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Liturgia de 16 de dezembro de 2019

SEGUNDA FEIRA DA III SEMANA DO ADVENTO

(roxo, pref. do Advento I - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Ó nações, escutai a palavra do Senhor; levai a boa-nova até os confins da terra! Não tenhais medo: eis que chega o nosso salvador (Jr 31,10; Is 35,4).

Oração do dia

 

- Inclinai, ó Deus, o vosso ouvido de Pai à vossa súplica e iluminai as trevas do vosso coração com a visita do vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Nm 24,2-7.15-17


- Leitura do livro dos Números: Naqueles dias, 2Balaão levantou os olhos e viu Israel acampado por tribos. O espírito de Deus veio sobre ele, 3e Balaão pronunciou seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos; 4oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 5Como são belas as tuas tendas, ó Jacó, e as tuas moradas, ó Israel! 6Elas se estendem como vales, como jardins ao longo de um rio, como aloés que o Senhor plantou, como cedro junto das águas. 7A água transborda de seus cântaros, e sua semente é ricamente regada. Seu rei é mais poderoso do que Agag, seu reino está em ascensão”. 15E Balaão continuou pronunciando o seu poema: “Oráculo de Balaão, filho de Beor, oráculo do homem que tem os olhos abertos, 16oráculo daquele que ouve as palavras de Deus, e conhece os pensamentos do Altíssimo, que vê o que o Poderoso lhe faz ver, que cai, e seus olhos se abrem. 17aEu o vejo, mas não agora; e o contemplo, mas não de perto. Uma estrela sai de Jacó, e um cetro se levanta de Israel”.

Salmo Responsorial: Sl 25,4bc-5ab.6-7bc.8-9 (R: 4b)

- Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!


- Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos, e fazei-me conhecer a vossa estrada! Vossa verdade me oriente e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação.

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!


- Recordai, Senhor meu Deus, vossa ternura e a vossa compaixão que são eternas! De mim lembrai-vos, porque sois misericórdia e sois bondade sem limites, ó Senhor!

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!


- O Senhor é piedade e retidão, e reconduz ao bom caminho os pecadores. Ele dirige os humildes na justiça, e aos pobres ele ensina o seu caminho.

R: Fazei-me conhecer a vossa estrada, ó Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade e a vossa salvação nos concedei!

(Sl 84,8)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 21,23-27


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 23Jesus voltou ao Templo. Enquanto ensinava, os sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele e perguntaram: “Com que autoridade fazes estas coisas? Quem te deu tal autoridade?24Jesus respondeu-lhes: “Também eu vos farei uma pergunta. Se vós me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas coisas. 25Donde vinha o batismo de João? Do céu ou dos homens?” Eles refletiam entre si: “Se dissermos ‘do céu’, ele nos dirá: ‘Por que não acreditastes nele?’ 26Se dissermos: ‘Dos homens’, temos medo do povo, pois todos têm João Batista na conta de profeta”. 27Eles então responderam a Jesus: “Não sabemos”. Ao que Jesus também respondeu: “Eu também não vos direi com que autoridade faço estas coisas”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada

Quem te deu esta autoridade? (Mt 21,23-27)

A interpelação direta dos donos da religião no tempo de Jesus demonstra, por um lado, que eles já haviam percebido em Jesus uma “autoridade” incomum, que superava os limites normais do homem. Podemos atribuir sua pergunta à ignorância (o que seria desculpável) ou à petulância, bem mais provável. Acostumados a impor ao povo os seus preceitos, sem que ninguém oferecesse contestação, os sacerdotes e anciãos inclinavam-se naturalmente a desprezar o tal “profeta da Galileia”.

E como sempre acontece com os petulantes, eles não recebem resposta alguma. Jesus deixa claro que não lhes deve qualquer satisfação. Assim pensa também Hébert Roux:

“A presença de Jesus e suas intervenções no Templo colocam aos chefes religiosos de Israel um problema de disciplina eclesiástica. Em várias ocasiões, os Evangelhos nos mostram os chefes do povo acusando Jesus de usurpar um poder que pertence a Deus (cf. Mt 9,1-8; Jo 5,17-18 etc.). Nicodemos, ao contrário, reconhece em Jesus ‘um doutor vindo de Deus’ (Jo 3,2).”

“Ora, aqui Jesus se recusa a justificar-se diante deles. Aí está o ponto capital de toda esta passagem. Sua recusa já é, em si mesma, uma resposta. Assim ele mostra que retira sua autoridade dos homens e não tem de lhes prestar contas: ele é o Senhor do Sábado (12,8), o Senhor do Templo e da Lei. Ele já disse tudo isso e não se digna de repeti-lo. Jesus se contenta em despedi-los com uma pergunta: sua resposta dependerá da resposta deles. E no centro da pergunta está a figura de João Batista, que eles rejeitaram.”

Se o batismo de João era uma missão divina, por que não o acolheram? Seria então meramente humana? Mas Jesus sabe que eles temem entrar em choque com o povo, que via em João um autêntico profeta do Senhor. Vendo que estavam em uma ‘sinuca de bico’, negam-se a responder. Preferem alegar sua ignorância: - “Não sabemos...” E Jesus, encerrando o encontro: “Pois eu também não digo a origem de minha autoridade”.

Afinal, para que identificar a origem da autoridade de Jesus Cristo, se não estamos dispostos a seguir sua doutrina e imitar os seus gestos? Os pescadores que abandonaram suas barcas não fizeram o mesmo inquérito. Mateus abandona sua banca de coletor de impostos sem pedir ao Mestre uma carteira de identidade. Só os simples acolhem o chamado de Deus...

Orai sem cessar: “Tu me chamarias e eu responderia...” (Jó 14,15)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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