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Liturgia de 16 de agosto de 2017

QUARTA FEIRA DA XIX SEMANA COMUM
(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Considerai, Senhor, vossa aliança e não abandoneis para sempre o vosso povo. Levantai-vos, Senhor, defendei vossa causa e não desprezeis o clamor de quem vos busca (Sl 73,20.19.22).

Oração do dia

- Deus eterno e todo-poderoso, a quem ousamos chamar de Pai, dai-nos cada vez mais um coração de filhos, para alcançarmos um dia a herança que prometestes. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Dt 34, 1-12

- Leitura do livro do Deuteronômio - Naqueles dias: 1Moisés subiu das estepes de Moab ao monte Nebo, ao cume do Fasga que está defronte de Jericó. E o Senhor mostrou-lhe todo o país, desde Galaad até Dã, 2o território de Neftali, a terra de Efraim e Manassés, toda a terra de Judá até ao mar ocidental, 3o Negueb e a região do vale de Jericó, cidade das palmeiras, até Segor. 4O Senhor lhe disse: 'Eis aí a terra pela qual jurei a Abraão, Isaac e Jacó, dizendo: Eu a darei à tua descendência. Tu a viste com teus olhos, mas nela não entrarás'. 5E Moisés, servo do Senhor, morreu ali, na terra de Moab, conforme a vontade do Senhor.
6E ele o sepultou no vale, na terra de Moab, defronte de Bet-Fegor. E ninguém sabe até hoje onde fica a sua sepultura. 7Ao morrer, Moisés tinha cento e vinte anos. Sua vista não tinha enfraquecido, nem seu vigor se tinha esmorecido. 8Os filhos de Israel choraram Moisés nas estepes de Moab, durante trinta dias, até que terminou o luto por Moisés. 9Josué filho de Nun estava cheio do espírito de sabedoria, porque Moisés lhe tinha imposto as mãos. E os filhos de Israel lhe obedeceram e agiram, como o Senhor tinha ordenado a Moisés. 10Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés, a quem o Senhor conhecesse face a face, 11nem quanto aos sinais e prodígios que o Senhor lhe mandou fazer na terra do Egito, contra o Faraó, os seus servidores e todo o seu país, 12nem quanto à mão poderosa e a tantos e tão terríveis prodígios, que Moisés fez à vista de todo Israel.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 66, 1-3a.5.16-17 (R: 20a.9a)

- Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá à nossa vida.
R: Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá à nossa vida.

- Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, cantai salmos a seu nome glorioso,
dai a Deus a mais sublime louvação!* Dizei a Deus: 'Como são grandes vossas obras!
R: Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá à nossa vida.

- Vinde ver todas as obras do Senhor: seus prodígios estupendos entre os homens! Todos vós que a Deus temeis, vinde escutar: vou contar-vos todo bem que ele me fez! Quando a ele o meu grito se elevou, já havia gratidão em minha boca!
R: Bendito seja o Senhor Deus que me escutou, é ele que dá à nossa vida.

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.

- Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade; e a nós ele entregou essa reconciliação, aleluia! (2Cor 5,19).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 18, 15-20

- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 15Se o teu irmão pecar contra ti, vai corrigi-lo, mas em particular, à sós contigo! Se ele te ouvir, tu ganhaste o teu irmão. 16Se ele não te ouvir, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão seja decidida sob a palavra de duas ou três testemunhas. 17Se ele não vos der ouvido, dize-o à Igreja. Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público. 18Em verdade vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu. 19De novo, eu vos digo: se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que quiserem pedir, isto vos será concedido por meu Pai que está nos céus. 20Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome
eu estou ali, no meio deles.'

- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada
Terás ganho o teu irmão... (Mt 18,15-20)

Ganhar e perder. Nossa sociedade capitalista entende muito bem de lucros e perdas. Mas cuidamos, em geral, de lucros e perdas materiais. Temos aquele livro de três colunas: deve/ haver/ saldo. Neste Evangelho, porém, está em questão a salvação das almas. Ou sua perdição eterna. No Juízo Final, virá o balanço inexorável...

Certa mentalidade individualista – aliás, bem ao gosto de nosso tempo! – poderia levar o fiel a preocupar-se apenas em salvar a própria alma: cada um pra si e... Deus pra todos. Não cometer pecados mortais, cumprir os 10 mandamentos de Deus e os 5 da Igreja. Enfim, só para desencargo de consciência, uma esmolinha aqui e uma prenda para o leilão da paróquia. Ufa! Estou salvo!

Graças a Deus, não é assim. Ninguém se salva sozinho! Tanto que nossa omissão diante daqueles que correm o risco de se perder é sempre um pecado grave. Viver uma vidinha tecida de comodismos e preferências, lazeres e conveniências, quando Deus se esgoela a clamar por operários para colher a messe que está madura (cf. Jo 4,35b), certamente causará a nossa perdição! Eis uma certeza: seremos severamente cobrados por nossa indiferença diante do próximo caído na estrada de Jericó.

No Evangelho de hoje, o ensinamento de Jesus Cristo aponta para nosso compromisso em advertir o irmão que se desvia para, assim, lhe dar uma oportunidade de correção e conversão. Aponta para a responsabilidade dos educadores em corrigir o educando que erra, puni-lo adequadamente e reanimá-lo a voltar ao caminho do bem. Aponta igualmente para a irrecusável solidariedade que envolve a sociedade humana, independentemente de raça e cor, classe e nacionalidade. E ainda aponta para o nosso dever de oferecer ao próximo um estilo de vida e modelos de comportamento pautados na verdade e na justiça. Estamos todos no mesmo barco!

Exemplos não nos faltam. A freira que é professora de ricos e deixa seu conforto para cuidar dos miseráveis de Calcutá. O jovem da nobreza espanhola que abre mão de seu brasão para levar o Evangelho à Índia, ao Japão e à China. O Papa já alquebrado que atravessa o planeta para falar de Jesus. O pastor negro que arrisca sua vida para defender os direitos de seus irmãos. A professora branca que ensina balé clássico na favela para ajudar os pequenos favelados a descobrirem a beleza...

Madre Teresa, Francisco Xavier, João Paulo II, Martin Luther King e tantos outros mostram que isto é possível. Nossa vida existe para ser dada, perdida, sacrificada. É assim que o outro será salvo.

Orai sem cessar: “Anunciarei vosso Nome aos meus irmãos!” (Sl 22,23)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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