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Liturgia de 13 de abril de 2019

SABADO DA V SEMANA DA QUARESMA
(Roxo, pref. paixãoI -  ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Ó Senhor, não fiques longe de mim! Ó minha força, correi em meu socorro! Sou um verme, e não um homem, opróbrio dos homens e rebotalho da plebe  (Sl 30,7).

Oração do dia

 

- Ó Deus, vós sempre cuidais da salvação dos homens e, nesta Quaresma, nos alegrais com graças copiosas. Considerai com bondade aqueles que escolhestes, para que a vossa proteção paterna acompanhe os que se preparam para o batismo e guarde os que já foram batizados. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Ez 37,21-28

 

- Leitura da profecia de Ezequiel: 21Assim diz o Senhor Deus: “Eu mesmo vou tomar os israelitas do meio das nações para onde foram, vou recolhê-los de toda parte e reconduzi-los para a sua terra. 22Farei deles uma nação única no país, nos montes de Israel, e apenas um rei reinará sobre todos eles. Nunca mais formarão duas nações, nem tornarão a dividir-se em dois reinos. 23Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais cometerão infames abominações. Eu os libertarei de todo o pecado que cometeram em sua infidelidade, e os purificarei. Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus.
24Meu servo Davi reinará sobre eles, e haverá para todos eles um único pastor. Viverão segundo meus preceitos e guardarão minhas leis, pondo-as em prática. 25Habitarão no país que dei a meu servo Jacó, onde moraram vossos pais; ali habitarão para sempre, também eles, com seus filhos e netos, e o meu servo Davi será o seu príncipe para sempre. 26Farei com eles uma aliança de paz, será uma aliança eterna. Eu os estabelecerei e multiplicarei, e no meio deles porei meu santuário para sempre. 27Minha morada estará junto deles. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 28Assim as nações saberão que eu, o Senhor, santifico Israel, por estar o meu santuário no meio deles para sempre”.


- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl, (Jr 31), 10.11-12ab.13 (R: 10d)

 

- O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.


- Ouvi, nações, a palavra do Senhor e anunciai-a nas ilhas mais distantes: “Quem dispersou Israel, vai congregá-lo, e o guardará qual pastor a seu rebanho!”

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.


- Pois, na verdade, o Senhor remiu Jacó e o libertou do poder do prepotente. Voltarão para o monte de Sião, entre brados e cantos de alegria afluirão para as bênçãos do Senhor:

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.


- Então a virgem dançará alegremente, também o jovem e o velho exultarão; mudarei em alegria o seu luto, serei consolo e conforto após a guerra.

R: O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 11,45-56

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!

 

- Lançai para bem longe toda a vossa iniqüidade! Criai em vós um novo espírito e um novo coração!  (Ez 18,31)

Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 45muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46Alguns, porém, foram ter com os fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47Então os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho e disseram: “Que faremos? Este homem realiza muitos sinais. 48Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele, e virão os romanos e destruirão o nosso Lugar Santo e a nossa nação”. 49Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote em função naquele ano, disse: “Vós não entendeis nada. 50Não percebeis que é melhor um só homem morrer pelo povo do que perecer a nação inteira?” 51Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação. 52E não só pela nação, mas também para reunir os filhos de Deus dispersos. 53A partir desse dia, as autoridades judaicas tomaram a decisão de matar Jesus.  54Por isso, Jesus não andava mais em público no meio dos judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto, para a cidade chamada Efraim. Ali permaneceu com os seus discípulos. 55A Páscoa dos judeus estava próxima. Muita gente do campo tinha subido a Jerusalém para se purificar antes da Páscoa. 56Procuravam Jesus e, ao reunirem-se no Templo, comentavam entre si: “Que vos parece? Será que ele não vem para a festa?”

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
Um só homem pelo povo... (Jo 11,45-56)

Desde o Antigo Testamento, os pecados do povo de Israel eram “apagados” com o sangue de um animal. Suspenso no poste por uma pata traseira, o cordeiro (ou bode, cf. Lv 9,3; 16,8) tinha sua veia jugular seccionada, recolhendo-se o sangue em uma bacia, posteriormente aspergido sobre a assembleia reunida como rito de purificação e penitência. Na perspectiva deste ritual, um pagava por todos. E tudo parecia muito justo.

A História humana registra a existência de incontáveis bodes expiatórios, individuais e coletivos. Um milhão e meio de armênios foram massacrados pelo Império Turco-otomano. Nos terríveis campos de concentração nazistas, milhões de judeus acabaram exterminados nas câmaras de gás.

Entre nós, os civilizados, o vizinho estranho ou diferente, o pobre e o pivete, o migrante e o estrangeiro são facilmente eleitos como nossos bodes expiatórios. Mesmo em pequena escala, também nós estamos sempre procurando por alguém que possa ser culpado ou responsabilizado por nossos pequenos mal-estares.

Neste Evangelho, ainda que inconscientemente, o Sumo Sacerdote Caifás profetiza a respeito da missão do Salvador: “Interessa que morra um só homem pelo povo!” E o próprio evangelista João interpreta de imediato essa profecia: a morte de Jesus era o sacrifício que traria de novo a unidade dos filhos dispersos com o Pai.

Depois da manhã de Pentecostes, o Espírito Santo convenceria a Igreja, sempre mais, a respeito do sentido salvífico da morte de Jesus. É o apóstolo Paulo quem assevera: “Se por um só homem, pelo pecado de um só [Adão] reinou a morte, com muito maior razão aqueles que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo!” (Rm 5,17)

Claro que Caifás pensava em outra coisa... Diante dos milagres de Jesus, o povo o queria como rei (Jo 6,15). A pretensão de ser o rei dos judeus seria gravada no título da cruz do Calvário como o motivo da morte de Jesus. Pilatos o interrogaria a esse respeito (Jo 18,33). E Caifás temia que a agitação crescente e uma possível sublevação provocassem violenta reação das legiões romanas estacionadas na Palestina. A garantia da paz e da manutenção do status quo pactuado entre os romanos e as autoridades do Templo era a eliminação de Jesus. Sua morte garantiria a paz para todos...

Mais uma vez, a amorosa Providência divina iria atuar por meio dos projetos humanos, mesmo quando estes incluem o ódio e os mais vis interesses. Deus joga para perder, sabendo que vai ganhar. Aliás, esta é a marca do Amor...

Orai sem cessar: “Rompeu-se a armadilha e nos achamos livres!” (Sl 124,7b)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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