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Liturgia de 21 de junho de 2018

QUINTA FEIRA – SÃO LUIS GONZAGA - RELIGIOSO
(Branco, pref. comum ou dos santos - ofício da memória)

Antífona de entrada

 

- O homem de coração puro e mãos inocentes é digno de subir à montanha do Senhor e de permanecer em seu santuário. (Sl 23,4.3)

Oração do dia

 

- Ó Deus, fonte dos dons celestes, reunistes no jovem Luís Gonzaga a prática da penitência e a admirável pureza de vida. Concedei-nos, por seus méritos e preces, imitá-lo na penitência, se não o seguimos na inocência. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Eclo 48,1-15

 

- Leitura do Livro do Eclesiástico: 1O profeta Elias surgiu como um fogo, e sua palavra queimava como uma tocha. 2Fez vir a fome sobre eles e, no seu zelo, reduziu-os a pouca gente. 3Pela palavra do Senhor fechou o céu e de lá fez cair fogo por três vezes. 4Ó Elias, como te tornaste glorioso por teus prodígios! Quem poderia gloriar-se de ser semelhante a ti?  5Tu, que levantaste um homem da morte e dos abismos, pela palavra do Senhor; 6tu, que precipitaste reis na ruína e fizeste cair do leito homens ilustres; 7tu, que ouviste censuras no Sinai e decretos de vingança no Horeb. 8Tu ungiste reis, para tirar vingança, e profetas, para te sucederem; 9tu foste arrebatado num turbilhão de fogo, um carro de cavalos também de fogo, 10tu, nas ameaças para os tempos futuros, foste designado para acalmar a ira do Senhor antes do furor, para reconduzir o coração do pai ao filho, e restabelecer as tribos de Jacó. 11Felizes os que te viram, e os que adormeceram na tua amizade! 12Nós também, com certeza, viveremos; mas, após a morte, não será tal o nosso nome. 13Apenas Elias foi envolvido no turbilhão, Eliseu ficou repleto do seu espírito. Durante a vida não temeu príncipe algum, e ninguém o superou em poder. 14Nada havia acima de suas forças, e, até já morto, seu corpo profetizou. 15Durante a vida realizou prodígios e, mesmo na morte, suas obras foram maravilhosas.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 97, 1-2.3-4.5-6.7 (R: 12a)

 

- Ó justos, alegrai-vos no Senhor!

R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor!


- Deus é Rei! Exulte a terra de alegria, e as ilhas numerosas reju­bilem! Treva e nuvem o rodeiam no seu trono, que se apoia na justiça e no direito.

R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor!


- Vai um fogo caminhando à sua frente e devora ao redor seus inimigos. Seus relâmpagos clareiam toda a terra; toda a terra ao contemplá-los estremece.

R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor!


- As montanhas se derretem como cera ante a face do Senhor de toda a terra; e assim proclama o céu sua justiça, todos os povos podem ver a sua glória.

R:  Ó justos, alegrai-vos no Senhor!


- “Os que adoram as estátuas se envergonhem e os que põem a sua glória nos seus ídolos; aos pés de Deus vêm se prostrar todos os deuses!”

R: Ó justos, alegrai-vos no Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Recebestes um espírito de adoção, no qual clamamos Aba! Pai!  (Rm 8,15) 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 6,7-15

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós come­testes”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Seja feita a vossa vontade... (Mt 6,7-15)

É estranho como um ato essencialmente religioso – a oração – possa ser o campo de tantos desvios, tantos enganos, tanta corrupção! Que as tribos primitivas oferecessem “iscas” para amansar os espíritos e os orixás, entende-se. Mas um cristão fazer da oração uma ferramenta para dobrar Deus diante de suas próprias vontades, não dá para entender...

Entretanto, ainda existem cristãos dispostos a rezar para “dobrar” a Deus, dominá-lo por meio de “orações de poder” cujo efeito seria automático, sem perceber que estão confundindo a vida de oração com o exercício da magia.

Neste Evangelho, a pedido dos próprios discípulos (cf. Lc 11,1), Jesus de Nazaré nos ensina uma oração em que filhos se dirigem a um Pai. É a oração dominical ou o Pai-Nosso. Nela, expressamos três aspirações e fazemos três pedidos. Do mais profundo do fiel, brotam as aspirações pela santificação do Nome de Deus, pela vinda do Reino e pelo cumprimento da vontade divina aqui na terra, tal como se cumpre no céu. E seguem as súplicas pelo pão cotidiano, o essencial, pelo perdão de nossos pecados e pela libertação do maligno.

Se Jesus nos ensina a rezar assim, é porque tudo isto está de acordo com a vontade do Pai. E seria loucura total pretender que uma oração nossa – por mais engenhosa e sábia - pudesse forçar Deus a fazer alguma coisa que ele mesmo não quer. Pois acontece: cristãos que rezam para que o Senhor Onipotente faça a vontade... deles!

Como observa o exegeta Hébert Roux, “toda petição é vã se não se inspirar nas verdadeiras necessidades que Deus conhece e revela, que não se atenha ao dom de Deus e ao cumprimento de sua vontade. Aqui também trata-se da justiça do Reino, que se cumpre em Jesus Cristo, e não aquela que o homem natural acredita realizar. A verdadeira oração é uma ação de Deus no homem, e não uma ação do homem sobre Deus”.

Ridícula pretensão a nossa se pretendemos orientar Deus sobre o que fazer em nossas vidas: ele sabe o que fazer! A oração se torna autêntica quando aquele que reza se declara disposto a cumprir os desígnios do Senhor: “Mostra-me, Senhor, os teus caminhos; guia-me na senda reta!” (Sl 27,11)

O exemplo perfeito de oração Jesus no-lo deu em sua agonia: “Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; mas não se faça a minha vontade e, sim, a tua!” (Lc 22,42) Fica bem claro: toda preferência nossa, todo impulso pessoal, toda conveniência fica subordinada a uma vontade maior, que é a vontade do Pai. E seria um absurdo imaginar que nossa vontade fosse mais eficaz e justa que a vontade de Deus.

Logo antes da Comunhão, rezamos o Pai-Nosso. É que, entrando em simbiose com Jesus, o Filho, nós também somos filhos dispostos a cumprir a vontade do Pai.

Orai sem cessar: “Meu Deus, que eu cumpra a tua vontade!” (Sl 40,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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