L Liturgia

Liturgia de 07 de julho de 2018

SABADO – XIII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – Ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria. (Sl 46,2)

Oração do dia

 

- Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Am 9,11-15

- Leitura da Profecia de Amós: Assim diz o Senhor: 11Naquele dia, reerguerei a tenda de Davi, em ruínas, e consertarei seus estragos, levantando-a dos escombros, e reconstruindo tudo, como nos dias de outrora; 12deste modo possuirão todos o resto de Edom e das outras nações, que são chamadas com o meu nome, diz o Senhor, que tudo isso realiza. 13Eis que dias virão, diz o Senhor, em que se seguirão de perto quem ara e quem ceifa, o que pisa as uvas e o que lança a semente; os montes destilarão vinho e as colinas parecerão liquefazer-se. 14Mudarei a sorte de Israel, meu povo, cativo; eles reconstruirão as cidades devastadas, e as habitarão, plantarão vinhas e tomarão o vinho, cultivarão pomares e comerão seus frutos. 15Eu os plantarei sobre o seu solo e eles nunca mais serão arrancados de sua terra, que eu lhes dei”, diz o Senhor teu Deus.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 85,9.11-12.13-14 (R: 9)

 

- O Senhor anunciará a paz para o seu povo.

R: O Senhor anunciará a paz para o seu povo.


- Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração.

R: O Senhor anunciará a paz para o seu povo.


- A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.

R: O Senhor anunciará a paz para o seu povo.


- O Senhor nos dará tudo o que é bom, e nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.

R: O Senhor anunciará a paz para o seu povo.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem 

(Jo 10,27)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 9,14-17

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão. 16Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa a roupa e o rasgão fica maior ainda. 17Também não se põe vinho novo em odres velhos, senão os odres se arrebentam, o vinho se derrama e os odres se perdem. Mas vinho novo se põe em odres novos, e assim os dois se conservam”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   

 

Liturgia comentada
Vinho novo, odres velhos... (Mt 9,14-17)

Quando lecionei no Curso Técnico de Química, aprendi que determinado ácido devia ser acondicionado em frascos de barro, pois ele corroía o vidro. Os fabricantes de perfume se esmeram ao escolher o recipiente para suas essências, dando-lhes um ar de nobreza e refinamento.

Também no Oriente, não se guardava o vinho novo em qualquer tipo de odre. O couro ressequido de um odre já usado não resistiria à expansão dos gases de um vinho novo, ainda em fermentação. Acabaria rompido, perdendo-se o vinho e o cantil.

É um sinal de sabedoria encontrar o vaso certo para o conteúdo que vamos guardar. Quando surgiram os primeiros grupos de oração de linha carismática, muitos erros foram cometidos, na sofreguidão de derramar o vinho novo do Espírito, mas sem levar em conta o ressecamento da vida paroquial. Não admira que fossem tantas e tão graves as rejeições experimentadas...

Equívoco semelhante ocorre quando se tenta transmitir a catequese e a doutrina para fiéis (crianças, jovens ou adultos) que ainda não ouviram o querigma, o primeiro anúncio do Evangelho. Que sentido faz para um jovem ouvir falar de sacramentos antes de experimentar em sua vida a presença única de Jesus? Antes de fazer uma opção pessoal pelo único Salvador de nossas vidas?

É preciso levar em conta a relação entre os vasos e seu conteúdo. Paulo sabia disso, ao contrastar o barro humano e a Graça divina: “Trazemos esse tesouro [a luz em nossos corações] em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós”, (2Cor 4,7) Ninguém devia iludir-se e superestimar sua própria natureza!

Olhando à nossa volta, vemos vários setores da Igreja claramente petrificados, mumificados, sem vida e sem movimento. Odres velhos, não? Ao contrário, conheço paróquias vivas, pulsantes, irradiantes, onde foi derramada a água viva do Espírito, renovando previamente os corações que deveriam – depois! – acolher e transmitir a Boa Nova. Ali se experimenta, agora, o vinho novo, borbulhante e capitoso.

Procissões, novenas, tríduos, cavalgadas, práticas repetidas ao longo de décadas, sem que seus participantes acordem para fome do pobre, para a solidão dos idosos, para a ruína das famílias. Quando virá o fogo do céu?

Orai sem cessar: “Vem, ó Espírito, dos quatro ventos!” (Ez 37,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.