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Liturgia de 29 de junho de 2020

SEGUNDA FEIRA – 13ª SEMANA COMUM

(verde– ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria. (Sl 46,2)

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe em nossas vidas a luz da vossa verdade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Am 2,6-10.13-16

 

- Leitura da profecia de Amós: 6Isto diz o Senhor: “Pelos três crimes de Israel, pelos seus quatro crimes, não retirarei a palavra: porque eles vendem o justo por dinheiro e o indigente pelo preço de um par de chinelos; 7pisam, na poeira do chão, a cabeça dos pobres, e impedem o progresso dos humildes; filho e pai vão à mesma mulher, profanando meu santo nome; 8deitando-se junto a qualquer altar, usando roupas que foram entregues em penhor, bebem vinho à custa de pessoas multadas, na casa de Deus. 9Entretanto, eu tinha aniquilado, diante deles, os amorreus, homens espadaúdos como cedros e robustos como carvalhos, destruindo-lhes os frutos na ramada e arrancando-lhes as raí­zes. 10Fui eu que vos fiz sair da terra do Egito e vos guiei pelo deserto, durante quarenta anos, para ocupardes a terra dos amorreus. 13Pois bem, eu vos calcarei aos pés, como calca o chão a carroça carregada de feixes; 14o mais ágil não conseguirá fugir, o mais forte não achará força, o valente não salvará a vida; 15o arqueiro não resistirá de pé, o corredor veloz não terá pernas para escapar, nem se salvará o cavaleiro; 16o mais corajoso dentre os corajosos fugirá nu, naquele dia”, diz o Senhor.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 50,16bc-23 (R: 22a)

 

- Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

R: Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

 

- “Como ousas repetir os meus preceitos e trazer minha Aliança em tua boca? Tu que odiaste minhas leis e meus conselhos e deste as costas às palavras dos meus lábios!

R: Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

 

- Quando vias um ladrão, tu o seguias e te juntavas ao convívio dos adúlteros. Tua boca se abriu para a maldade e tua língua maquinava a falsidade.

R: Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

 

- Assentado, difamavas teu irmão, e ao filho de tua mãe injuriavas. Diante disso que fizeste, eu calarei? Acaso pensas que eu sou igual a ti? É disso que te acuso e repreendo e manifesto essas coisas aos teus olhos.

R: Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

 

- Entendei isto, todos vós que esqueceis Deus, para que eu não arrebate a vossa vida, sem que haja mais ninguém para salvar-vos! Quem me oferece um sacrifício de louvor, este sim é que me honra de verdade. A todo homem que procede retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus”.

R: Entendei isto, todos vós que esqueceis o Senhor Deus!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em meriba!

(Sl 94,8)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 8,18-22

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 18vendo uma multidão ao seu redor, Jesus mandou passar para a outra margem do lago. 19Então um mestre da Lei aproximou-se e disse: “Mestre, eu te seguirei aonde quer que tu vás”. 20Jesus lhe respondeu: “As raposas têm suas tocas e as aves dos céus têm seus ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça”. 21Um outro dos discípulos disse a Jesus: “Senhor, permite-me que primeiro eu vá sepultar meu pai”. 22Mas Jesus lhe respondeu: “Segue-me, e deixa que os mortos sepultem os seus mortos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Que os mortos enterrem seus mortos... (Mt 8,18-22)

Sem dúvida, este é um Evangelho que incomoda muita gente. Às vezes, ele chega a gerar revoltas do ouvinte diante de uma aparente insensibilidade de Jesus diante da morte de nossos amados. Ora, se o próprio Jesus não conteve as lágrimas diante da morte do amigo Lázaro (cf. Jo 11,35), é óbvio que tal insensibilidade não corresponde à verdade.

Espero que algumas pessoas se sintam melhor lendo o comentário de Ir. Carine Michel, O.P.:

“A ordem de Jesus é clara: ‘Segue-me!’ E será que isto não basta? Por que será, então, que Jesus acrescenta: “Deixa que os mortos enterrem seus mortos”? Confesso que tenho dificuldade em compreender isto. Jesus iria impedir que seus discípulos acompanhassem seus mortos ao cemitério? Isto me parece incompreensível. Sobretudo porque isto está ligado a uma experiência pessoal.

Minha família foi atingida por dois falecimentos muito próximos um do outro. Estas experiências dolorosas me permitem, hoje, entender de modo diferente a frase de Jesus. Quando morre uma pessoa, não está em questão apenas aquela que morre. As relações com seus próximos morrem na forma que elas existiam nesta vida sobre a terra. Segundo minha experiência atual, uma parte de nós mesmos morre com o defunto que nós choramos. E nós devemos ter a aceitação de deixar partir o que não existe mais, para deixar que brote de novo a vida.

É assim que eu definiria o itinerário do luto: aceitar a morte para acolher a vida. Isto significa admitir a morte da pessoa amada de uma parte de si mesmo. Renasce aquela vida vivida juntos, mas interiorizada, e com certa vitalidade que jorra do fundo de si.

Jesus não pede ao discípulo que não enterre seu pai. Ele lhe diz: ‘Nesta provação do luto, segue-me, vai em direção à vida. Aceita que morra uma parte de ti ao enterrar teu pai, a fim de poder renascer para a vida’. Quando Jesus nos chama a segui-lo, é sempre para um acréscimo de vida: ‘Escolhe, pois, a vida!’”

Às vezes, os autores espirituais falam em “morrer para o mundo” como condição para seguir a Jesus. Tais palavras não constituem, de modo algum, um convite fúnebre. Muito ao contrário, trata-se de trocar um tipo de existência frágil e passageira por uma vida que vai muito além da morte...

Orai sem cessar: “Escolhe, pois, a vida!” (Dt 30,19b)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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