L Liturgia

Liturgia de 17 de novembro de 2019

DOMINGO – XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde, glória, creio – I semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Meus pensamentos são de paz e não de aflição, diz o Senhor. Vós me invocareis, e hei de escutar-vos, e vos trarei de vosso cativeiro, de onde estiveres (Jr 29,11. 12.14).

 

Oração do dia

 

- Senhor nosso Deus, fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o criador de todas as coisas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Mq 3,19-20

 

- Leitura da profecia de Malaquias: 19Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo. 20aPara vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 98,5-6.7-8.9a.9bc (R: 9)

 

- O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

R: O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.


- Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!

R: O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.


- Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria.

R: O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.


- Exultem na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.

R: O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

2ª Leitura: 2Ts  3,7-12

 

- Leitura da segunda carta de são Paulo aos Tessalonicenses: Irmãos: 7Bem sabeis como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade. 8De ninguém recebemos de graça o pão que comemos. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém. 9Não que não tivéssemos o direito de fazê-lo, mas queríamos apresentar-nos como exemplo a ser imitado. 10Com efeito, quando estávamos entre vós, demos esta regra: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”. 11Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada. 12Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas pessoas que, trabalhando, comam na tranquilidade o seu próprio pão.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima!

(Lc 21,28).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,5-19

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. 7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?” 8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”. 10E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. 12Antes, porém, que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé. 14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós. 17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Tudo será destruído... (Lc 21,5-19)

O soldado na trincheira, longe de seu país, abre a carteira e contempla a fotografia de sua noiva. É apenas uma foto, mas consola. Se ele regressar vivo, verá a noiva pessoalmente e poderá dispensar a imagem da fotografia. Esta é a figura adotada pelo monge André Louf, ao comentar esta passagem do Evangelho.

“É assim também com tudo o que construímos aqui em baixo para Jesus e para o seu Reino, com nossos engajamentos e atividades, que passam necessariamente através de sinais, ambíguos e provisórios, de nosso mundo atual cuja figura irá passar um dia. Estes compromissos são necessários hoje, mas não durarão para sempre. Na verdade, estão votados ao fracasso final, ao qual irá sobreviver apenas a única coisa que a Palavra de Deus afirma que dura para sempre: o Amor que eles terão tornado possível.”

Esta reflexão deve ajudar-nos a relativizar tudo o que realizamos neste mundo, no breve tempo de nossa história terrestre, mas não a ponto de nos desinteressarmos de nossa missão e abrir mão de nossas responsabilidades. São realidades passageiras, sim, mas trazem em seu íntimo um valor de eternidade.

“Até mesmo o Templo de Jerusalém – prossegue André Louf -, mesmo nossas catedrais e nossas igrejas, das quais necessitamos atualmente para alojar e localizar nossa sede de Deus – ouvimos Jesus dizê-lo no Evangelho -, virão dias em que não estará delas pedra sobre pedra: tudo será destruído. Mas tudo será transformado em morada espiritual, nos céus, graças ao amor que os tiver habitado aqui em baixo.”

Assim nós compreendemos que o valor de nosso trabalho não está na realização em si mesma, no resultado palpável de nossos compromissos, mas na maneira amorosa como os realizamos. Vistos por este ângulo, mesmo os nossos fracassos têm grande valor se trabalhamos com amor, ainda que uma sociedade de produção e consumo, de sucesso e pragmatismo veja as coisas de modo diferente.

“Um dos sinais de Jesus, ao qual nos afeiçoamos acima de todos, o sinal de que ele quis precisar para nos mostrar seu amor até o fim, é a Eucaristia. Enquanto sinal do pão e do vinho partilhados, a Eucaristia é um sacramento provisório, mas sua realidade perdura para sempre: o amor que é mais forte do que a morte, o amor que nenhum outro saberia igualar: o amor de Jesus que dá sua vida por aqueles que ele ama.”

O exemplo cabal de tudo que estamos meditando é a própria pessoa de Jesus Cristo. Depois de uma vida inteira dedicada à sua missão, ele acaba crucificado entre dois ladrões, e a maioria de seus seguidores se dispersa. Aos olhos humanos, total fracasso. Aos olhos de Deus, a grande vitória...

Orai sem cessar: “O Senhor é bom, eterno é seu amor!” (Sl 100,5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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