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Liturgia de 23 de julho de 2019

TERÇA FEIRA – XVI SEMANA DO TEMPO COMUM

(Verde – Ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- É Deus quem me ajuda, é o senhor que defende a minha vida. Senhor, de todo coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom. (Sl 53,6).

 

Oração do dia

 

- Ó Deus, sede generoso com vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ex 14,21-15,1

 

- Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 14,21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e duran­te toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. 23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. 24Ora, de madru­gada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”. 26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se vol­tem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”. 27Moisés es­tendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das on­das. 28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição de Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. 30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egíp­cios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel can­taram ao Senhor este cântico:

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl (Ex) 15,8-9.10.12.17 (R: 1a)

 

- Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

- Ao soprar a vossa ira amontoaram-se as águas, levantaram-se as ondas e formaram uma muralha, e imóveis se fizeram, em meio ao mar, as grandes vagas.  O inimigo tinha dito: “Hei de segui-los e alcançá-los! Repartirei seus despojos e minh’alma saciarei; arrancarei da minha espada e minha mão os matará!”

R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

- Mas soprou o vosso vento, e o mar os recobriu; afundaram como chumbo entre as águas agitadas. Estendestes vossa mão, e a terra os devorou.

R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

- Vós, Senhor, o levareis e o plantareis em vosso Monte, no lugar que preparastes para a vossa habitação, no Santuário construído pelas vossas próprias mãos.

R: Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Quem me ama, realmente, guardará minha palavra e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 12,46-50

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 46enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”.
48Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” 49E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. 50Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

Liturgia comentada

Eis a minha mãe! (Mt 12,46-50)

Neste Evangelho, enquanto Jesus ensina no interior de uma casa, cercada pela multidão, seus familiares estão à sua procura do lado de fora. São os mesmos parentes que entendiam como loucura (cf. Mc 3,21) o comportamento de um carpinteiro que se mudava em pregador. A resposta de Jesus incomoda quando ele aponta para os ouvintes e afirma: “Minha mãe e meus irmãos são todos aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos céus”.

O antigo preconceito contra a Mãe de Deus cita esta passagem para depreciá-la, e assim demonstra a dificuldade em avaliar a missão de Maria nos desígnios de Deus. Teria alguém chegado a “fazer a vontade do Pai” em grau mais elevado que Maria de Nazaré?

Para uma justa avaliação, talvez ajude recordar a atitude dela no momento da Anunciação (cf. Lc 1,26ss). O que chega até Maria pela mediação de Gabriel é exatamente uma “palavra”. A Palavra do Senhor. Que é que ela responde? “Faça-se em mim segundo a tua Palavra!” Não se trata apenas de “ouvir” a Palavra, mas de fazer dela um acontecimento existencial: “aconteça em minha vida de acordo com a palavra que me trazes”. E o que acontece? O VERBO se faz carne. A PALAVRA se encarna no íntimo da mulher escolhida para ser a Mãe de Deus.

Por isso Maurice Zundel exclama: “Ó maravilhosa transferência! O Verbo de Deus, luz de luz, reflexo subsistente da face do Pai, na transparência sem sombra de uma alma e de uma carne completamente desapropriadas de si mesmas, expressando-se por inteiro, ilumina nossas trevas com a eterna claridade!”

Para Zundel, Maria é “o lugar desse intercâmbio” entre a divindade e a humanidade. Maria é “o santuário do sagrado”. “Antes deste acontecimento, ela já é toda de Deus, ela é oferecida, doada, ela é pobre, ela espera. Mas ela ainda ignora com que plenitude deve realizar-se nela a palavra dos Cânticos: ‘Ego dilecto meo et ad me conversio ejus’ [Eu sou para o meu Bem-Amado, e seu coração se voltou para mim].”

E mais: “Sem dúvida, ela sabia de cor (de coração!) as Escrituras; ela compreendera seu movimento secreto, a orientação crística de cada palavra, onde o sopro do Espírito consome todas as escórias da humanidade impura à qual são confiados os gestos de Deus. Maria busca nas Escrituras uma Presença, ali ela encontra uma Pessoa onde toda a esperança humana está contida.”

Quem não consegue entender esta frase de Jesus – “Eis a minha mãe!” – jamais entenderá a outra frase que ele pronuncia na Cruz: - “Eis a tua mãe!”

Orai sem cessar: “É a voz do meu amado!” (Ct 2,8)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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