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Liturgia de 28 de fevereiro de 2018

QUARTA-FEIRA DA II SEMANA DA QUARESMA
(roxo - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxilio, ó Senhor, minha salvação (Sl 37,22).

Oração do dia

- Ó Deus, conservai constantemente vossa família na prática das boas obras e, assim como nos confortais agora com vossos auxílios, conduzis-nos aos bens eternos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jr 18, 18-20


- Leitura do Livro do Profeta Jeremias: Naqueles dias, 18disseram eles: “Vinde para conspirarmos juntos contra Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei; nem um sábio, o conselho; nem um profeta, a palavra. Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar atenção a todas as suas palavras”. 19Atende-me, Senhor, ouve o que dizem meus adversários. 20Acaso pode-se retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim. Lembra-te de que fui à tua presença, para interceder por eles e tentar afastar deles a tua ira.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 31, 5-6.14.15-16 (R: 17b)

- Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

 

- Retirai-me desta rede traiçoeira, porque sois o meu refúgio protetor! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

 

- Ao redor, todas as coisas me apavoram; ouço muitos cochichando contra mim; todos juntos se reúnem, conspirando e pensando como vão tirar-me a vida.

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

 

- A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; liber­tai-me do inimigo e do opressor!

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 20, 17-28

Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!

Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!

- Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12).

Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 - Naquele tempo, 17enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: 18“Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte, 19e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia ressuscitará”. 20A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21Jesus perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22Jesus, então, respondeu-lhe: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”. 24Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25Jesus, porém, chamou-os, e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Entre vós não seja assim... (Mt 20,17-28)

Diferentemente do Evangelho de Marcos, que coloca o pedido de honrarias diretamente na boca de Tiago e João, São Mateus nos apresenta a requisição de lugares de honra através da mãe dos dois apóstolos. Mas ninguém consegue enganar o Mestre! Jesus logo percebe que por trás da solicitação da mãe está, na verdade, a ambição dos dois filhos. E a reserva e a visível timidez do comportamento da mãe e dos filhos acabam por trair a consciência torta de todos eles.

Nem tudo, porém, é sombra neste episódio. O fato de terem feito esse pedido a Jesus, no fundo, constitui um ato de fé. Eles realmente criam que Jesus iria instaurar o seu Reino, onde, com certeza, teríamos trono, cetro e poder. E, claro, um primeiro-ministro e um vice-primeiro-ministro. Daí a solicitação que fizeram. Afinal de contas, não parece haver nada de errado em pegar uns respingos da dignidade real do Senhor Jesus...

Ah! Vencer com Cristo! Reinar com Cristo! Dominar com Cristo! Com Jesus, somos mais que vencedores!!! Esta religião é seguida por muitos... Mas aqueles que se deixam trair por ela são os mesmos que irão debandar ao surgir a primeira provação, incapazes de abraçar a cruz...

Por outro lado, se nós levamos em conta as palavras de Jesus que antecedem o tal pedido de honrarias, é hora de ficarmos perplexos. Afinal, Jesus Cristo acabara de anunciar profeticamente a sua própria morte, acompanhada de prisão, zombaria e tortura! Pobre Jesus! Enquanto ele fala de cruz, os apóstolos estão de olho na glória!?

Daí o comentário de Jesus, certamente acompanhada de um balançar da cabeça... “Vocês não sabem o que estão pedindo! Será que vocês podem beber o cálice – isto é, a Paixão, o sofrimento... – que eu vou beber?”

Jean Valette sugere que nossas orações deviam começar pela meditação da frase: “Não sabemos o que pedimos...” O próprio apóstolo Paulo diria: “Não sabemos rezar como é preciso!” (Rm 8,26) Só com o Espírito Santo chegaremos a purificar nossas orações do fundo distorcido que jaz em nosso interior: egoísmo, busca de facilidades, fuga do sofrimento, expectativa de segurança e tranquilidade...

E a resposta de Jesus aos dois apóstolos, e não à mãe deles, pois o Mestre logo percebeu a fonte da bobagem! – já deixava claro que é uma ilusão querer participar da glória do Rei sem, antes, participar de sua humilhação. E mais: a glória de Jesus não iria se manifestar no trono, mas na Cruz. O verdadeiro trono de Jesus seria o Calvário!

Aí, sim, vem a horar de reinar com Cristo...

Orai sem cessar: “O mundo está crucificado para mim!” (Gl 6,14)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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