L Liturgia

Liturgia de 25 de agosto de 2017

SEXTA FEIRA – XX SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde – ofício do dia)

Antífona da entrada

- Ó Deus nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil (Sl 83,10).

Oração do dia

- Ó Deus preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Rt 1,1.3-6.14-16.22

- Início do Livro de Rute: 1No tempo em que os juízes governavam, houve uma fome no país e um homem de Belém de Judá foi morar nos campos de Moab com sua mulher e seus dois filhos. 3Entretanto, morreu Elimelec, marido de Noemi, e esta ficou sozinha com seus dois filhos. 4Eles casaram-se com mulheres moabitas, uma das quais se chamava Orfa, a outra, Rute. E ali permaneceram uns dez anos. 5Depois morreram também os dois, Maalon e Quelion e a mulher ficou só, sem os dois filhos e sem o marido. 6Então ela se dispôs a voltar do campo de Moab para a sua pátria com as duas noras, porque tinha ouvido dizer que o Senhor havia olha¬do para o seu povo, e lhe tinha dado alimentos. 14bOrfa beijou sua sogra e partiu. Rute, porém, ficou com Noemi. 15Esta disse-lhe: “Olha, tua cunhada voltou para o seu povo e para os seus deuses. Vai com ela”. 16Mas Rute respondeu: “Não insistas comigo para que te deixe e me afaste de ti. Porque para onde fores irei contigo, onde pousares, lá pousarei eu também. Teu povo será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus”. 22Assim Noemi voltou dos campos de Moab, acompanhada de sua nora Rute, a moabita. Regressaram a Belém, quando começava a colheita da cevada.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 146,5-7.8-9a.9bc.10 (R: 2a)

- Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

- É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança. O Senhor fez o céu e a terra, fez mar e o que neles existe.
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

- Faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos.
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

- O Senhor abre os olhos aos cegos o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo. É o Senhor quem protege o estrangeiro.
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

- Ele ampara a viúva e o órfão mas confunde os caminhos dos maus. O Senhor reinará para sempre! Ó Sião, o teu Deus reinará para sempre e por todos os séculos!
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 22,34-40

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36”Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37Jesus respondeu: “ ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
O maior mandamento... (Mt 22,34-40)

Existe uma gradação no amor? Bem, ao menos devemos hierarquizar as normas, as leis e os mandamentos. Há coisas que estão no âmago da Lei, no coração da vida espiritual. Há outras são corolários, consequências das primeiras.

Mesmo que o questionamento feito a Jesus, no Evangelho de hoje, tenha sido mero pretexto para “pegá-lo” em uma arapuca doutrinária, pelo menos valeu para que aprendamos bem sua lição. Existem dois amores que se fundem num só: o amor a Deus e o amor ao próximo.

Se amamos a Deus, por isso mesmo não podemos deixar de amar aqueles que ele ama, criados à sua imagem e semelhança. Por outro lado, se amamos os nossos amados (pai e mãe, filhos, irmãos, amigos, benfeitores da humanidade etc.), como não amar também seu Criador? Nossos amados são sempre um dom que Deus nos oferece para dar sabor e alegria à nossa caminhada na terra.

A coisa fica incômoda quando o “próximo” não nos parece próximo... Aquele mendigo que bate à nossa porta, o bêbado caído na calçada, o adversário na política, o membro de outras Igrejas que nos acusa de idolatrias e outros pecados...

Como nos aproximar deles, ultrapassando os largos fossos e as altas muralhas que se foram acentuando ao longo dos séculos? Como gastar nosso azeite e nosso vinho para cuidar de suas feridas, tal como fez o samaritano da parábola (cf. Lc 10,30ss). Como chegar a esse “amor impossível”?

Além do mais, o mandamento repetido por Jesus inclui uma cláusula assustadora: “amarás a teu próximo COMO A TI MESMO”. Tal como desejo manter a minha vida, como busco por segurança e conforto, e fico feliz quando alguém se ocupa de mim, é assim mesmo que deveria proteger a vida do próximo, zelar por sua segurança e gastar com ele tempo e dinheiro...

Utopia? Pode parecer, quando se vive em uma sociedade fechada em si mesma, atrás de muros e cercas elétricas. Quando o individualismo e a ânsia de acumular petrificam nosso coração. Quando a pobreza e a sobriedade deixam de ser virtudes para se tornarem uma desgraça...

No entanto, exatamente em nosso mundo – com seus crimes e defeitos – ainda há pessoas cheias de amor que adotam crianças abandonadas, cuidam de idosos carentes, lutam pela defesa do ambiente e dos direitos humanos. Assim, enquanto houver um único santo sobre a terra, não teremos desculpas para não amar...

Orai sem cessar: “Oh! como é bom e agradável irmãos unidos viverem juntos!” (Sl 133,1)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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