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Liturgia de 31 de agosto de 2019

SABADO – XXI SEMANA COMUM

(Verde, ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Inclinai, Senhor, o vosso ouvido e escutai-me; salvai, meu Deus, o servo que confia em vós. Tende compaixão de mim, clamo por vós o dia inteiro (Sl 85,1).

 

Oração do dia

 

- Deus que unis os corações dos vossos fieis num só desejo, dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis para que, na instabilidade deste mundo, fixemos os nossos corações onde encontram as verdadeiras alegrias. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: 1Ts 4,9-11

 

- Leitura da primeira carta de são Paulo aos Tessalonicenses: Irmãos, 9não é preciso escrever-vos a respeito do amor fraterno, pois já aprendestes de Deus mesmo a amar-vos uns aos outros. 10É o que já estais fazendo com todos os irmãos, em toda a Macedônia. Só podemos exortar-vos, irmãos, a progredirdes sempre mais. 11Procurai viver, com tranquilidade, dedicando-vos aos vossos afazeres e trabalhando com as próprias mãos, como recomendamos.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: 98,1.7-8.9. (R: 9)

 

- O Senhor julgará as nações com justiça.

R: O Senhor julgará as nações com justiça.

 - Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.

R: O Senhor julgará as nações com justiça.

- Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria,

R: O Senhor julgará as nações com justiça.

- na presença do Senhor; pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade.

R: O Senhor julgará as nações com justiça.


Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Eu vos dou um novo preceito: que uns aos outros vos ameis, como eu vos tenho amado (Jo13,34).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 25,14-30

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta parábola: 14“Um homem ia viajar para o estrangeiro. Chamou seus empregados e lhes entregou seus bens. 15A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro, um; a cada qual de acordo com a sua capacidade. Em seguida viajou. 16O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17Do mesmo modo, o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18Mas aquele que havia recebido um só saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão. 19Depois de muito tempo, o patrão voltou e foi acertar contas com os empregados. 20O empregado que havia recebido cinco talentos entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 22Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23O patrão lhe disse: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais. Vem participar da minha alegria!’ 24Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, sei que és um homem severo, pois colhes onde não plantaste e ceifas onde não semeaste. 25Por isso fiquei com medo e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26O patrão lhe respondeu: ‘Servo mau e preguiçoso! Tu sabias que eu colho onde não plantei e que ceifo onde não semeei? 27Então devias ter depositado meu dinheiro no banco, para que, ao voltar, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28Em seguida, o patrão ordenou: ‘Tirai dele o talento e dai-o àquele que tem dez! 29Porque a todo aquele que tem será dado mais, e terá em abundância, mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30Quanto a este servo inútil, jogai-o lá fora, na escuridão. Ali haverá choro e ranger de dentes!’”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

E terá em abundância... (Mt 25, 14-30)

 

Mais uma vez, a Liturgia nos apresenta a “parábola dos talentos”. Três servos que recebem, respectivamente, 250, 100 e 50 quilos de prata, que deveriam ser investidos com lucro. Os dois primeiros se arriscam e lucram 100%. O terceiro servo, movido pelo temor, prefere enterrar o seu talento e, por isso mesmo, será castigado.

Não sei bem se a intenção de Jesus, ao contar esta parábola, se resumia a uma visão utilitarista (e mesmo capitalista!), segundo a qual temos de “render conforme o investimento” de Deus em nossas vidas. No fundo, acho pouco provável...

Em primeiro lugar, nada temos de nosso. Tudo é dom. Somos eternos mendigos. Em segundo lugar, que talentos são esses? Inteligência? Virtudes morais? Saúde? Força muscular? Recursos materiais? Ora, tudo isso são ninharias diante do verdadeiro investimento de Deus em nossa vida: Ele-mesmo!

Sim! Deus se entregou em nossas mãos. Veio morar no meio de nós. Vestiu-se de nossa carne. E continua presente na Eucaristia. Isto, sim, é investimento. Alimentados de seu Corpo e Sangue, inauguramos, já aqui na terra, a vida que experimentaremos na eternidade.

 

Pode ser que isto cale mais fundo com a meditação de meu soneto “Dependência”:

Nada tenho de meu. Eu não me iludo

Ao ver frutificar o meu trabalho.

Sei que sou limitado e que sou falho:

É Deus quem age em mim, eu pouco ajudo.

 

Nada tenho de meu, mas tenho tudo,

Pois nas mãos do Senhor eu me agasalho.

Se me esforço demais, eu atrapalho

Por ocultar da Graça o conteúdo...

 

Nada tenho de meu, mas tudo tenho:

Meu Pai foi quem me deu saber e engenho,

Transfigurando em luz o meu caminho.

 

Nada tenho de meu, mas vivo cheio,

Pois o Filho de Deus comigo veio

E, assim, jamais eu estarei sozinho...

 

Orai sem cessar: “O Senhor é minha herança e minha parte...” (Sl 16, 5)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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