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Liturgia de 06 de abril de 2019

SABADO  DA  IV SEMANA DA QUARESMA
(Roxo, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- As ondas da morte me cercavam, tragavam-me as torrentes infernais; na minha angustia chamei pelo Senhor, de seu templo ouviu a minha voz  (Sl 17,5).

Oração do dia

 

- Ó Deus, na vossa misericórdia, dirigi os vossos corações, pois, sem o vosso auxílio, não vos podemos agradar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jr 11,18-20

 

- Leitura do livro do profeta Jeremias: 18Senhor, avisaste-me e eu entendi; fizeste-me saber as intrigas deles. 19Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício, e não sabia que tramavam contra mim: “Vamos cortar a árvore em toda a sua força, eliminá-lo do mundo dos vivos, para seu nome não ser mais lembrado”.  20E tu, Senhor dos exércitos, que julgas com justiça e perscrutas os afetos do coração, concede que eu veja a vingança que tomarás contra eles, pois eu te confiei a minha causa.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 7,2-3.9bc-10.11-12 (R: 2a)

- Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.


- Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio: vinde salvar-me do inimigo, libertai-me! Não aconteça que agarrem minha vida como um leão que despedaça a sua presa, sem que ninguém venha salvar-me e libertar-me!

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.


- Julgai-me, Senhor Deus, como eu mereço e segundo a inocência que há em mim! Ponde um fim à iniquidade dos perversos, e confirmai o vosso justo, ó Deus-justiça, vós que sondais os nossos rins e corações.

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.


- O Deus vivo é um escudo protetor, e salva aqueles que têm reto coração. Deus é juiz, e ele julga com justiça, mas é um Deus que ameaça cada dia.

R: Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 7,40-53

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

 

- Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes!  (Lc 8,15)

Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 40ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas diziam: “Este é, verdadeiramente, o Profeta”. 41Outros diziam: “Ele é o Messias”. Mas alguns objetavam: “Porventura o Messias virá da Galileia? 42Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?”  43Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele. 45Então, os guardas do Templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?”  46Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. 47Então os fariseus disseram-lhes: “Também vós vos deixastes enganar? 48Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? 49Mas esta gente que não conhece a Lei, é maldita!” 50Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que se tinha encontrado com Jesus anteriormente, disse: 51“Será que a nossa Lei julga alguém, antes de o ouvir e saber o que ele fez?” 52Eles responderam: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta”. 53E cada um voltou para sua casa.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

 

  

Liturgia comentada
Surgiu uma divisão por causa dele... (Jo 7,40-53)

Não havia consenso a respeito de Jesus de Nazaré. Sua figura era objeto de discussões e antagonismos. De um lado, o povo, que ouvia seu ensinamento e testemunhava seus milagres; do outro, sacerdotes e fariseus, os “donos da religião”, em cujos preceitos e preconceitos não se encaixava o incômodo profeta. E cada grupo fincava pé em suas posições...

Mesmo os conterrâneos de Jesus acham difícil apostar nele. Sua falta de fé chegou a impedi-lo de fazer milagres em sua pátria (cf. Mc 6,5-6). Dentro de sua própria família, houve quem o julgasse sem o juízo perfeito (cf. Mc 3,21). E no grupo dos Doze, o seu líder chegou a adverti-lo por falar de sua paixão e morte (cf. Mt 16,22-23). Depois, disso, seria insensatez de nossa parte achar estranho que a pessoa de Jesus cause divisões...

Aliás, ele-mesmo, Jesus de Nazaré, falou desse desacordo entre as pessoas que fizessem contato com ele: “Não penseis que vim trazer paz à terra! Não vim trazer paz, mas a espada.” (Mt 10,34ss) E o Mestre exemplifica com divisões que ocorreriam até no interior das famílias com pais e filhos e campos opostos por causa dele.

Como pano de fundo, o mistério da liberdade humana. Alguns ramos do cristianismo falam em uma espécie de predestinação, atribuindo a Deus a escolha prévia de quem seria salvo ou condenado. Não é esta a fé da Igreja Católica. Nós cremos que cada pessoa permanece livre para acolher, ou não, a salvação oferecida em Jesus Cristo.

Entra aqui outro mistério: o dom da fé! No seio da mesma comunidade, da mesma família, alguns aderem a Jesus Cristo, outros o rejeitam. Seria necessário verificar os motivos dessa rejeição. Por que tanta gente manifesta repulsa ou indiferença pelo amor de Deus revelado EM e POR Jesus?

Existem aqueles que o rejeitam por terem adotado um estilo de vida incompatível com o Evangelho, adoradores do dinheiro, do poder, da corrupção, das glórias mundanas. Não poderiam aceitar a Jesus sem adotar profunda mudança de vida. Existem outros que se escandalizaram com a conduta de pessoas conhecidas que se dizem cristãs. Esta ferida os mantém à distância. Existem muitos que foram vítimas de cristãos nominais que os exploraram, escravizaram e bombardearam. Não admira que Jesus Cristo seja intragável para eles...

Bem-aventurados aqueles que ouviram e acolheram a mensagem de Jesus! Na imagem do Salmo 1, são como árvores plantadas à beira das águas: estarão sempre florescentes e darão fruto no tempo oportuno.

Nascidos em família cristã, educados na fé, alimentados pelos sacramentos da Igreja, será que nós temos consciência de nosso privilégio? Somos agradecidos por todo o investimento de graça e de amor que Deus realizou em nossa vida?

Orai sem cessar: “Entoai ação de graças ao Senhor!” (Sl 147,7)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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