L Liturgia

Liturgia de 12 de junho de 2018

TERÇA FEIRA – X SEMANA COMUM
(Verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

-  O Senhor é minha luz e salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem temerei? Meus opressores e inimigos, são eles que vacilam e sucumbem (Sl 26,1)

Oração do dia

 

- Ó Deus, fonte de todo bem, atendei ao nosso apelo e fazei-nos, por vossa inspiração, pensar o que é certo e realizá-lo com vossa ajuda. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Rs 17,7-16

- Leitura do Primeiro Livro dos Reis: Naqueles dias, 7secou a torrente do lugar onde Elias estava escondido, porque não tinha chovido no país. 8Então a palavra do Senhor foi-lhe dirigida nestes termos: 9“Levanta-te e vai a Sarepta dos sidônios, e fica morando lá, pois ordenei a uma viúva desse lugar que te dê sustento”. 10Elias pôs-se a caminho e foi para Sarepta. Ao chegar à porta da cidade, viu uma viúva apanhando lenha. Ele chamou-a e disse: “Por favor, traze-me um pouco de água numa vasilha para eu beber”. 11Quando ela ia buscar água, Elias gritou-lhe: “Por favor, traze-me também um pedaço de pão em tua mão!” 12Ela respondeu: “Pela vida do Senhor, teu Deus, não tenho pão. Só tenho um punhado de farinha numa vasilha e um pouco de azeite na jarra. Eu estava apanhando dois pedaços de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho, para comermos e depois esperar a morte”. 13Elias replicou-lhe: “Não te preocupes! Vai e faze como disseste. Mas, primeiro, prepara-me com isso um pãozinho, e traze-o. Depois farás o mesmo para ti e teu filho. 14Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘A vasilha de farinha não acabará e a jarra de azeite não diminuirá, até o dia em que o Senhor enviar a chuva sobre a face da terra’”. 15A mulher foi e fez como Elias lhe tinha dito. E comeram, ele e ela e sua casa, durante muito tempo. 16A farinha da vasilha não acabou nem diminuiu o óleo da jarra, conforme o que o Senhor tinha dito por intermédio de Elias.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 4,2-3.4-5.7-8 (R: 7)

 

- Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face!
R: Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face!


- Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição, atendei-me por piedade e escutai minha oração! Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?

R: Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face!


- Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece! Se ficar­des revoltados, não pequeis por vossa ira; meditai nos vossos leitos e calai o coração!

R: Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face!


- Muitos há que se perguntam: “Quem nos dá felicidade?” Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face! Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração, do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.

R: Sobre nós fazei brilhar o esplendor da vossa face!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Vós sois a luz do mundo; brilhe a todos vossa luz. Vendo eles vossas obras, dêem glória ao Pai celeste! (Mt 5,16)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5, 13-16

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 13“Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se tornar insosso, com que salgaremos? Ele não servirá para mais nada, senão para ser jogado fora e ser pisado pelos homens. 14Vós sois a luz do mundo. Não pode ficar escondida uma cidade construída sobre um monte. 15Ninguém acende uma lâmpada e a coloca debaixo de uma vasilha, mas sim num candeeiro, onde ela brilha para todos os que estão em casa. 16Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

 

Liturgia comentada
Brilhe a vossa luz! (Mt 5,13-16)

“As imagens evangélicas do sal e da luz, embora se refiram indistintamente a todos os discípulos de Jesus, são particularmente significativas se aplicadas aos cristãos leigos e leigas.” São palavras do Documento 105 da CNBB [2016] sobre os leigos na Igreja e na sociedade. E prossegue: “Expressam sua inserção profunda e participação plena nas atividades e situações da comunidade humana e, sobretudo, falam da novidade e originalidade de uma inserção e de uma participação destinadas à difusão do Evangelho que salva”. (Nº 13)

O discípulo é iluminado por Jesus. Aliás, os primeiros cristãos chamavam o Batismo de “iluminação”. Quando Jesus diz que os discípulos são a “luz do mundo” (Mt 5,14), atribui a eles uma definição que aplicaria a si mesmo: “Eu sou a luz do mundo” (cf. Jo 9,5). Mas essa luz deve brilhar diante dos homens, condição para que Deus seja glorificado quando as boas obras dos fiéis vierem à luz. Exemplo disto nós presenciamos com a morte de João Paulo II, quando o reconhecimento universal de sua santidade manifestou-se em louvor e ação de graças ao Senhor.

O Mestre nos alerta para um risco a ser evitado: acender a candeia e, a seguir, deixá-la debaixo do alqueire. O “alqueire” não é um “caixote”, como traduziu com humor certo folheto de missa, recentemente. Alqueire era, na Palestina antiga, uma medida para cereais, algo como um grande pote de barro, cuja capacidade não foi possível determinar.

Na sua infância, em Nazaré, quando a Sagrada Família se preparava para dormir, Jesus via que Maria cobria com um pote de barro a lamparina de azeite. Se soprasse a chama, mesmo torcendo o pavio com os dedos (como faziam os sacristãos de antanho), a pequena casa seria invadida pelo cheiro acre de coisa queimada. Cobrindo a chama com o pote, logo ficaria sem o oxigênio e se apagaria, sem empestar o ambiente... Desde a infância, Jesus deve ter pensado em sua missão, refletindo: “Jamais apagarei a chama que ainda fumega”. Isto é, sempre darei mais uma oportunidade ao pecador, à mulher hesitante, ao homem fraco. Isto ajuda a entender sua relação com Judas...

A luz que brilha sobre o candelabro é o cristão que dá testemunho de sua fé por meio de uma vida coerente com a crença que alega ter. A filha que cuida com amor da mãe entrevada, o filho que sustenta o velho pai, a mãe que se desgasta na educação dos filhos, as mãos calejadas do trabalhador – tudo isto são lampejos de luz para clarear um mundo de trevas. É remédio para o egoísmo, para o utilitarismo, para a autopromoção, para a indiferença.

O Concílio Vaticano II reconhece que “a luz do mundo” é Cristo (cf. LG, 1). Mas a Igreja deve ser uma “casa iluminada”: de suas janelas abertas para o mundo, o brilho dos fiéis espanta as trevas do planeta.

Sou luz? Ou espalho as trevas à minha volta?

Orai sem cessar: “O Senhor é minha luz e minha salvação!” (Sl 27,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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