Os efeitos da confirmação (CIC § 1232 A 12935)

Da celebração ressalta que o efeito do sacramento da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como foi outorgado outrora aos Apóstolos no dia de Pentecostes.

Prezado irmão e irmã, "O Pentecostes não foi um fato isolado na vida da Igreja. Temos o direito, o dever e a alegria de dizer a você que o Pentecostes continua.

O Espírito Santo no dia de Pentecostes, desceu sobre os Apóstolos para ficar para sempre com eles (cf. Jo 14,16). Nós, cristãos, ao realizarmos a nossa atividade apostólica, necessitamos deste dom e pedimos ao Espírito Santo para que saibamos nos exprimir de maneira que aqueles a quem se dirige o nosso apostolado nos entendam; para que saibamos adequar a nossa exposição à mentalidade e capacidade do que escuta, e possamos assim transmtir fielmente aos nossos ouvintes a verdade de Cristo. O Espírito Santo que Deus derramou em Pentecostes, continua a assistir a Sua Igreja até o Juízo Final."Bíbla de Navarra, Atos dos Apóstolos, pég. 67, 69, 71 e 74).

A confirmação é novo Pentecostes pessoal. No dia do pentecostes, o Espírito Santo manifesta-se como aquele que dá a vida.

os apóstolos e todos os presentes no Cenáculo, juntamente com a Mãe de Cristo, Maria, naquele dia foram os primeiros a experimentar esta nova 'efusão' da vida divina que, neles e por meio deles, e, portanto na Igreja e mediante a Igreja, se abriu a cada homem. È universal, como é universal a redenção.

CIC § 1303

Por isso, a confirmação produz crescimento e aprofundamento da graça batismal:

enraíza-nos mais profundamente na filiação divina, que nos faz dizer “Abbá, Pai” (Rm 8,15),
une-nos mais solidamente a Cristo;
aumenta em nós os dons do Espírito Santo;
torna mais perfeita nossa vinculação com a Igreja [Cf. LG 11] ;
dá-nos uma força especial do Espírito Santo para difundir e defender a fé pela palavra e pela ação, como verdadeiras testemunhas de Cristo, para confessar com valentia o nome de Cristo e para nunca sentir vergonha em relação à cruz [Cf. DS 1319; LG 11;12] :
Lembra-te, portanto, de que recebeste o sinal espiritual, o Espírito de sabedoria e de inteligência, o Espírito de conselho e força, o Espírito de conhecimento e de piedade, o Espírito do santo temor, e conserva o que recebeste. Deus Pai te marcou com seu sinal, Cristo Senhor te confirmou e colocou em teu coração o penhor do Espírito [Sto. Ambrósio, De myst. 7,42: PL 16,402-403] .

"O sacramento da confirmação enraíza-nos mais profundamente na filiação divina.

O início da 'nova vida' tem-se mediante o dom da filiação divina, obtida para todos por Cristo, com a redenção, e extensiva a todos por obra do Espírito Santo que, na graça, refaz e quase recria o homem à semelhança do Filho Unigênito do Pai.

O fruto da ressurreição, que atua a plenitude do poder de Cristo, Filho de Deus, é portanto participado por aqueles que se abrem à ação do seu Espírito como novo dom da filiação divina.

No pentecostes, o Espírito Santo desce 'aos corações' como Espírito do Filho. Precisamente porque é o Espírito do Filho, permite-nos, a nós homens, chamar a Deus, juntamente com Cristo: 'Abba, Pai'. Neste brado exprime-se a verdade que não só fomos chamados filhos de Deus, mas de fato o somos, “como salienta o Apóstolo São João, em sua primeira carta (1 Jo 3,11).

Desde o pentecostes, Cristo 'esta conosco' e opera em nós mediante o Espírito Santo, atualizando o desígnio eterno do Pai, o qual nos predestinou 'para sermos seus Filhos adotivos por meio de Jesus Cristo.'(Ef 1,15).

Não nos cansemos de repetir e meditar esta maravilhosa verdade da nossa fé.” (João Paulo II , L'Osservatore Romano de 30-07-89).

"Pelo sacramento da confirmação poderemos realizar em nós a mensagem de Cristo, mensagem de unidade, de amor, de justiça e de paz, em suma, de vida, até chegarmos á idade madura de Cristo, (Ef 4,13).

Paulo VI nos ensina: 'pelo sacramento da confirmação' aqueles que renasceram pelo Batismo recebem o dom sublime o próprio Espírito Santo. São enriquecidos por ele com uma força especial e, marcados pelo caráter desse sacramento ficam mais perfeitamente unidos á Igreja e mais estreitamente obrigados a difundir e defender a fé por palavras e atos, como verdadeiras testemunhas de Cristo" (Constituição Apostólica sobre a Confirmação).

"Este sacramento realiza nosso perfeito crescimento em Cristo.

Todo o organismo espiritual das virtudes e dos dons recebidos no batismo atingem seu pleno desenvolvimento. A confirmação vem fortificar todas as nossas energias espirituais e elevar-nos a um estado de perfeição que nos dá direito as graças necessárias para realizarmos em qualquer ocasião, no exercício de todas as virtudes, "os atos de um perfeito cristão.

Aqueles que recebem esse sacramento da plenitude de graça, ensina Santo Tomás, tornam-se conformes com Cristo em sua soberana perfeição de verbo encarnado, tal como São João no-lo descreve: 'cheio de graça e de verdade' (Jo 1,14) tornamo-nos outro Cristo.

Só o Espírito Santo é capaz de reproduzir em nós a verdadeira imagem do Filho.

Ele nos manifesta Jesus, é o mestre interior que nos da a conhecer Cristo, que nos faz compreender as suas palavras e os seus mistérios: 'porque procede de mim, diz Jesus, do mesmo modo que do Pai, ele me glorificara em vós.' (Jo 16,14), infundindo em nós a ciência divina, mantendo-nos, pelo amor, na presença de Jesus, inspirando-nos a fazer sempre o que é do seu agrado, estabelece em nós o reino de Cristo. Pela sua ação infinitamente delicada e soberanamente eficaz, forma Jesus em nós."

Meus amigos, o Catecismo nos ensina que o sacramento da confirmação aumenta o dom do Espírito Santo.

"Os dons são hábitos infusos de modo todo especial no sacramento do Espírito Santo, que é a confirmação.

Os dons diferem das virtudes no modo de agir, pois eles ajudam e facilitam a penosa prática das mesmas virtudes, inspirando, provocando suavemente o cristão a fazer o bem, a fugir do mal, a agradecer a Deus, a sofrer por ele e pelos irmãos.

Uma comparação: ao subirmos as escadas de um edifício, sentimo-nos cansados, mas continuamos com sacrifício e firmeza: é a imagem da virtude cristã. Pelo elevador subimos rápida e facilmente muitos andares: imagem dos dons que nos levam, por um instinto divino, aos atos mais heróicos."

Dá-nos uma força especial do Espírito Santo. "Jesus em At 1,8 diz: 'Recebereis uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e a Samaria, e até os confins da terra' (cf. 24,29). Isto quer dizer que a Confirmação comunica mais copiosa efusão do Espírito, tornando os cristãos fortes para dar testemunho da fé, para compreender mais clara e firmemente o depósito revelado." (Escola Mater Ecclesiae, Curso de Liturgia por correspondência, pág. 58, Dom Estévão Bettencourt).

CIC § 1304

Como o Batismo, do qual é consumação, a Confirmação é dada uma só vez, pois imprime na alma uma marca espiritual indelével, o “caráter [Cf. DS 1609] ”, que é o sinal de que Jesus Cristo assinalou um cristão com o selo de seu Espírito, revestindo-o da força do alto para ser sua testemunha [Cf. Lc 24,48-49] .

Como o Batismo, o sacramento da Confirmação, imprime caráter, isto é, imprime na alma um sinal que não se apaga, confere uma capacidade espiritual que as pessoas que não receberam não possuem .

A confirmação imprime na alma o caráter de soldado de Cristo, isto é, um cristão adulto preparado para as lutas da vida. Assim estamos capacitados a testemunhar Cristo no meio do mundo. Prezado ouvinte: Como está sendo o nosso testemunho?

Amigo ouvinte, a Igreja convoca todos os cristãos à uma "nova evangelização do mundo em que vivemos." Evangelizar o mundo de hoje é uma tarefa difícil, que seria impossível sem o Espírito Santo. Contemos com a graça do sacramento da confirmação que nos marca e nos torna aptos a essa tarefa.

Para Refletir:

O amigo ouvinte, já parou para refletir que a Igreja necessita sempre de apóstolos e de Santos?

Ninguém deve se sentir excluído dessa responsabilidade. O selo do Espírito Santo, que recebemos no sacramento da confirmação, nos capacita a trabalharmos pela expansão do reino, a ser apóstolos da nova evangelização pedida pela Igreja. Mas, como evangelizar sem dar testemunho e como testemunhar a não ser por uma vida Santa?

Lemos em (Ap 7,13): "Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos assinalado os servos de nosso Deus em suas frontes". Prezado irmão, esse sinal não nos preserva das provações, mas fortalece-nos nas lutas para que não desfaleçamos.

CIC § 1305

O “caráter” aperfeiçoa o sacerdócio comum dos fiéis, recebido no Batismo, e “o confirmado recebe o poder de confessar a fé de Cristo publicamente, e como que em virtude de um ofício (quasi ex ofício [Sto. Tomás de Aquino. S. Th. III, 72,5, as 2] )”.

"A confirmação é um aperfeiçoamento da consagração batismal, conferido mediante os gestos rituais da imposição das mãos e da unção."

Aqui citando São Tomás de Aquino, o Catecismo ensina que "o crismado dá o testemunho do nome de Cristo, realiza as ações do bom cristão em defesa e para a propagação da fé, em virtude do 'especial poder' do caráter, enquanto investido de uma função e de um mandato peculiares. É uma ‘participação do sacerdócio de Cristo nos fiéis, chamados ao culto divino que, no cristianismo, é uma derivação do sacerdócio de Cristo'." (João Paulo II - L'Osservatore Romano de 05-04-1992).

Por analogia com os demais efeitos da confirmação, podemos supor que o 'caráter' impresso por este sacramento aprofunda e reforça o caráter batismal, fazendo o cristão chegar à maturidade espiritual, assinalando-o como soldado de Cristo, a exemplo do sinal que os soldados antigos levavam sobre a fronte.

O caráter não é apenas um distintivo, mas reforça o 'sacerdócio comum dos fiéis', originado pelo Batismo.

Por ele todos os confirmados são chamados a dar o testemunho público da verdade cristã. Esse estado de testemunha dá a capacidade de ser arauto da Boa Nova.

Diácono Antonio Carlos
Comunidade Católica Nova Aliança