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Liturgia de 02 de agosto de 2018

QUINTA FEIRA DA XVII SEMANA COMUM
(verde - ofício do dia)

Antífona da entrada

- Deus habita em seu templo santo, reúne seu filhos em sua casa; é ele que dá força e poder a seu povo (Sl 67,6.36).

Oração do dia

- Ó Deus, sois o amparo dos que em vós esperam e, sem vosso auxílio, ninguém é forte, ninguém é santo; redobrai de amor para conosco, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: Jr 18,1-6


- Leitura do livro do profeta Jeremias: 1Palavra dirigida a Jeremias, da parte do Senhor: 2“Levanta-te e vai à casa do oleiro, e ali te farei ouvir minhas palavras”. 3Fui à casa do oleiro, e eis que ele estava trabalhando ao torno; 4quando o vaso que moldava em barro se avariava em suas mãos, ei-lo de novo a fazer com esse material um outro vaso, conforme melhor lhe parecesse aos olhos.
5Fez-se em mim a palavra do Senhor: 6“Acaso não posso fazer convosco como este oleiro, casa de Israel? diz o Senhor. Como é o barro na mão do oleiro, assim sois vós em minha mão, casa de Israel”.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 146,1-2.3-4.5-6 (R: 5a)

- Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!

R: Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!


- Bendize, minh’alma, ao Senhor! Bendirei ao Senhor toda a vida, cantarei ao meu Deus sem cessar!

R: Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!


- Não ponhais vossa fé nos que mandam, não há homem que possa salvar. Ao faltar-lhe o respiro ele volta para a terra de onde saiu; nesse dia seus planos perecem.

R: Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!


- É feliz todo homem que busca seu auxílio no Deus de Jacó, e que põe no Senhor a esperança. O Senhor fez o céu e a terra, fez o mar e o que neles existe.

R: Feliz quem se apoia no Deus de Jacó!

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Abre-nos, ó Senhor, o coração, para ouvirmos a palavra de Jesus!

(At 16,14).

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 13, 47-53


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 47“O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam. 49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí, haverá choro e ranger de dentes. 51Com­preendestes tudo isso? ” Eles responderam: “Sim”. 52Então Jesus acrescentou: “Assim, pois, todo mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas”. 53Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, partiu dali.

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

Liturgia comentada
A rede lançada ao mar... (Mt 13,47-53)

O Evangelho não é a “Comédia” de Dante Alighieri. Nele não se lê a frase ameaçadora: “Deixai toda esperança, ó vós que entrais!” Mesmo esta parábola da rede, que anuncia uma “separação” entre bons e maus no fim dos tempos, não pode ser entendida como ameaça divina.

Claro, serve bem de alerta geral. Como ensina São Gregório Magno, “todas estas coisas se dizem para que ninguém possa desculpar-se baseado em sua ignorância, que unicamente teria lugar se se tivesse falado com ambiguidade sobre o suplício eterno” (In Evangelia homiliae, 11).

Como lembra Joachim Jeremias, o último dia ainda não chegou. “Ainda não ocorreu o último prazo para a conversão (cf. Lc 13, 6-9). Até lá, é preciso renunciar a todo falso zelo, deixar pacientemente os campos amadurecerem, lançar largamente a rede e deixar o resto para Deus – até que venha a sua hora.”

Muita gente – mesmo dentro da Igreja! – se comporta como se uma espécie de determinismo tivesse cristalizado o pecador em seu pecado, seja ele um assassino, um estuprador ou um deputado corrupto. O Evangelho só faz sentido na expectativa da conversão do homem.

Se a rede da parábola recolhe peixes bons e peixes imprestáveis, isto não significa que o bom é automaticamente bom, nem que o mau é definitivamente mau. Aliás, o exemplo do ladrão (rotulado preconceituosamente de “bom ladrão”, como se todos os outros não prestassem...) demonstra que o homem mau pode ser justificado pelo amor de Deus.

Comentando o Juízo Final – que nós insistimos em ver como um ato final da fria vingança divina -, F.-X. Durrwell se coloca no polo oposto: “O julgamento é uma obra de amor. É amando que Deus julga. Jesus vai ao encontro do agonizante e o julga, em sua própria morte, em favor desse mesmo moribundo. Ele é o advogado (cf. 1Jo 2,1) daquele que julga, seu intercessor junto de Deus. No último encontro com esse homem, Cristo exerce sua justiça purificando-o com seu sangue, caso o homem consinta”.

Von Balthasar também nos anima, ao dizer que “por trás dessa separação, a oportunidade única, encontra-se a séria advertência para não a negligenciar. Trata-se de ganhar ou perder todo o sentido da existência humana”.

Desde já, vamos escolher que tipo de peixe queremos ser para Deus...

Orai sem cessar: “Lembra-te de mim, Jesus, quando vieres no teu Reino! (Lc 23,42)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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