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Liturgia de 20 de setembro de 2019

SEXTA FEIRA – SANTOS ANDRÉ, PAULO E COMPANHEIROS - MÁRTIRES

(vermelho, pref. comum ou dos mártires – ofício da memória)

Antífona da entrada

 

- Alegremo-nos todos no Senhor. celebrando este dia festivo em honra dos santos mártires. Conosco alegram-se os anjos e glorificam o Filho de Deus

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, criador e salvador de todas as raças, por vossa bondade, chamastes à fé a muitos irmãos na região da Coréia e os fizestes crescer pelo testemunho glorioso dos mártires André, Paulo e seus companheiros. Concedei que, pelo exemplo e intercessão deles, possamos perseverar até a morte na observância de vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Tm 6,2c-12

 

- Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo: Caríssimo, 2ensina e recomenda estas coisas. 3Quem ensina doutrina estranhas e discorda das palavras salutares de nosso Senhor Jesus Cristo e da doutrina conforme à piedade, 4é um obcecado pelo orgulho, um ignorante que morbidamente se compraz em questões e discussões de palavras. Daí é que nascem invejas, contendas, insultos, suspeitas, 5porfias de homens com mente corrompida e privados da verdade que fazem da piedade assunto de lucro. 6Sem dúvida, grande fonte de lucro é a piedade, mas quando acompanhada do espírito de desprendimento. 7Porque nada trou­xemos ao mundo como tampouco nada poderemos levar. 8Tendo alimento e vestuário, fiquemos satisfeitos. 9Os que desejam enriquecer caem em tentação e armadilhas, em muitos desejos loucos e perniciosos que afundam os homens na perdição e na ruína, 10porque a raiz de todos os males é a cobiça do dinheiro. Por se terem deixado levar por ela, muitos se extraviaram da fé e se atormentam a si mesmos com muito sofrimentos. 11Tu que és um homem de Deus, foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e pela qual fizeste tua nobre profissão de fé diante de muitas testemunhas.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 49,6-7.8-10.17-18.19-20 (R: Mt 5,3)

 

- Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.

- Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda?  Por que temer os que confiam nas riquezas  
e se gloriam na abundância de seus bens?

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.


- Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate.  A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.


- Não te inquietes, quando um homem fica rico e aumenta a opulência de sua casa;  pois ao morrer não levará nada consigo, nem seu prestígio poderá acompanhá-lo.
R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.


- Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: 'Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida!' Mas vai-se ele para junto de seus pais, que nunca mais e nunca mais veróo a luz!

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos céus.


Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 8,1-3

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

- Naquele tempo, 1Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; 2e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Tinham sido curadas... (Lc 8,1-3)

Sim, algumas dessas mulheres do povo tinham sido curadas de males físicos, outras foram libertadas da opressão dos demônios, como Maria de Mágdala. E, depois de terem experimentado o amor que curava, elas já não podiam voltar a uma vida banal. Por isso mesmo, curadas e agradecidas, elas seguiam a Jesus para servi-lo com suas posses e suas atenções.

Ainda hoje, encontramos pessoas que, após uma experiência de Deus, dedicam-se de corpo e alma à construção do Reino de Deus. De modo geral, elas são mal vistas, recebem críticas, acusadas de fanatismo e beatice. É que o comportamento delas nos ameaça, denuncia nossa “normalidade” morna. Seu amor nos parece excessivo e injustificável. Em lógico, a razão sem afeto não pode entender...

Como entender a imprevista guinada de Charles de Foucauld, que troca as noites de Paris pelo silêncio do deserto de Tamanrasset? Como entender a ruptura de Teresa, que deixa o ninho seguro do colégio de ricos para mergulhar nas sórdidas favelas de Calcutá? Como seguir o chocante exemplo do Padre Damião, que atravessa o Pacífico para abraçar os leprosos da Ilha de Molokai? E a loucura de Albert Schweitzer, o médico que deixa a Bélgica civilizada para servir aos nativos doentes do Congo?

Se buscarmos bem no fundo, encontraremos uma história de amor. Uma grande paixão. Em um dado momento de sua vida, as feridas de seu coração foram tocadas pela mão amorosa de Deus. E em lugar de cicatriz, brotou outra ferida ainda mais profunda: a sede de amar e responder amando ao amor que haviam recebido.

Seria uma pena se nós gastássemos toda a nossa vida com pequenos amores. Pequenos apegos. Minúsculos afetos. É que Deus nos chama a experimentar um amor profundo, uma paixão que arrebata. Mesmo sem os arroubos místicos de uma Teresa de Ávila transfixada, sem os ardores de Margarida Maria Alacoque, todos nós podemos experimentar um amor-que-move. Um amor que faz mover os pés, nos desinstala e nos põe no caminho do Outro.

Se não me engano, é por isso que Deus permite nossas enfermidades. Nelas, temos a oportunidade de conhecer Aquele que cura. Uma vez curados, brotará em nós o impulso de semear as mesmas sementes de amor que caíram em nosso coração.

Assim, quem sabe, seguiremos a Jesus...

Orai sem cessar: “Deus fere e cuida; se golpeia, sua mão cura.” (Jó 5,18)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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