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Liturgia de 11 de outubro de 2017

QUARTA FEIRA – XXVII SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Senhor, tudo está em vosso poder e ninguém pode resistir à vossa vontade. Vós fizestes todas as coisas: o céu, a terra e tudo o que eles contêm; sois o Deus do universo! (Est 1,9).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis,no vosso imenso amor de Pai, mais do que merecemos e pedimos, derramai sobre nós a vossa misericórdia, perdoando o que nos pesa na consciência e dando-nos mais do que ousamos pedir. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Jn 4,1-11

 

- Leitura da Profecia de Jonas: 1Este desfecho causou em Jonas profunda mágoa e irritação; 2orou então ao Senhor, dizendo: “Peço-te me ouças, Senhor: não era isto que eu receava, quando ainda estava em minha terra? Por isso, antecipei-me, fugindo para Társis. Sabia que és um Deus benigno e misericordioso, paciente e cheio de bondade, e que facilmente perdoas a punição. 3E agora, Senhor, peço que me tires a minha vida, para mim é melhor morrer do que viver”. 4Disse o Senhor: “Achas que tens boas razões para irar-te?” 5Jonas saiu da cidade e estabeleceu-se na parte oriental e ali fez para si uma cabana, onde repousava à sombra, a ver o que ia acontecer à cidade.
6O Senhor fez nascer uma hera, que cresceu sobre a cabana, para dar sombra à cabeça de Jonas e abrandar seu aborrecimento. E Jonas alegrou-se grandemente por causa da hera. 7Mas, ao raiar do dia seguinte, Deus determinou que um verme atacasse a hera e ela secou. 8Quando o sol se levantou, mandou Deus do oriente um vento quente; e o sol bateu forte sobre a cabeça de Jonas, que se sentiu desfalecer; teve vontade de morrer, e disse: “Para mim é melhor morrer do que viver”. 9Disse Deus a Jonas: “Achas que tens boas razões para irar-te por esta hera?”  “Sim”, respondeu ele, “tenho razão até para morrer de raiva”. 10O Senhor replicou-lhe: “Tu sofres por causa desta planta, que não te custou trabalho e não fizeste crescer, que nasceu numa noite e na outra morreu. 11E eu não haveria de salvar esta grande cidade de Nínive, em que vivem cento e vinte mil seres humanos, que não sabem distinguir a mão direita da esquerda, e um grande número de animais?”

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 86,3-4.5-6.9-10 (R: 15b)

 

- Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.

R: Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.


- Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.

R: Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.


- Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração!

R: Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.


- As nações que criastes virão adorar e louvar vosso nome. Sois tão grande e fazeis maravilhas: vós somente sois Deus e Senhor!

R: Ó Senhor, sois amor, paciência e perdão.


Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Recebestes um espírito de adoção, no qual clamamos Aba! Pai! (Rm 8,15).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,1-4

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- 1Um dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”. 2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a cada dia o pão nosso de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!   

 

Liturgia comentada
Pão nosso... (Lc 11,1-4)

Sim, o Pai é nosso, ensinou Jesus. Mas não parou aí. Segundo o Mestre de Nazaré, também o pão é nosso. E o grande escândalo acontece quando aqueles que se dizem irmãos - têm o mesmo Pai! – não podem comer do mesmo pão. Enquanto alguns desperdiçam, muitos passam fome...

Não foi assim no começo. A leitura do livro dos Atos dos Apóstolos revela um estado de coisas bem diferente: “Partiam o pão nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração...” (At 2,46b.) “Não havia entre eles nenhum necessitado... Repartia-se a cada um deles conforme a sua necessidade.” (At 4,34-35.) Por que será que as coisas mudaram. Quando será que se perdeu esse sentimento de fraternidade? Como teríamos aprendido a comungar do Pão eucarístico, lado a lado com nosso irmão que passa fome?

Uma vez, um jovem francês foi questionado por colegas sem fé, que lhe perguntavam onde estava a caridade dos cristãos. Frederico Ozanam, esse jovem, decidiu dar uma resposta ao desafio. Algum tempo depois, fundaria a Sociedade São Vicente de Paulo, hoje espalhada por todo o mundo, levando um pedaço de pão e uma cesta básica a milhões de deserdados do sistema.

Ao escolher Vicente de Paulo como patrono, Ozanam se inspirava em outro homem de Deus, um simples sacerdote que sabia atrair a amizade dos ricos (sem ameaçá-los com o fogo do inferno) e jeitosamente tirava dos mais abastados aquelas moedinhas que alimentariam os sem-pão. Ao longo da história da Igreja, numerosos homens e mulheres viveram em profundidade essa vocação de distribuir o pão, semear a esperança, irradiar o saber. Fundadores como Dom Bosco, José de Calasanz, Joana de Lestonnac, Paula Montal, Dom Orione e, recentemente, Madre Teresa de Calcutá, compreenderam que não podiam guardar para si mesmos os dons que o Pai celeste destinara a todos.

Estes santos – canonizados não pelos milagres que fizeram, mas pelo “milagre” que eles foram – compreenderam em profundidade o sentido do “pão nosso”, sem o qual desmentimos o “Pai nosso”. Afinal, que Pai é esse, que dá a alguns com sobra e, ao mesmo tempo, deixa a multidão faminta?

Com certeza, também o Pai deve chorar, quando vê o destino de seus dons: alguns filhos morrem de fome, enquanto outros devoram o pão de seus irmãos...

Orai sem cessar: “Não desvies o rosto do pobre!” (Sr 4,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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