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Liturgia de 04 de setembro de 2019

QUARTA FEIRA – XXII SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Tende compaixão de mim, Senhor, clamo por vós o dia inteiro; Senhor, sois bom e clemente, cheio de misericórdia para aqueles que vos invocam

(Sl 85,3.5).

 

Oração do dia

 

- Deus do universo, fonte de todo bem, derramai em nossos corações o vosso amor e estreitai os laços que nos unem convosco para alimentar em nós o que é bom e guardar com solicitude o que nos destes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Cl 1,1-8

 

- Início da carta de são Paulo aos Colossenses: 1Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, 2aos santos e fiéis irmãos em Cristo que estão em Colossas: graça e paz da parte de Deus nosso Pai. 3Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, sempre rezando por vós, 4pois ouvimos acerca da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que mostrais para com todos os santos, 5animados pela esperança na posse do céu. Disso já ouvistes falar no Evangelho, cuja palavra de verdade chegou até vós. 6E como no mundo inteiro, assim também entre vós ela está produzindo frutos e se desenvolve desde o dia em que ouvistes a graça divina e conhecestes verdadeiramente. 7Assim aprendestes de Epafras, nosso estimado companheiro, que é junto de vós um autêntico mensageiro de Cristo. 8Foi ele quem nos deu notícia sobre o amor que o Espírito suscitou em vós.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 52,10.11 (R: 10b)

 

- Confio na clemência do meu Deus, agora e sempre.

R: Confio na clemência do meu Deus, agora e sempre.


- Eu, porém, como oliveira verdejante na casa do Senhor, confio na clemência do meu Deus agora e para sempre!

R: Confio na clemência do meu Deus, agora e sempre.


- Louvarei a vossa graça eternamente, porque vós assim agistes; espero em vosso nome, porque é bom, perante os vossos santos!

R: Confio na clemência do meu Deus, agora e sempre.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4,18).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 4,38-44

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 38Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39Inclinando-se sobre ela, Jesus ameaçou a febre, e a febre a deixou. Imediatamente, ela se levantou e começou a servi-los. 40Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levaram a Jesus. Jesus punha as mãos em cada um deles e os curava. 41De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus”. Jesus os ameaçava, e não os deixava falar, porque sabiam que ele era o Messias. 42Ao raiar do dia, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, indo até ele, tentavam impedi-lo de as deixar. 43Mas Jesus disse: “Eu devo anunciar a Boa nova do Reino de Deus também a outras cidades, porque para isso é que eu fui enviado”. 44E pregava nas sinagogas da Judéia.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Levavam os doentes a Jesus... (Lc 4,38-44)

Na Palestina do tempo de Jesus, certamente havia muitos sacerdotes, muitos doutores da Lei, assim como poderosos governadores, tetrarcas e regentes. Mas ninguém ia até eles para apresentar-lhes os seus doentes. E se acaso o fizessem, seriam mal recebidos.

Ao contrário, tão logo as multidões percebiam a presença de Jesus, ali se reunia a legião dos desgraçados deste mundo. Uma atração irresistível...

Comenta Helmut Gollwitzer: “Toda a miséria do mundo se reúne em torno daquele de quem espera socorro. A riqueza atrai a riqueza e o poder atrai o poder. Este rei, ao contrário, atrai irresistivelmente aqueles que são rejeitados pelos grandes aqui de baixo. No Reino de Deus não se escamoteia a verdade sobre este mundo, mas ela é posta a nu. Nossas tentativas de apresentar a terra como um mundo sadio, de esquecer sua perversão escondendo ou afastando toda feiura e toda doença, traem na realidade o nosso mal-estar. Ali onde o Salvador está presente revela-se a verdadeira miséria. Aquele que vem a Jesus deve aceitar a miserável companhia de homens pervertidos, decaídos, cegos e enfermos em seu corpo como em sua alma”.

Não é verdade que nossas associações religiosas correm o risco de buscar uma estranha virtude de “higienização”? Uma igreja só de santos... Uma comunidade de perfeitos... Um grupo de oração sem misérias humanas... A prova disso está na facilidade em eliminar os caídos e os pecadores, talvez porque nos sentimos ameaçados com as falhas dos outros – exatamente as falhas possíveis em nós mesmos...

Deve ser por isso que Jesus nos deu uma ordem: “Não julgueis para que não sejais julgados”. (Mt 7,1) De fato, ao assumir o posto de juízes, ocupamos uma cadeira que pertence exclusivamente a Deus, ele mesmo um Juiz que adia de modo incompreensível a sua Vinda para nos julgar.

Jesus de Nazaré é bem diferente dos doutores da Lei daquele tempo: não repele ninguém, pessoa alguma se aproxima dele em vão. Quando Jesus se apresenta, nenhum sofrimento humano fica esquecido. No Evangelho de hoje, os moradores da cidade o reconhecem e o cercam. Este “reconhecimento” desarma o Senhor e abre as comportas de sua misericórdia.

E depois de ter atendido a todos, Jesus segue adiante em sua caminhada, pois deve anunciar a misericórdia também a outros lugares. Ele não se detém para colher os aplausos e os agradecimentos. Lá diante, há mais miséria: é lá que ele deve estar...

Orai sem cessar: “Busquei o Senhor, e ele me respondeu...” (Sl 34,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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