos de uvas; do mesmo modo dão a entender que nós, embora sendo muitos, estamos intimamente unidos com o vínculo deste divino sacramento, e que formamos como que um só corpo.
A comunhão é o centro, o ponto mais alto da nossa religião, é a nossa vida.
CIC § 1332
"A palavra Missa vem do latim missio, que é a ação de despedir ou mandar embora. No fim da Liturgia da Palavra, os que se preparavam para o batismo eram antigamente despedidos, pois, não tendo sido batizados, não podiam participar da Eucaristia. No fim da Liturgia eucarística, fazia-se a despedida dos fiéis presentes: 'Ide, a despedida vos é oferecida' . Posteriormente, o rito eucarístico passou a ser designado por Missa (= despedida). Em nossos dias o nome Missa é o mais frequente, e deve lembrar ao cristão o fato de que quem termina a Eucaristia é enviado em missão; [por isso,] a Eucaristia há de se desdobrar na vida concreta, especialmente no apostolado, de quem dela tomou parte." (Curso sobre os sacramentos por correspondência, Escola Mater Ecclesiae, pág. 94, Dom Estévão Bettencourt).
Santa Missa, porque a liturgia na qual se realizou o mistério da salvação termina com o envio dos fiéis (“missio”: missão, envio) para que cumpram a vontade de Deus em sua vida cotidiana.
Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança