L Liturgia

Liturgia de 28 de julho de 2019

DOMINGO – XVII SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde, glória, creio – IV semana do saltério)

Antífona da entrada

 

- Deus habita em seu templo santo, reúne seus filhos em sua casa; é ele quem dá força e poder a seu povo (Sl 67,6.36).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, sois amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 18,20-32

 

- Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 20o Senhor disse a Abraão: “O clamor contra Sodoma e Gomorra cresceu, e agravou-se muito o seu pecado. 21Vou descer para verificar se as suas obras correspondem ou não ao clamor que chegou até mim”. 22Partindo dali, os homens dirigiram-se a Sodoma, enquanto Abraão ficou na presença do Senhor. 23Então, aproximando-se, disse Abraão: “Vais realmente exterminar o justo com o ímpio? 24Se houvesse cinquenta justos na cidade, acaso irias exterminá-los? Não pouparias o lugar por causa dos cinquenta justos que ali vivem? 25Longe de ti agir assim, fazendo morrer o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! O juiz de toda a terra não faria justiça?” 26O Senhor respondeu: “Se eu encontrasse em Sodoma cinquenta justos, pouparia por causa deles a cidade inteira”. 27Abraão prosseguiu dizendo: “Estou sendo atrevido em falar a meu Senhor, eu, que sou pó e cinza. 28Se dos cinquenta justos faltassem cinco, destruirias por causa dos cinco a cidade inteira?” O Senhor respondeu: “Não destruiria, se achasse ali quarenta e cinco justos”. 29Insistiu ainda Abraão e disse: “E se houvesse quarenta?” Ele respondeu: “Por causa dos quarenta, não o faria”. 30Abraão tornou a insistir: “Não se irrite o meu Senhor, se ainda falo. E se houvesse apenas trinta justos?”  Ele respondeu: “Também não o faria, se encontrasse trinta”.  31Tornou Abraão a insistir: “Já que me atrevi a falar a meu Senhor, e se houver vinte justos?” Ele respondeu: “Não a iria destruir por causa dos vinte”.  32Abraão disse: “Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar só mais uma vez: e se houvesse apenas dez?”  Ele respondeu: “Por causa dos dez, não a destruiria”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 138,1-2a.2bc-3.6-7ab.7c.8 (R: 3a)

 

- Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!


- Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.

R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!


- Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.

R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!


- Altíssimo é o Senhor, mas olha os pobres, e de longe reconhece os orgulhosos. Se no meio da desgraça eu caminhar, vós me fazeis tornar à vida novamente; quando os meus perseguidores me atacarem e com ira investirem contra mim, estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra.

R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!


- Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos!

R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

2ª Leitura: Cl 2,12-14

 

- Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses: Irmãos: 12Com Cristo fostes sepultados no batismo; com ele também fostes ressuscitados por meio da fé no poder de Deus, que ressuscitou a Cristo dentre os mortos. 13Ora, vós estáveis mortos por causa dos vossos pecados, e vossos corpos não tinham recebido a circuncisão, até que Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo, e a todos nós perdoou os pecados. 14Existia contra nós uma conta a ser paga, mas ele a cancelou, apesar das obrigações legais, e a eliminou, pregando-a na cruz.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Recebemos o Espírito de adoção; é por ele que clamamos; Abá, Pai! (Rm 8,15).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,1-13

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

- 1Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos seus discípulos pediu-lhe: “Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos”.  2Jesus respondeu: “Quando rezardes, dizei: ‘Pai, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. 3Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos, 4e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação’”
5E Jesus acrescentou: “Se um de vós tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, 6porque um amigo meu chegou de viagem e nada tenho para lhe oferecer’, 7e se o outro responder lá de dentro: ‘Não me incomodes! Já tranquei a porta, e meus filhos e eu já estamos deitados; não me posso levantar para te dar os pães’; 8eu vos declaro: mesmo que o outro não se levante para dá-los porque é seu amigo, vai levantar-se ao menos por causa da impertinência dele e lhe dará quanto for necessário. 9Portanto, eu vos digo: pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto. 10Pois quem pede, recebe; quem procura, encontra; e, para quem bate, se abrirá. 11Será que algum de vós, que é pai, se o filho lhe pedir um peixe, lhe dará uma cobra? 12Ou ainda, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo aos que o pedirem!”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada
O peixe e a cobra... (Lc 11,1-13)

Quando os discípulos pedem ao Mestre que os ensine a rezar, o que mais importa não são as aspirações e os pedidos que, no seu conjunto, aprendemos a chamar de oração do Senhor ou, popularmente, de Pai-Nosso. O ponto alto de seu ensinamento está no vocativo inicial: “Pai nosso”...

Como é que isto vem passando despercebido a nossos olhos? Mais importante que o Nome, o Reino e o Pão, é saber a quem nos dirigimos quando rezamos. Na prática, alguns rezam como quem se dirige a uma Força, um Poder cósmico. Outros rezam a um rico Fornecedor que tem sua despensa cheia de pães. Muitos dirigem suas orações a um Policial vigilante, com medo de eventual punição. Mas poucos rezam a um Pai – aquele que Jesus chamava de Abbá, papai, paizinho...

Os maias e astecas da América Central, que sacrificavam cruamente seus jovens e estendiam os crânios deles nos altares em forma de pirâmide escalonada, certamente não cultuavam um Pai. Não tinham recebido a principal revelação que o Filho veio nos oferecer: Deus é bom, ele é a fonte de todo bem, é o “Pai das luzes, de quem procede todo dom precioso e toda dádiva perfeita” (Tg 1,17).

No seu esforço para situar a oração em um clima de amor filial, Jesus de Nazaré recorre a um tríplice contraste: de um lado as coisas boas – o pão, o peixe, o ovo; do outro lado as coisas más – a pedra, a cobra, o escorpião. Que espera de seu pai a criança que tem fome? Que tipo de dom os pais reservam para seus filhos? A pedra dura, fria, inorgânica, ou o pão macio, quente, orgânico? O peixe desarmado ou a serpente peçonhenta? O ovo que encerra a vida ou o escorpião que injeta a morte?

Nas palavras de Helmut Gollwitzer, “Jesus quer levar seus discípulos a compreenderem que a paternidade de Deus torna nossos pedidos garantidos, desde que não supérfluos. Deus atende nossos pedidos. E ele fala com a certeza de quem vem de Deus e o conhece. A pertença do discípulo a Jesus se comprova pela fidelidade com que ele leva a sério o chamado que Jesus faz à oração”.

E a pobre camponesa pedia ao missionário que passava pela roça: - “Padre, me ensina a rezar o Padre-Nosso!” Quando o sacerdote começa a dizer as palavras da oração, ela o interrompe: - “Isto eu já sei, padre... é que, quando eu falo ‘Pai nosso’, na mesma hora começo a chorar e não consigo ir em frente...” E o missionário, comovido: - “Então, continue assim... Você reza melhor que todos nós...”

Orai sem cessar: “Tu és meu pai, meus Deus, meu rochedo, meu salvador...” (Sl 89,27)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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