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Liturgia de 22 de julho de 2020

QUARTA FEIRA – SANTA MARIA MADALENA – DISCÍPULA DE JESUS

(branco, pref. comum ou dos santos – Ofício da festa)

Antífona da entrada

 

- O Senhor disse a Maria Madalena: Vai a meus irmãos e anuncia-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai, a meu Deus e vosso Deus. (Jo 20,17).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, o vosso Filho confiou a Maria Madalena o primeiro anúncio da alegria pascal; dai-nos, por suas preces e a seu exemplo, anunciar também que o Cristo vive e contemplá-lo na glória de seu reino. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ct 3,1-4a

 

- Leitura do livro do Cântico dos Cânticos: Eis o que diz a noiva: 1Em meu leito, durante a noite, busquei o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. 2Vou levantar-me e percorrer a cidade, procurando pelas ruas e praças, o amor de minha vida: procurei-o, e não o encontrei. 3Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade. “Vistes porventura o amor de minha vida?” 4aE logo que passei por eles, encontrei o amor de minha vida.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 63,2-6.8-9 (R: 2b)

 

- A minh’alma tem sede de vós, Senhor!
R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!


- Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh’alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água!

R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!


- Venho, assim, contemplar-vos no templo, para ver vossa glória e poder. Vosso amor vale mais do que a vida: e por isso meus lábios vos louvam.

R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!


- Quero, pois vos louvar pela vida, e elevar para vós minhas mãos! A minh’alma será saciada, como em grande banquete de festa; cantará a alegria em meus lábios, ao cantar para vós meu louvor!

R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!


- Para mim fostes sempre um socorro; de vossas asas à sombra eu exulto! Minha alma se agarra em vós; com poder vossa mão me sustenta.

R: A minh’alma tem sede de vós, Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Responde-nos, ó Maria, no teu caminho o que havia? Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado!

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,1-2.11-18

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!   

 

- 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu: “Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabunni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Mulher, por que choras? (Jo 20,1-2.11-18)

Quando rezamos a antiga oração da “Salve Rainha”, nós definimos esta condição humana como um “vale de lágrimas”. Uma depressão entre montanhas onde sempre haverá ocasião para o pranto. E não há nada mais humano do que chorar...

Os Evangelhos confirmam esta realidade. Choram as mães de Belém, quando Herodes manda matar seus bebês. Choram os parentes de Talita, a menina morta, antes que Jesus a ressuscitasse. Chora a pecadora, lavando os pés do Mestre e enxugando-os com os cabelos. Chora Pedro, amargamente, após a tríplice negação. Chora o próprio Jesus, comovido com a morte do amigo Lázaro. Sem falar nas lágrimas de sangue da terrível agonia no Getsêmani...

As lágrimas manifestam sentimentos de perda, desespero, desconsolo. Mas há lágrimas de arrependimento, lágrimas de conversão. Há um pranto solidário, que chora a dor alheia. Há um pranto convulso que lava a alma, dilui as pedras do coração. Pranto de alegria ao recuperar o filho perdido na cidade grande. Mas ninguém chora sem algum motivo. Nem mesmo as criancinhas.

Daí a pergunta feita a Madalena, na aurora da Ressurreição: “Mulher, por que choras?” Quase sempre, interpretamos esta pergunta como se fosse uma leve repreensão, dado que ela já não teria razões para chorar, pois o “querido Mestre” (Rabunni) já havia ressuscitado.

Prefiro, no entanto, ver na pergunta de Jesus uma constante daquele que é todo misericórdia: não há nada de humano, em nós, que não lhe interesse de perto. Sua Encarnação inclui este aspecto. Sofrer com os que sofrem. Celebrar com os que se alegram. Caminhar na mesma estrada. Sentar-se à mesma mesa.

Maria Madalena continua buscando pelo Mestre mesmo após o seu sepultamento. Como é admirável o afeto do pecador que mudou de vida! Vai muito além do amor satisfeito dos honestos, das almas puras, das estrelas-alfa. Já vi terríveis manifestações de ciúme diante da confissão pública dos pecadores... É que o pecador experimentou as alternativas e sabe que Deus vale mais...

Quando Jesus pronuncia seu nome – Maria! –, ela reconhece o Mestre. Já não o confunde com o jardineiro. Afinal, só Jesus chamava por ela com aquela entonação. E tenta, agora, retê-lo. Jesus não o permite, mas dá-lhe a missão de ser a primeira mensageira da ressurreição: “Vi o Senhor!”

Orai sem cessar: “Oh! Esta é a voz do meu amado!” (Ct 2,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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