L Liturgia

Liturgia de 14 de abril de 2018

SABADO - II SEMANA DA PÁCOA
(Branco, ofício DO DIA)

Antífona da entrada

 

- Povo resgatado por Deus, proclamai suas maravilhas; ele vos chamou das trevas à sua luz admirável, aleluia!  (1 Pd 2,9).

Oração do dia

 

- Ó Deus, por quem fomos remidos e adotados como filhos, velai sobre nós em vosso amor de Pai e concedei aos que crêem no Cristo a liberdade verdadeira e a herança eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: At 6,1-7

 

.- Leitura dos Atos dos Apóstolos: 1Naqueles dias, o número dos discípulos tinha aumentado, e os fiéis de origem grega começaram a queixar-se dos fiéis de origem hebraica. Os de origem grega diziam que suas viúvas eram deixadas de lado no atendimento diário. 2Então os Doze Apóstolos reuniram a multidão dos discípulos e disseram: “Não está certo que nós deixemos a pregação da Palavra de Deus para servir às mesas. 3Irmãos, é melhor que escolhais entre vós sete homens de boa fama, repletos do Espírito e de sabedoria, e nós os encarregaremos dessa tarefa. 4Desse modo nós poderemos dedicar-nos inteiramente à oração e ao serviço da Palavra”. 5A proposta agradou a toda a multidão. Então escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; e também Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau de Antioquia, um pagão que seguia a religião dos judeus. 6Eles foram apresentados aos apóstolos, que oraram e impuseram as mãos sobre eles. 7Entretanto, a Palavra do Senhor se espalhava. O número dos discípulos crescia muito em Jerusalém, e grande multidão de sacerdotes judeus aceitava a fé.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 33,1-2.4-5.18-19 (R: 22)

 

- Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!


- Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Aos retos fica bem glorificá-lo. Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o!

R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!


- Pois reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.

R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!


- O Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.

R: Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Ressurgiu Cristo, ó Senhor, que criou tudo; ele teve compaixão da humanidade.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 6,16-21

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- 16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros, quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

 

Liturgia comentada
Ao anoitecer... (Jo 6,16-21)

Enquanto Jesus está em oração sobre a montanha, a noite cai e o mar se agita. Na barca, os discípulos lutam contra os elementos. É quando Jesus se aproxima, caminhando sobre as águas encapeladas. O medo toma conta de todos eles.

Não é novidade o medo de Deus. Aliás, os antropólogos costumam identificar o medo como raiz das religiões primitivas, medo que deu origem a rituais, exorcismos e sacrifícios cruentos. Mesmo no Antigo Testamento, manifesta-se este “terror” que vai além do sadio “temor”. Moisés o testemunha: “O Senhor vos falou face a face na montanha, no meio do fogo. Eu estava, então, de pé entre o Senhor e vós, para vos transmitir suas palavras, pois tínheis medo do fogo e não subistes a montanha”. (Dt 5,4-5)

O verdadeiro conhecimento de Deus induz a uma relação de amizade, de filiação, de confiança. O conhecimento imperfeito desvia-se em superstição ou em racionalismos. Neste Evangelho, os discípulos se apavoram ao ver Jesus sobre as águas. O texto paralelo (Mt 14,26) chegar a dizer que eles pensavam ver um fantasma.

Para Jean Valette, “existe, seguramente, um elemento de ignorância e de superstição neste medo que nos faz confundir Deus com o indeterminado, o fantasmagórico e todas as possibilidades ameaçadoras e imprevisíveis que nos parecem agitar-se nos espaços do desconhecido e do futuro. Sem dúvida, porém, é preciso ver mais fundo. Este temor é também a justa apreciação do mistério e da santidade de Deus. O temor que nos advém da ação divina é aquele dos caminhos abertos para uma liberdade que desperta em nós a vertigem da diversidade dos possíveis e a necessidade de assumir o risco da obediência e das escolhas ligadas à fé”.

Nada mais verdadeiro! Muita gente tem medo de Deus por antever um chamado, uma missão que iria abalar seu comodismo, sua “situação”, impelindo-os a um voo tão alto, a um mergulho tão profundo, capaz de causar essa vertigem que os santos experimentaram em sua existência.

Jean Valette ainda chama a atenção para um detalhe desta cena: era de noite... “Esta é uma cena noturna. É de noite que os pastores ficam sabendo que lhes nasceu um Salvador. É de noite que a semente germina e cresce. É de noite que o Senhor reza e vêm ao homem as revelações divinas. Enfim, é de noite que o Senhor dá a Ceia e o esposo vem. Ela é o sinal do mistério. A noite também é filha de Deus.”

     

Orai sem cessar: “No amor não há medo.” (1Jo 4,18)
Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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