L Liturgia

Liturgia de 15 de fevereiro de 2019

SEXTA FEIRA DA V SEMANA DO TEMPO COMUM.
(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

 

- Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6).

Oração do dia

 

- Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Gn 3,1-8

 

- Leitura do livro do Gênesis: 1A serpente era o mais astuto de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: “Não comereis de nenhuma das árvores do jardim”? 2E a mulher respondeu à serpente: “Do fruto das árvores do jardim, nós podemos comer”. 3Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus nos disse: ‘Não comais dele nem sequer o toqueis, do contrário, morrereis’”. 4A serpente disse à mulher: “Não, vós não morrereis. 5Mas Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, vossos olhos se abrirão e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal”. 6A mulher viu que seria bom comer da árvore, pois era atraente para os olhos e desejável para obter conhecimento. E colheu um fruto, comeu e deu também ao marido, que estava com ela, e ele comeu. 7Então, os olhos dos dois se abriram; e, vendo que estavam nus, teceram tangas para si com folhas de figueira. 8Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, Adão e sua mulher esconderam-se do Senhor Deus no meio das árvores do jardim.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl  32,1-2.5-7 (R: 1a)

 

- Feliz aquele cuja falta é perdoada!

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!


- Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta! Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!


- Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse: “Eu irei confessar meu pecado!” E perdoastes, Senhor, minha falta.

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!


- Todo fiel pode, assim, invocar-vos, durante o tempo da angústia e aflição, porque, ainda que irrompam as águas, não poderão atingi-lo jamais.

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!


- Sois para mim proteção e refúgio; na minha angústia me haveis de salvar, e envolvereis a minha alma no gozo da salvação que me vem só de vós.

R: Feliz aquele cuja falta é perdoada!

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus! (At 16,14)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,31-37.

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  


-
Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

 
 

Liturgia comentada
Pôs os dedos nos seus ouvidos... (Mc 7,31-37)

Quando algum fato supera os limites humanos, o povo vê ali o “dedo de Deus”. Foi assim no Antigo Testamento: quando caiu sobre o Egito a terceira praga (cf. Ex 8,15) e até a poeira do chão se transformou em mosquitos, os magos disseram ao Faraó: ‘Aqui está o dedo de Deus’. Igualmente, quando Moisés recebeu as tábuas da Lei no sinal, a Escritura registra: “Eram tábuas de pedra escritas com o dedo de Deus”. (Ex 31,18)

Em suma, na necessidade de mostrar ao leitor a ação de um Deus que é puro espírito, o escritor sagrado recorre a imagens antropomórficas: o braço de Deus, a mão de Deus, o dedo de Deus.

Agora, porém, em clima de Nova Aliança, o grande milagre da Encarnação nos coloca diante do Filho de Deus feito homem, que pode ser visto, ouvido e apalpado (cf. 1Jo 1,1). Quem se aproxima de Jesus pode dispensar as imagens e ir direto ao Senhor da vida. E foi assim que o surdo-mudo foi tocado e curado.

Mas o milagre de Jesus não se encerra em um caso de cura individual. Há muito mais em jogo. O “deficiente” deste Evangelho é um símbolo do povo de Israel que, por sua vez, resume toda a humanidade surda à voz de Deus. Eis o comentário de Hans Urs von Balthasar:

“Tal como disseram os profetas, Israel está surdo à palavra de Deus e, assim, incapaz de uma resposta válida. Jesus não realiza milagres como espetáculo, por isso leva o doente à parte, procura o delicado meio entre a discrição (diante da propaganda do mundo) e a ajuda a ser levada ao povo. Os dois toques corporais (ouvidos e língua) formam o prelúdio para seu olhar erguido ao Pai – todo milagre que ele faz é um ato do Pai por meio dele – e para seu suspiro, indicando que ele está cheio do Espírito Santo. Esta plenitude trinitária mostra suficientemente que na sua ordem – “Abre-te!” – ressoa uma palavra não simplesmente de cura corporal, mas de um efeito de graça para Israel e a humanidade.”

Parece que a TV vem mostrando um grave desvio de avaliação dos curadores de hoje: destaque para curas físicas e sucesso financeiro, enquanto as almas e os corações permanecem surdos à palavra do Evangelho, que fala de amor ao próximo, de vida simples e pobre, de fazer de Jesus o tesouro escondido, a pérola de valor inestimável.

Orai sem cessar: “Ouvirei o que diz o Senhor Deus...” (Sl 85,9)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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