Todo batizado ainda não confirmado pode e deve receber o sacramento da Confirmação [Cf. CIC, cân. 889,1] . Pelo fato de o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia formarem uma unidade, segue-se que “os fiéis têm a obrigação de receber tempestivamente esse sacramento [CIC, cân. 890] ”, pois sem a Confirmação e a Eucaristia, o sacramento do Batismo é sem dúvida válido e eficaz, mas a iniciação cristã permanece inacabada.
Pode e deve recebê-lo, uma única vez, todo aquele que já foi batizado, professa a fé católica e ainda não confirmado (cf. CDC can. 889). Já que o Batismo, Confirmação e Eucaristia formam uma unidade, resulta que “os fiéis estão obrigados a receber este sacramento em tempo oportuno (CDC can.890). Com efeito, sem a confirmação o Sacramento do Batismo é certamente válido e eficaz, porém inacabado, em certo sentido.
É dever de todo cristão receber o sacramento da Confirmação; sem este sacramento não se chega à maturidade cristã. Por isso mesmo, tanto os pastores da Igreja como também os pais e padrinhos de batismo têm o dever de conscientizar os cristãos ainda não crismados da necessidade de receber este sacramento o mais breve possível. No Ocidente antigo assim que o Bispo visitava uma comunidade, procurava crismar as crianças ainda não crismadas. Hoje, a Igreja recomenda que tão logo o cristão chegue à idade de uma certa maturidade, seja crismado. É o que veremos no parágrafo seguinte.
CIC § 1307
O costume latino há séculos indica “a idade da razão” como ponto de referência para receber a Confirmação. Todavia, em perigo de morte deve-se confirmar as crianças, mesmo que ainda não tenham atingido o uso da razão [Cf. CIC, cân. 891; 883,3] .
Com que idade deve-se receber o Sacramento do Crisma?
O Catecismo nos ensina que o fiel batizado pode receber o sacramento da crisma quando atingir a "idade de discrição" (seria a idade de sete anos completos) ou idade da razão e precisa ter a intenção de receber o sacramento.
Porém, a Conferência dos Bispos pode determinar outra idade, aqui no Brasil cada Diocese deve determinar com que idade a criança adolescente deve ser confirmado, entre os 12 e 16 anos, certamente após a Primeira Eucaristia, o que dá ocasião a uma catequese mais profunda e sólida.
"Somente em 1946 o Papa Pio XII autorizou os párocos a conferir em determinadas circunstâncias a Crisma a fiéis gravemente enfermos. Em caso de perigo de morte a criança deve ser confirmada, independente da idade. (Can 891). Esta concessão foi ampliada pelo novo Ritual de Iniciação Cristã para adultos promulgado por Paulo VI após o Concílio Vaticano II." (Escola Mater Ecclesiae, Curso sobre os sacramentos, pág.82, Dom Estévão Bettencourt).
CIC § 1308
Se às vezes se fala da Confirmação como o “sacramento da maturidade cristã”, nem por isso se deve confundir a idade adulta da fé com a idade adulta do crescimento natural, nem esquecer que a graça batismal é uma graça de eleição gratuita e imerecida que não precisa de uma “ratificação” para tornar-se efetiva. Santo Tomás recorda isto:
A idade do corpo não constitui um prejuízo para a alma. Assim, mesmo na infância, o homem pode receber a perfeiçã o da idade espiritual da qual fala o livro da Sabedoria (4,8): “Velhice venerável não é longevidade, nem é medida pelo número de anos”. Assim é que muitas crianças, graças à força do Espírito Santo que haviam recebido, lutaram corajosamente e até o sangue por Cristo [Sto. Tomás de Aquino, S. Th. III,72,8, ad. 2] .
"Como se sabe, levantam-se problemas pastorais a propósito da confirmação, e muito especialmente sobre a idade mais idônea para receber este sacramento.
Há uma tendência recente a retardar o momento do conferimento até a idade de 15-18anos, afim de que a personalidade do sujeito seja mais madura e possa assumir conscientemente um empenho mais sério e estável de vida e de testemunho cristão.
Outros preferem uma idade menos avançada. Em todo o caso, deve-se desejar uma preparação aprofundada para este sacramento, que permita aqueles que o recebem, renovar as promessas do Batismo com plena consciência dos dons que recebem e das obrigações que assumem. Sem uma preparação longa e séria, eles correriam o risco de reduzir o sacramento a pura formalidade ou mero rito externo, ou também de perder de vista o aspecto sacramental essencial, insistindo unilateralmente no empenho moral.” (João Paulo II - L'Osservatore Romano de 05-04-1992).
"Mais do que com o número de anos, o Pastor deve preocupar-se com a maturidade na fé, com a inserção numa comunidade viva.
A maioria das dioceses do Brasil já exige uma idade média, entre 12 e 16 anos. No entanto, só satisfaz pastoralmente a indicação de uma idade que torne o crismando capaz de obedecer mais perfeitamente ao Cristo Senhor e dele dar firme testemunho pessoal. Assim se pode estabelecer um processo que acompanhe a criança desde antes da primeira Eucaristia, dando continuidade a preparação para a confirmação, que seria dada quando o jovem estivesse inserido no grupo de adolescentes ou jovens, conforme sua idade.
Desta forma a confirmação será quase sempre posterior à primeira Eucaristia. Mesmo assim, o néo-confirmado participará doravante da Eucaristia como membro plenamente iniciado na comunidade, vivendo no Espírito, para com ela anunciar a morte do Senhor, até que ele venha." (CNBB - Pastoral dos Sacramentos da iniciação cristã).
"Portanto, não existe uma idade fixa para se receber a confirmação. O que se pede ao candidato é maturidade cristã, isto é, a capacidade de deixar o Espírito Santo agir dentro e fora dele. É um tanto difícil que haja maturidade espiritual, por exemplo, aos dezenove anos. Não nos devemos preocupar com a idade que o candidato tem. O que se requer dele é que esteja habilitado a viver para Deus, no Espírito." (Livro Os Sacramentos em sua vida, José Bortolini, pág 66).
CIC § 1309
A preparação para a Confirmação deve visar conduzir o cristão a uma união mais íntima com Cristo, a uma familiaridade mais intensa com o Espírito Santo, sua ação, seus dons e seus chamados, a fim de poder assumir melhor as responsabilidades apostólicas da vida cristã. Por isso, a catequese da Confirmação se empenhará em despertar o senso da pertença à Igreja de Jesus Cristo, tanto à Igreja universal como à comunidade paroquial. Esta última tem uma responsabilidade peculiar na preparação dos confirmandos [Cf. OCF, praenotanda 3] .
"Nestes últimos anos esse sacramento readquiriu grande importância. Muitos subsídios foram publicados, sinal de que conseguimos redescobrir e recuperar o valor da confirmação para as pessoas e para a vida das comunidades. Mas é uma pena que em alguns lugares ainda não haja uma preparação para se receber a confirmação. As únicas providências tomadas são o preenchimento de fichas e a escolha de um padrinho ou madrinha. A Igreja insiste que é necessária uma catequese preparatória. A confirmação é o sacramento da maturidade cristã da pessoa. Por isso, é preciso que ela tenha clareza acerca daquilo que vai receber, e se mostre disposta a se comprometer pessoal e na comunidade.
[É necessário uma catequeseque leve a uma redescoberta consciente e adulta da fé da Boa Nova de Jesus Cristo e do discernimento da presença atuante do seu Espírito no mundo, na Igreja e na própria vida do crismando.]
A preparação tem de atingir, além daquele que vai ser confirmado, o padrinho ou madrinha, a familia do candidato e a própria comunidade. Todo sacramento traz sempre consequências e compromissos comunitários. Toda a comunidade, portanto, deve se preparar e sentir-se envolvida quando algum dos seus membros receber a confirmaão.
[É fundamental a inserção e vivência do crismando em uma comunidade cristã, no meio concreto em que vive.]
A confirmação quer ser aquela ocasião especial para que a pessoa corresponda à graça de Deus e faça uma escolha consciente e livre. Mas para isso é necessário responsabilidade." (Livro: Os Sacramentos em sua vida, pág. 64 e 65, José Bortolini).
Pezado ouvinte se meditarmos na torrente de graças que nos vem através da crisma, não compreenderemos o porque de muitos católicos não o valorizarem suficientemente.
Daí a importância da instrução religiosa. Pois “ninguém ama o que não conhece”.
Para Refletir:
Amigo ouvinte, quando São Paulo perguntou aos samaritanos se eles já haviam recebido o Espírito Santo, ouviu a resposta: nós nem ouvimos dizer que houvesse um Espírito Santo (At 19,2).
Se fizermos a mesma pergunta hoje, depois de mais de dois mil anos de cristianismo, muitos batizados também dirão: Não sabemos quem é o Espírito Santo. No entanto, são devotos de São Francisco de Assis, São Judas Tadeu, São Jorge, Santa Rita, Santa Teresinha. Etc.
É uma coisa boa e útil conhecer, aderir e invocar nossos amigos, os santos. São testemunhas na caminhada da fé e da caridade. Seus exemplos nos estimulam no seguimento de Jesus, mostram que é possível seguir seus ensinamentos, com o auxílio da graça. As virtudes e dons do Espírito Santo que nos santificam, recebemos no Batismo e em sua plenitude na crisma. Ele é o santificador dos santos. Procuremos conhecê-lo mais, para melhor o Amar e receber sua influência em nossa vida.
Nós pertencemos à Igreja militante, isto é, à Igreja que luta contra os obstáculos internos e externos que se opõem ao Reino de Deus. A unção do Espírito Santo nos prepara, nos capacita, nos qualifica para essas lutas.
CIC § 1310
Para receber a Confirmação é preciso estar em estado de graça. Convém recorrer ao sacramento da Penitência para ser purificado em vista do dom do Espírito Santo Uma oração mais intensa deve preparar para receber com docilidade e disponibilidade a força e as graças do Espírito Santo [Cf. At 1,14]
Nesse parágrafo a Igreja nos alerta sobre as disposições que se requer para alguém receber a Confirmação.
Para que alguém possa receber dignamente esse sacramento é necessário estar em estado de graça.
E estar em estado de graça, significa estar em ausência de pecados mortais (cf. CIC 1385). Esse estado nos é dado quando recebemos o sacramento da Confissão, após cairmos em pecado mortal, através de uma confissão bem feita.
Jesus nos disse para: "Sermos perfeitos como o Seu Pai é perfeito." (Citação livre de Mt 5,48).
Esse mandamento de Jesus parece impossível de cumprir e de fato o é se contarmos somente com nossas forças. Por isso Jesus nos envia o Espírito Santo.
Amigo ouvinte, se não buscarmos receber essa "força do alto" para nosso crescimento até à perfeição, não nos admiremos de permanecer na mediocridade.
Se uma torneira estiver aberta jorrando água, mas o copo se encontrar emborcado, com a boca para baixo, posso morrer de sede. Assim também as torrentes de graça, que pelo Espírito Santo jorram da vida eterna, serão perdidas para aqueles que se fecham.
Portanto, façamos um sincero exame de consciência e procuremos elevar os nossos corações para receber as graças do Espírito Santo.
CIC § 1311
Para a Confirmação, como para o Batismo, convém que os candidatos procurem a ajuda espiritual de um padrinho ou de uma madrinha. Convém que seja o mesmo do Batismo, a fim de marcar bem a unidade dos dois sacramentos [Cf. OCF, praenotanda 5; 6; CIC, cân. 893, 1.2.] .
"É para desejar que se assuma como padrinho (ou madrinha) da Crisma a mesma pessoa que assumiu este encargo no Batismo. Assim o padrinho [ou madrinha] testemunharia publicamente que cumpriu a sua tarefa e se evitariam convites de significado meramente social. [O padrinho é também aquele que apresenta o candidato à comunidade, ao bispo e à Igreja, garantindo que o confirmando é capaz de assumir a vida no Espírito Santo.]" (Escola Mater Ecclesiae, Curso sobre os sacramentos por correspondência, pág. 82, Dom Estevão Bettencourt).
Os padrinhos devem ainda ser espiritualmente idôneos, devem ter maturidade suficiente para assumir essa função, devem já ter recebido os três sacramentos de iniciação cristã e finalmente ser pessoas ativas na vida da Igreja.
Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança