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Liturgia de 09 de junho de 2018

SABADO – IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
(Branco, pref. de Maria – Ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).

Oração do dia

 

- Ó Deus, que preparastes morada digna do Espírito Santo no imaculado coração de Maria, concedei que, por sua intercessão, nos tornemos um templo da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Is 61,9-11

- Leitura do Livro do Profeta Isaías: 9A descendência do meu povo será conhecida entre as nações, e seus filhos se fixarão no meio dos povos; quem os vir há de reconhecê-los como descendentes abençoados por Deus. 10Exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus; ele me vestiu com as vestes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça e adornou-me como um noivo com sua coroa, ou uma noiva com suas joias. 11Assim como a terra faz brotar a planta e o jardim faz germinar a semente, assim o Senhor Deus fará germinar a justiça e a sua glória diante de todas as nações.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: 1Sm 2,1.4-5.6-7.8abcd (R: 1a)

- Meu coração se regozija no Senhor.

R: Meu coração se regozija no Senhor.


- Exulta no Senhor meu coração, e se eleva a minha fronte no meu Deus; minha boca desafia os meus rivais porque me alegro com a vossa salvação.

R: Meu coração se regozija no Senhor.


- O arco dos fortes foi dobrado, foi quebrado, mas os fracos se vestiram de vigor. Os saciados se empregaram por um pão, mas os pobres e os famintos se fartaram. Muitas vezes deu à luz a que era estéril, mas a mãe de muitos filhos definhou.

R: Meu coração se regozija no Senhor.


- É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz descer à sepultura e faz voltar; é o Senhor quem faz o pobre e faz o rico, é o Senhor quem nos humilha e nos exalta.

R: Meu coração se regozija no Senhor.


- O Senhor ergue do pó o homem fraco, do lixo ele retira o indigente, para fazê-los assentar-se com os nobres num lugar de muita honra e distinção.

R: Meu coração se regozija no Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Bendita é a virgem Maria, que guardava a palavra de Deus, meditando-a no seu coração (Lc 2,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 2,41-51

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.

- Glória a vós, Senhor!  

 

- 41Os pais de Jesus iam todos os anos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. 42Quando ele completou doze anos, subiram para a festa, como de costume. 43Passados os dias da Páscoa, começaram a viagem de volta, mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem. 44Pensando que ele estivesse na caravana, caminharam um dia inteiro. Depois começaram a pro­curá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo encontrado, voltaram para Jerusalém à sua procura. 46Três dias depois, o encontraram no Templo. Estava sentado no meio dos mestres, escutando e fazendo perguntas. 47Todos os que ouviam o menino estavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. 48Ao vê-lo, seus pais ficaram muito admirados e sua mãe lhe disse: “Meu filho, por que agiste assim conosco? Olha que teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura”. 49Jesus respondeu: “Por que me procu­ráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?” 50Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. 51Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

  

Liturgia comentada
Não sabíeis? (Lc 2,41-51)

Foi com esta pergunta que o adolescente Jesus respondeu à interrogação de sua Mãe: “Por que agiste assim conosco?” Ele acabara de celebrar o seu “bar mitzváh”, o rito de maioridade do jovem judeu. Na Jerusalém inflada pela turba de peregrinos em plena Páscoa, que podiam chegar a 500.000, o menino (ou o jovem adulto?) perdeu-se dos pais por três longos dias, templo de angústia e aflição para Maria e José. Foram encontrá-lo, por fim, entre os doutores do Templo, com perguntas e respostas que deixavam a todos de queixo caído.

“Não sabíeis – interroga Jesus – que devo estar naquilo que é de meu Pai?” Não posso deixar de perceber uma leve reprimenda nas palavras do filho. Como se sugerisse: “Depois de tanto tempo, ainda não percebestes?”

Esta cena que mescla a alegria do reencontro e a agonia da perda, um episódio pungente de humanidade, deixa bem visível o clima de família que se experimentava em Nazaré. José, Maria e Jesus vivendo as coisas mais simples e mais chãs da realidade familiar, como gente comum, sem que nada os distinguisse dos vizinhos e dos membros de clã.

Lucas deixa claro que os pais não entenderam o comportamento nem as palavras do filho. A “descoberta” do verdadeiro Jesus não se faz de repente, mas exige um longo itinerário de aproximação e revelação.

“Não sabíeis?” E deviam saber? - pergunto eu... Ora, não é fácil para os pais perceber a verdadeira vocação dos filhos. Nossa tendência natural é a de enquadrar o filho em possibilidades previsíveis, “engavetando-o” no óbvio, no provável, em nossas preferências e comodidades.

Ora, todo filho é uma surpresa. Os filhos nos são dados para virar nossa vida de cabeça para baixo, impelindo-nos a novas visões, novas descobertas, novo potencial humano. Quanto sofrimento os pais experimentam (e provocam) quando tentam forçar os filhos para um caminho seguro, estável, “garantido”, com medo da novidade e dos imprevistos!

Hoje, a Igreja celebra o Coração de Maria. Coração materno, com as pulsações que Jesus acompanhara desde a vida pré-natal. E não terá sido fácil para ele preparar e realizar as rupturas que sua missão lhe impunha. O episódio do Evangelho de hoje é apenas o primeiro quadro de uma Via-Sacra que incluiria a morte de José, a partida de Jesus para a vida pública e, no ponto final e mais alto, a cruz do Calvário, onde a Mãe fez a derradeira entrega de seu Filho.

E nós? Já sabemos? Na oração e no silêncio (não há outro meio!), Deus fala ao nosso coração para revelar, passo a passo, a vocação e a missão que reservou para nós. Como pais, como operários do Reino, como pecadores chamados à santidade, permaneceremos na obscuridade se a luz divina não mostrar o caminho...

Orai sem cessar: “Mostra-me, Senhor, o teu caminho!” (Sl 27,11)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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