L Liturgia

Liturgia de 18 de julho de 2020

SABADO XV SEMANA COMUM
(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória (Sl 16,15).

Oração do dia

- Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retornarem o bom caminho, dai a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Mq 2,1-5


- Leitura da profecia de Miquéias: 1“Ai dos que tramam a iniquidade e se ocupam de maldades ainda em seus leitos! Ao amanhecer do dia, executam tudo o que está em poder de suas mãos. 2Cobiçam campos, e tomam-nos com violência, cobiçam casas, e roubam-nas. Oprimem o dono e sua casa, o proprietário e seus bens. 3Isto diz o Senhor: “Eis que tenciono enviar sobre esta geração perversa uma desgraça de onde não livrareis vossos pescoços; não podereis andar de cabeça erguida, porque serão tempos desastrosos.
4Naquele dia, sereis assunto de uma alegoria, de uma canção triste que diz: ‘Fomos inteiramente devastados; a parte de meu povo que passou a outro por ninguém lhe será restituída; os nossos campos são repartidos entre infiéis’. 5Por isso, não terás na assembleia do Senhor quem meça com cordel as porções consignadas por sorte”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial:  Sl 10,1-2.3-5.7-8.14 (R: 12b) 

- O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.
R: O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.


- Ó Senhor, por que ficais assim tão longe, e, no tempo da aflição, vos escondeis, enquanto o pecador se ensoberbece, o pobre sofre e cai no laço do malvado?

R: O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.


- O ímpio se gloria em seus excessos, blasfema o avarento e vos despreza; em seu orgulho ele diz: “Não há castigo! Deus não existe!” É isto mesmo que ele pensa.

R: O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.
- Só há maldade e violência em sua boca, em sua língua, só mentira e falsidade. Arma emboscadas nas saídas das aldeias, mata inocentes em lugares escondidos.

R: O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.


- Vós, porém, vedes a dor e o sofrimento, vós olhais e tomais tudo em vossas mãos! A vós o pobre se abandona confiante, sois dos órfãos vigilantes protetor.

R: O Senhor não se esquece do clamor dos aflitos.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação (2Cor 5,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12, 14-21


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 14os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus. 15Ao saber disso, Jesus retirou-se dali. Grandes multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16E ordenou-lhes que não dissessem quem ele era, 17para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18“Eis o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual ponho a minha afeição; porei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará às nações o direito. 19Ele não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20Não quebrará o caniço rachado, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que faça triunfar o direito. 21Em seu nome as nações depositarão a sua esperança”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

A mecha que ainda fumega... (Mt 12,14-21)

Este Evangelho deveria chocar o leitor pelo áspero contraste: de um lado, os fariseus confabulam secretamente para assassinar Jesus; de outro, Jesus cura a todos os que o procuram e lhes impõe silêncio a respeito da graça recebida. Acumula-se o ódio como paga ao amor...

Nossos olhos humanos parecem despreparados para contemplar uma sequência desta natureza. Em geral, somos impiedosos diante do fraco. A sociedade capitalista, de produção e consumo, de realizações e sucessos, admira os poderosos, aplaude seus ídolos e, diante do fraco e do deficiente, ainda contribui para desgraçá-los ainda mais, relegando-os à periferia do sistema. Aqui e ali, repetem-se os gestos de zombaria e de desprezo por todo tipo de vencido do sistema...

Jesus é bem diferente! Não nos passem despercebidas as imagens da profecia de Isaías: o Messias enviado por Deus – exatamente Jesus de Nazaré – não quebrará a taquara que já está rachada, isto é, não agravará sua fragilidade. O Messias não apagará a mecha bruxuleante da lamparina cujo azeite está quase no fim. Ali onde a fraqueza é mais evidente, ali mesmo a compaixão e a misericórdia de Jesus se mostrarão mais presentes, mais atuantes.

Temos aqui todo um programa de vida para o cristão fiel: onde é que precisam de mim? Onde eu serei mais necessário. Onde é mais evidente a necessidade de minha presença e de minha dedicação? Bem no polo oposto do mundo pagão, regado a conforto e hedonismo, cujas perguntas são inteiramente opostas: onde eu terei mais prazer? Onde serão menores os meus sacrifícios. Onde terei mais aplausos e compensações?

Talvez estas reflexões nos ajudem a entender melhor a forma como Jesus abraça voluntariamente a sua cruz, tendo em vista a salvação de uma humanidade agonizante. Ela ainda agoniza em nossa fatia de História: mendigos e drogados, os sem-teto e os sem-terra, analfabetos e marginais, as crianças-soldado da África e os que fazem fila no SUS... Se Jesus voltasse (e parece que voltará...), iria primeiro ao encontro deles, pois, abandonados que são por nós, só mesmo de Deus podem esperar algum sinal de amor...

De algum modo poderíamos nós diminuir o trabalho de Jesus e o sofrimento de nossos irmãos?

Orai sem cessar: “Eles bradam, o Senhor ouve...” (Sl 34,18)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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