Advento - Tempo de esperança

AUTORIA - Ammá

Em primeiro lugar, desejo a todos um tempo muito frutuoso de ADVENTO. É o tempo mais propício da nossa preparação para a segunda vinda de Jesus a este mundo.

A festa do Natal nos recorda um fato passado, histórico: a primeira vinda de Jesus à nossa terra, tendo se encarnado no seio de Nossa Senhora. Ele veio como o "Emanuel", o Deus-conosco. Deus e Homem verdadeiramente. "Veio para os que eram Seus...", na frase maravilhosa de São João. Veio para você, para mim, que somos dEle, sem dúvida.

Mas, a festa do Natal também nos lança para o futuro. Sem a primeira, não haveria a segunda vinda. Ela nos faz lembrar e esperar, com a certeza da fé no coração, que "aquEle que veio, virá uma segunda vez, para julgar os vivos e os mortos e o Seu reinado não terá fim".

É assim que a Igreja nos ensina, através do CIC – n. 524 – "Ao celebrar cada ano a liturgia do Advento, a Igreja atualiza esta espera do Messias: comungando com a longa preparação da primeira vinda do Salvador, os fiéis renovam o ardente desejo de Sua Segunda Vinda" (Ap 22,17ª)[1].

A Igreja insiste muito, neste período de advento e Natal, para que os cristãos alimentem no seu coração os mesmos sentimentos que alimentaram a esperança de Israel, do povo eleito, com relação à vinda do Messias. E como foi essa preparação? "Depois dos patriarcas, Deus formou Israel como Seu povo, salvando-o da escravidão do Egito. Concluiu com ele a aliança do Sinai e deu-lhe, por Moisés, a Sua Lei, para que Israel O reconhecesse e O servisse como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e justo Juiz, e vivesse na expectativa do Salvador prometido" (DV 3)[2].

Quando a Igreja se refere aos preparativos dos mistérios da infância e da vida oculta de Jesus, assim ensina: "A vinda do Filho de Deus à terra é um acontecimento tão grandioso, que Deus quis prepará-lodurante séculos. Ritos e sacrifícios, figuras e símbolos da «primeira Aliança» (Hb 9,13-14)[3], tudo Deus faz convergir para Cristo. Anuncia-O pela boca dos profetas que se sucedem em Israel. E, por outro lado, desperta no coração dos pagãos a obscura expectativa desta vinda" (CIC 522).

Se a primeira vinda de Jesus "à terra é um, que Deus quis prepará-lo durante séculos", como não considerar a Sua segunda vinda igualmente um "acontecimento tão grandioso" e não levar a sério a preparação nossa para ela, procurando conhecer e viver o que os "profetas" do nosso tempo – Papas e Santos – nos ensinam? Eles são os nossos mestres, os instrumentos que o Espírito Santo instrui a respeito de quem é Jesus, quem é a Igreja.

Além disso, prestemos atenção a isto: até no coração dos pagãos existe uma "obscura expectativa desta vinda"! Não seria esta expressão algo que nos desafia na missão? Como é que no coração dos pagãos pode existir, obscuramente, ocultamente, essa espera pela vinda de Cristo? Eles não confirmariam isso, claro! Mas, nós sabemos que "o desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Deus não cessa de atrair o homem para Si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso" (CIC 27). "De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc.). Apesar das ambiguidades de que podem comportar, estas formas de expressão são tão universais que bem podemos chamar ao homem um ser religioso" (CIC 28). "Mas esta «relação íntima e vital que une o homem a Deus» (GS 19,1) pode ser esquecida, desconhecida e até explicitamente rejeitada pelo homem. Tais atitudes podem ter origens diversas (GS 19-21): a revolta contra o mal existente no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações do mundo e das riquezas (Mt 13,22)[4], o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião e, finalmente, a atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus (Gn 3,8-10)[5] e foge quando Ele o chama (Jn 1,3)[6]" (CIC 27-29).

SUGIRO, como um exercício espiritual neste Advento, que você volte a esta meditação, seja ouvindo novamente esta pregação através do nosso site (www.novaalianca.com.br), seja lendo-a através do meu blog: http://www.novaalianca.com.br/blogAmma/.

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[1] "O Espírito e a Esposa dizem: 'Vem'! Aquele que ouve também diga: 'Vem'!...".

[2] "... Depois da sua queda, com a promessa de redenção, deu-lhes a esperança da salvação (cfr. Gn 3,15), e cuidou continuamente do gênero humano, para dar a vida eterna a todos aqueles que, perseverando na prática das boas obras, procuram a salvação (Rm. 2,6-7). No devido tempo, chamou Abraão, para fazer dele pai dum grande povo (cfr. Gn. 12,2), povo que, depois dos patriarcas, Ele instruiu, por meio de Moisés e dos profetas, para que O reconhecessem como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e juiz justo, e para que esperassem o Salvador prometido; assim preparou Deus através dos tempos o caminho ao Evangelho".

[3] "...se o sangue de bodes e touros e a cinza de novilhas espalhada sobre os seres impuros os santificam, realizando a pureza ritual dos corpos, quanto mais o sangue de Cristo purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Pois, em virtude do Espírito eterno, Cristo Se ofereceu a Si mesmo a Deus como vítima sem mancha".

[4] "O que foi semeado no meio dos espinhos é quem ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele fica sem fruto".

[5] "Quando ouviram o ruído do SENHOR Deus, que passeava pelo jardim à brisa da tarde, o homem e a mulher esconderam-se do SENHOR Deus no meio das árvores do jardim. Mas o SENHOR Deus chamou o homem e perguntou: 'Onde estás?' Ele respondeu: 'Ouvi teu ruído no jardim. Fiquei com medo, porque estava nu, e escondi-me'".

[6] "Jonas partiu, então, com intenção de escapar da presença do SENHOR, fugindo para Társis. Desceu até Jope, onde encontrou um navio que estava de partida para lá. Pagou a passagem e embarcou nesta viagem para tentar escapar da presença do SENHOR".