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Liturgia de 14 de dezembro de 2018

SEXTA FEIRA - SÃO JOÃO DA CRUZ PRESBÍTERO E DOUTOR
(branco, pref. do Advento I ou dos pastores - ofício da memória)

 

Antífona da entrada

 

- A cruz de nosso Senhor Jesus Cristo deve ser a nossa glória: nele está nossa vida e ressurreição; foi ele que nos salvou e libertou (Gl 6,14).

Oração do dia

 

- Ó Deus, que inspirastes ao presbítero são João da Cruz extraordinário amor pelo Cristo e total desapego de si mesmo, fazei que, imitando sempre o seu exemplo, cheguemos à contemplação da vossa glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 48, 17-19


- Leitura do livro do profeta Isaías: 17Isto diz o Senhor, o teu libertador, o santo de Israel: “Eu, o Senhor teu Deus, te ensino coisas úteis, te conduzo pelo caminho em que andas. 18Ah, se tivesses observado os meus mandamentos! 19Tua paz teria sido como um rio e tua justiça como as ondas do mar; tua descendência seria como a areia do mar e os filhos do teu ventre como os grãos de areia; este nome não teria desaparecido nem teria sido cancelado de minha presença”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 1, 1-2.3.4.6 (R: Jô 8,12)

- Senhor, quem vos seguir terá a luz da vida.

R: Senhor, quem vos seguir terá a luz da vida.


- Feliz é todo aquele que não anda conforme os conselhos dos perversos; que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar.

R: Senhor, quem vos seguir terá a luz da vida.


- Eis que ele é semelhante a uma árvore, que à beira da torrente está plantada; ela sempre dá seus frutos a seu tempo, e jamais as suas folhas vão murchar. Eis que tudo o que ele faz vai prosperar.

R: Senhor, quem vos seguir terá a luz da vida.


- Mas bem outra é a sorte dos perversos. Ao contrário, são iguais à palha seca espalhada e dispensada pelo vento. Pois Deus vigia o caminho dos eleitos, mas a estrada dos malvados leva à morte.

R: Senhor, quem vos seguir terá a luz da vida.

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - O Senhor há de vir, acorrei-lhe ao encontro; é o príncipe da paz.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 11, 16-19


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, disse Jesus às multidões: 16“Com quem vou comparar esta geração? São semelhantes a crianças sentadas nas praças, que gritam para os colegas, dizendo: 17‘Tocamos flauta e vós não dançastes. Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!’ 18Veio João, que nem come e nem bebe, e dizem: ‘Ele está com um demônio’. 19Veio o Filho do Homem, que come e bebe e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de cobradores de impostos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras”.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
A paz seria como um rio... (Is 48,17-19)

Esta passagem do profeta Isaías traz uma lamentação do próprio Deus ao ver que Israel, seu povo de predileção, desperdiça as oportunidades de chegar à paz e à felicidade: “Quem dera tivesses levado a sério as minhas ordens!”

Partimos do princípio de que Deus é bom, inacessível ao mal, inteiramente dedicado a promover o nosso bem. Assim sendo, aquilo que poderia ser visto como simples proibição da parte dele, é, na verdade, um gesto de amor. Por exemplo, o 5º mandamento: “Não matarás!” E aquilo que poderia ser tomado como mero conselho, é, no fundo, um itinerário de paz. Por exemplo, o 4º mandamento: “Honra teu pai e tua mãe!”

Quando um filho se sente amado, ele se esforça por ser obediente, pois entende que sua atitude é uma resposta amorosa ao amor recebido. Se, ao contrário, não experimenta o amor dos pais, facilmente assumirá uma atitude de rebeldia, vendo nas ordens, conselhos ou admoestações dos pais uma espécie de escravidão.

A história de Israel, no Antigo Testamento, é a narrativa de um povo que foi objeto de todas as preferências divinas e, apesar disso, foi repetindo ao longo do tempo uma série de desvios e quebras da Aliança, incluindo a busca de autodeterminação, a idolatria e a corrupção dos costumes.

Daí o lamento de Deus, pela boca de Isaías, ao mostrar todos os dons desperdiçados pela desobediência: uma paz sem limites, a descendência numerosa, filhos incontáveis como grãos de areia.

Não seria o caso de aplicar a experiência de Israel à nossa própria sociedade, que abre mão dos valores do Evangelho para idolatrar o dinheiro e o lucro, o poder e o sucesso? E, em consequência, vê os pobres explorados, os fracos marginalizados, as crianças transformadas em mão de obra semiescrava?

Ou, quem sabe, aplicá-la à nossa experiência pessoal, quando nós permitimos que nossa mente fosse “catequizada” pelos valores do mundo pagão? Não foi assim que passamos a zombar da virgindade? Não foi assim que começamos a rir da “infantilidade” dos honestos? Não foi assim que adotamos aqueles métodos e procedimentos “pragmáticos” e utilitaristas, segundo os quais os meios justificam os fins e “é preciso levar vantagem em tudo”, certo?

Quando o Evangelho fala de “conversão”, sugere que voltemos a Deus... E assim encontraremos a paz...

Orai sem cessar: “Quem ama tua lei, Senhor, tem muita paz.” (Sl 119,165)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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