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Liturgia de 21 de julho de 2020

TERÇA FEIRA – XVI SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – Ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- É Deus quem me ajuda, é o senhor que defende a minha vida. Senhor, de todo coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom. (Sl 53,6).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, sede generoso com vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Mq 7,14-15.18-20

 

- Leitura da profecia de Miquéias: 14Apascenta o teu povo com o cajado da autoridade, o rebanho de tua propriedade, os habitantes dispersos pela mata e pelos campos cultivados; que eles desfrutem a terra de Basã e Galaad, como nos velhos tempos. 15E, como foi nos dias em que nos fizeste sair do Egito, faze-nos ver novos prodígios. 18Qual Deus existe, como tu, que apagas a iniquidade e esqueces o pecado daqueles que são resto de tua propriedade? Ele não guarda rancor para sempre, o que ama é a misericórdia. 19Voltará a compadecer-se de nós, esquecerá nossas iniquidades e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados. 20Tu manterás fidelidade a Jacó e terás compaixão de Abraão, como juraste a nossos pais, desde tempos remotos.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 85,2-4.5-6.7-8 (R: 8a)

 

- Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.

R: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.


- Favorecestes, ó Senhor, a vossa terra, libertastes os cativos de Jacó. Perdoastes o pecado ao vosso povo, encobristes toda a falta cometida; retirastes a ameaça que fizestes, acalmastes o furor de vossa ira.

R: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.


- Renovai-nos, nosso Deus e Salvador, esquecei a vossa mágoa contra nós! Ficareis eternamente irritado? Guardareis a vossa ira pelos séculos?

R: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.


- Não vireis restituir a nossa vida, para que em vós se rejubile o vosso povo? Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, concedei-nos também vossa salvação!

 R: Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,46-50

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.
48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Tua mãe e teus irmãos estão lá fora... (Mt 12,46-50)

A cena deste Evangelho nos mostra Jesus cercado por densa multidão, de tal modo que sua mãe e outros membros de seu clã não conseguem acesso até ele. Avisado da presença deles, Jesus responde com uma pergunta que pode ter parecido brusca: - “Quem são minha mãe e meus irmãos?” Alguns apressados se valem desta frase para tentar reduzir o valor de Maria na história de salvação, sem perceberem que, no fundo, tratava-se de um elogio, pois ela cumpre de modo perfeito a condição para ser mãe e irmão de Jesus: “fazer a vontade do Pai que está no céu” (cf. Mt 12,50).

Em seu livro “Maria, um espelho para a Igreja” (Ed. Santuário, 1992), Frei Raniero Cantalamessa comenta: “Um dia, enquanto Jesus estava pregando, chegaram sua Mãe e alguns parentes para falar-lhe. Talvez a Mãe estivesse preocupada com a saúde dele, o que é muito natural para uma mãe, pois logo antes está escrito que Jesus, por causa da multidão, não podia nem comer (cf. Mc 3,20). Percebemos um detalhe. Maria, a Mãe, precisa até mendigar o direito de ver o Filho e falar-lhe. Ela não abre caminho no meio da multidão, aproveitando o fato de ser mãe. Pelo contrário, ficou esperando fora enquanto outros foram até Jesus para informá-lo: ‘Lá fora está tua mãe que te quer falar’”.

“Mas, aqui também - prossegue Cantalamessa -, o importante é a palavra de Jesus que continua sempre na mesma linha: ‘Quem são minha mãe e meus irmãos?’ (Mc 3,33) Já conhecemos a resposta. Procuremos colocar-nos (tente, por exemplo, a mãe de um sacerdote colocar-se) no lugar de Maria e entenderemos a humilhação e o sofrimento que aquelas palavras lhe causaram. Sabemos hoje que naquelas palavras está mais um elogio do que uma repreensão para a mãe; mas ela não sabia, pelo menos naquele momento. Naquele momento só havia a amargura de uma recusa.”

De fato, neste episódio do Evangelho, Maria está do lado de fora. Ela faz parte daquela multidão que experimenta a situação de marginalização. Sempre houve os “marginais” na história da humanidade: os que não têm pão, os que não têm letras, os que não têm terras, os que não têm Deus...

Uma leitura atenta da Sagrada Escritura vai mostrar que Deus sempre se identifica com os que “estão fora”, aqueles que a Bíblia chama de “anawim”, os pobres de Yahweh. É a eles que Deus se oferece: “Todos vós que estais com sede, vinde à nascente das águas! Quem não tem dinheiro venha também!”

Orai sem cessar: “Eis que venho, ó Deus, para fazer a tua vontade!” (Hb 10,7)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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