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Liturgia de 08 de maio de 2020

SEXTA FEIRA – IV SEMANA DA PÁSCOA
(Branco, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Vós nos resgataste, Senhor, pelo vosso sangue, de todas as raças, línguas, povos e nações e fizestes de nós um reino e sacerdotes para o nosso Deus, aleluia! (Ap 5,9).

Oração do dia

 

- Deus, a quem devemos a liberdade e a salvação, fazei que possamos viver por vossa graça e encontrar em vós a felicidade eterna, pois nos remistes com o sangue do vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 13,26-33

 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, tendo chegado a Antioquia da Pisídia, Paulo disse na sinagoga: 26“Irmãos, descendentes de Abraão, e todos vós que temeis a Deus, a nós foi enviada esta mensagem de salvação. 27Os habitantes de Jerusalém e seus chefes não reconheceram a Jesus e, ao condená-lo, cumpriram as profecias que se lêem todos os sábados. 28Embora não encontrassem nenhum motivo para a sua condenação, pediram a Pilatos que fosse morto. 29Depois de realizarem tudo o que a Escritura diz a respeito de Jesus, eles o tiraram da cruz e o puseram num túmulo. 30Mas Deus o ressuscitou dos mortos 31e, durante muitos dias, ele foi visto por aqueles que o acompanharam desde a Galileia até Jerusalém. Agora eles são testemunhas de Jesus diante do povo. 32Por isso, nós vos anunciamos este Evangelho: a promessa que Deus fez aos antepassados, 33ele a cumpriu para nós, seus filhos, quando ressuscitou Jesus, como está escrito no salmo segundo: “Tu és o meu filho, eu hoje te gerei”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 2,6-7.8.9.10-11 (R: 7)

 

- Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!

R: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!


- “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei e em Sião, meu monte santo, o consagrei!” O decreto do Senhor promulgarei, foi assim que me falou o Senhor Deus: “Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!”

R: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!


- Podes pedir-me, e em resposta eu te darei por tua herança os povos todos e as nações, e há de ser a terra inteira o teu domínio. Com cetro férreo haverás de dominá-los, e quebrá-los como um vaso de argila!

R: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!


- E agora, poderosos, entendei; soberanos, aprendei esta lição: Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória e prestai-lhe homenagem com respeito!

R: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim

(Jo 14,6).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 14,1-6

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.  5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Vou preparar-vos um lugar... (Jo 14,1-6)

Assim como o pastor caminha à frente de seu rebanho, Jesus Cristo, o novo Adão, é o primeiro homem de uma raça nova que fez a aliança definitiva com Deus. Até mesmo na passagem deste mundo para o Pai, Jesus veio se antecipar a nós e iluminar a todos o caminho a seguir.

De certo modo, este Evangelho assume também um caráter sentimental. Afinal, trata-se de uma despedida: Jesus nos fala de sua “ida” para o Pai. Trata-se de uma “ruptura” no modo tradicional de relacionar-se entre o Mestre e seus discípulos. Uma relação de profunda amizade, com todo o seu tempero humano: a amizade solidificada em quase três anos de convivência diária, entre milagres e privações, encontros e desencontros, aclamações e ciladas.

Chega o momento inquietante da despedida. Jesus deixa claro que não é um “adeus”, mas um “até logo”. Na casa do Pai há muitas moradas. Indo à frente, Jesus prepara-lhes um lugar. O objetivo? Não interromper a amizade: “... para que, onde Eu estiver, vós estejais também...”

Onde será isso? No “céu”? Talvez não. Não seria esse “lugar” o próprio Jesus? Estar EM Jesus é estar NO PAI. Viver em comunhão com Jesus é antecipar o “céu”. Receber, em Pentecostes, a plenitude do Espírito Santo – que é o Espírito de Jesus – não é, já, estar “na casa do Pai”? Creio que sim.

Sim, é preciso reconhecer que nós estamos no mundo, mas não somos do mundo. É por isso que o Apóstolo Paulo usa a imagem de uma tenda (2Cor 5,1-4), ou seja, uma espécie barraca, que montamos e desmontamos a cada etapa do percurso. Figura muito apropriada para definir o aspecto provisório e efêmero desta nossa condição humana. Estamos de passagem...

No entanto, ainda que “passageiros do planeta”, já trazemos dentro nós uma semente de imortalidade. Nossa alma espiritual não se extingue com a morte corporal e se projeta em Deus, no eterno. Por saber que este tempo é breve, o cristão sente acrescida a sua responsabilidade de realizar a sua participação na edificação de um Reino que ainda não se vê plenamente realizado no meio de nós.

A promessa de Jesus, que aponta para um além, inclui a permanência de nossa amizade com Ele. E isto é uma Boa Notícia!

Orai sem cessar: “O Senhor me esconderá na sua tenda!” (Sl 27,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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