Reflexão: "Jesus se apresentou como o Restaurador do homem e da natureza, feridos pelo pecado, de acordo com o anúncio dos profetas. Assim, por exemplo, diz-nos Lc 4,18 que Jesus entrou na Sinagoga de Nazaré e leu o seguinte trecho de Isaías 61,10: 'O Espírito do Senhor está sobre Mim, porque Ele Me ungiu para proclamar a remissão dos pecados e aos cegos a recuperação da vista.'

As curas milagrosas realizadas por Jesus são sinas de que o Reino de Deus já chegou e a vitória sobre o pecado e suas consequências já foi iniciada (aliás, as curas [que Jesus fez] aparecem não raro associadas ao perdão dos pecados; cf. Mc 2,5-12)" (Escola Mater Ecclesiae, Curso por correspondência sobre os sacramentos, pág. 171, Dom Estévão Bettencourt).

"Cristo tornou-se [bem] próximo do mundo do sofrimento humano. 'Passou fazendo o bem'; e adotava este seu modo de proceder em primeiro lugar para com os que sofriam e os que esperavam ajuda. Curava os doentes, consolava os aflitos, dava de comer aos famintos, libertava os homens da surdez, da cegueira, da lepra, do demônio e de diversas deficiências físicas, por três vezes [Ele] restituiu a vida aos mortos. Era sensível a toda a espécie de sofrimento humano, tanto do corpo como da alma” (Citação livre de João Paulo II - O sentido cristão do sofrimento humano -16).

"Segundo Jesus, o sofrimento deve incitar de modo particular o amor ao próximo e ao empenho em prestar-lhe os serviços necessários. Jesus, ao falar do juízo final, pôs em particular relevo o conceito de que cada obra de amor realizada em favor do homem que sofre, é dirigida [a Ele mesmo]: 'Adoeci e visitas-tes-me' (Mt 25,36). Sobre estas palavras baseia-se a ética cristã e a  valorização do sofrimento aceito à luz da cruz" (João Paulo II - L'Osservatore Romano de 13-11-88).

Jesus deu sentido a tudo em nossa vida, até ao sofrimento. Por que este  sofrimento? É a pergunta de todas as dores. Que fiz eu? Que crime cometeu esta criança inocente? Outros são piores do que eu e sofrem menos. A predileção de Deus não se mede pela ausência de provações, ao contrário, Jesus  também  não foi poupado.

Amigo ouvinte, pior do que sofrer é não ter um sentido para a dor. Cristo crucificado deu um profundo significado ao sofrimento. O sofrimento não é a última palavra. O que dá valor a uma vida não é somente a dor mesmo dignamente suportada, mas também a capacidade de transformá-la em amor e redenção.