L Liturgia

Liturgia de 19 de agosto de 2017

SABADO – XIX SEMANA DO TEMPO COMUM
(Verde, glória, creio – III semana do saltério)

Antífona da entrada

- Considerai, Senhor, vossa aliança, e não abandoneis para sempre o vosso povo. Lembrai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

Oração do dia

- Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança prometida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Js 24,14-29

- Leitura do Livro de Josué: Naqueles dias, Josué disse a todo o povo: 14“Agora, pois, temei o Senhor e servi-o com um coração íntegro e sincero, e lançai fora os deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia e no Egito e servi ao Senhor. 15Contudo, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”. 16E o povo respondeu, dizendo: “Longe de nós abandonarmos o Senhor, para servir a deuses estranhos. 17Porque o Senhor, nosso Deus, ele mesmo é quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão. Foi ele quem realizou esses grandes prodígios diante de nossos olhos e nos guardou por todos os caminhos por onde peregrinamos, e no meio de todos os povos pelos quais passamos. 18O Senhor expulsou diante de nós todas as nações, especialmente os amorreus, que habitavam a terra em que entramos. Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque ele é o nosso Deus”. 19Então Josué disse ao povo: “Não podeis servir ao Senhor, pois ele é um Deus santo, um Deus ciumento, que não suportará vossas transgressões e pecados. 20Se abandonardes o Senhor e servirdes a deuses estranhos, ele se voltará contra vós, e vos tratará mal e vos aniquilará, depois de vos ter tratado bem”.
21O povo, porém, respondeu a Josué: “Não! É ao Senhor que serviremos”. 22Josué então disse ao povo: “Sois testemunhas contra vós mesmos de que esco¬lhestes o Senhor para servi-lo”. E eles responderam: “Sim! Somos testemunhas!” 23“Sendo assim”, disse Josué, “tirai do meio de vós os deuses estranhos e inclinai os vossos corações para o Senhor, Deus de Israel”.
24O povo disse a Josué: “Serviremos ao Senhor, nosso Deus, e seremos obedientes aos seus preceitos”. 25Naquele dia, Josué estabeleceu uma aliança com o povo, e lhes propôs preceitos e leis em Siquém. 26Josué escreveu estas palavras no Livro da Lei de Deus. A seguir, tomou uma grande pedra e levantou-a ali, debaixo do carvalho que havia no santuário do Senhor. 27Então Josué disse a todo o povo: “Esta pedra que estais vendo servirá de testemunha contra vós, pois ela ouviu todas as palavras que o Senhor vos disse, para que depois não possais renegar o Senhor, vosso Deus”. 28Em seguida, Josué despediu o povo, para que fosse cada um para suas terras. 29Depois desses acontecimentos, morreu Josué, filho de Nun, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 16,1-2a.5.7-8.11 (R: 5a)

- O Senhor é a porção da minha herança!
R: O Senhor é a porção da minha herança!

- Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos.
R: O Senhor é a porção da minha herança!

- Eu bendigo ao Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
R: O Senhor é a porção da minha herança!

- Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!
R: O Senhor é a porção da minha herança!

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelastes os mistérios do teu reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 19,13-15

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 13levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. 14Então Jesus disse: “Deixai as crianças, e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. 15E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
Não as impeçais! (Mt 19,13-15)

A cena é banal, à primeira vista: um rápido instantâneo do cotidiano gravado em apenas três versículos. As mães levam seus pequenos até Jesus para receberem sua bênção. Os discípulos tentam enxotar as crianças. E o Mestre reage com um imperativo: “Não as impeçais!”

Bem intencionados, os discípulos? Talvez. O Mestre podia estar cansado. Aliás, estava de saída (cf. v. 15). Mesmo assim, a “bronca” permanece. Jesus quer as crianças junto de si. Ele ama os pequeninos.

Sim, todos sabem: criança faz barulho, criança dá trabalho, criança “enche”... Não é à toa que os casais fazem tudo para “evitá-las”. Não é estranho? Há uma lista de coisas a serem evitadas: evitar doenças, evitar acidentes, evitar... filhos?!

Pois Jesus ama as crianças. Ele está dizendo que não se deve impedir que elas se aproximem dele. E a advertência vale para os pais, os educadores e os poderosos que traçam as políticas do ensino. O regime soviético fez de tudo para desviar as crianças do caminho da fé. Chegaram a retirar água benta das pequenas pias que ficavam na entrada das igrejas e, com o microscópio, mostravam aos pequenos a presença de bactérias. As mesmas que se encontram em todo tipo de água. O objetivo era afastá-las da religião, mesmo à custa de trapaças!

Eis o ensinamento de João Paulo II, na Encíclica Familiaris Consortio:

“Na família, comunidade de pessoas, deve reservar-se uma especial atenção à criança, desenvolvendo uma estima profunda pela sua dignidade pessoal, como também grande respeito e generoso serviço pelos seus direitos. Isto vale para cada criança, mas adquire uma urgência singular quanto mais for a criança pequena e desprovida, doente, sofredora ou diminuída.

Solicitando e vivendo um cuidado terno e forte por toda criança que vem a este mundo, a Igreja cumpre uma sua missão fundamental: revelar e repetir na história o exemplo e o mandamento de Cristo, que quis pôr a criança em destaque no Reino de Deus: ‘Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, pois deles é o reino de Deus’. (Mt 19,14)

“O acolhimento, o amor, a estima, o serviço múltiplo e unitário – material, afetivo, educativo, espiritual – a cada criança que vem a este mundo deverão constituir sempre uma nota distintiva irrenunciável dos cristãos, em particular das famílias cristãs.” (FC, 26)

A História registra que, em todas as épocas, nenhuma instituição dedicou mais esforços materiais e pessoais à criança do que a Igreja de Jesus. Numerosas congregações foram criadas exatamente para acompanhar as crianças, dando a estas a formação humana, moral e espiritual que as próprias famílias não estavam em condição de lhes proporcionar.

E uma das raras maldições de Jesus foi dirigida para quem escandaliza “um destes pequeninos” (cf. Mc 9,42).

Orai sem cessar: “Quem for pequenino, venha a mim!” (Pr 9,4)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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