Liturgia de 09 de fevereiro de 2018

SEXTA FEIRA – V SEMANA COMUM
(verde - oficio do dia)

Antífona da entrada

- Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6).

Oração do dia

- Velai, ó Deus, sobre a vossa família com incansável amor; e, como só confiamos na vossa graça, guardai-nos sob a vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

1ª Leitura: 1 Rs 11,29-32; 12,19

 

- Leitura do Primeiro Livro dos Reis: 11,29Aconteceu, naquele tempo, que, tendo Jeroboão saído de Jerusalém, veio ao seu encontro o profeta Aías, de Silo, coberto com um manto novo. Os dois achavam-se sós no campo. 30Aías, tomando o manto novo que vestia, rasgou-o em doze pedaços 31e disse a Jeroboão: ‘Toma para ti dez pedaços. Pois assim fala o Senhor, Deus de Israel: Eis que vou arrancar o reino das mãos de Salomão e te darei dez tribos.
32Mas ele ficará com uma tribo, por consideração para com meu servo Davi e para com Jerusalém, cidade que escolhi dentre todas as tribos de Israel”. 12,19Israel rebelou-se contra a casa de Davi até o dia de hoje.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 81,10-11b.12-13.14-15 (R:11a.9a)

 - Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!


- Em teu meio não exista um deus estranho nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, que da terra do Egito te arranquei.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!


- Mas meu povo não ouviu a minha voz, Israel não quis saber de obedecer-me. Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, abandonei-os ao seu duro coração.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!


- Quem me dera que meu povo me escutasse! Que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos, sem demora, humilharia e voltaria minha mão contra o opressor.

R: Ouve, meu povo, porque eu sou o teu Deus!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

- Abri-nos, ó Senhor, o coração para ouvirmos a palavra de Jesus!

(At 16, 14)

Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 7,31-37


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

- Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galiléia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: "Efatá!", que quer dizer: "Abre-te!" 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam.37 Muito impressionados, diziam: "Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar".

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada
Jesus gemeu... (Mc 7,31-37)

No momento de curar o surdo-mudo, tocando seus ouvidos e passando sua própria saliva na língua do infeliz, Jesus ergue os olhos ao céu e solta um gemido. Algumas traduções preferem dizer que ele “suspirou”, mas o verbo grego original – stenáksen – significa realmente “gemer”, e São Jerônimo, ao verter o texto para o latim, usou apropriadamente o verbo “ingemuit”, gemeu.

Mais uma vez, ficamos impressionados com o realismo do evangelista e com o comovente aspecto da humanidade de Jesus de Nazaré. Ao se encarnar, o Verbo de Deus manifesta nossos traços humanos em lágrimas, suor, inquietações e cansaço. Homem como nós...

Jean Valette afirma que é preciso ir mais além na reflexão sobre este gemido de Jesus. “O verbo ‘gemer’ é encontrado muito raramente no Novo Testamento, mas em passagens importantes e, em particular, na Carta aos Romanos e na 1ª Coríntios, que parecem ser passagens esclarecedoras para o nosso propósito. Nestas passagens, Paulo fala do gemido dos crentes e de toda a Criação à espera da redenção final (cf. Rm 8,22ss), mas também do Espírito que intercede por nós com gemidos inefáveis (cf. Rm 8,26). Estes textos concordam com o nosso de maneira muito expressiva.”

“O gemido de Jesus – prossegue Valette – é assim compreendido como o grito de sua carne e de seu espírito diante do poder do mal e do preço que será preciso pagar pela vitória. O gemido de Jesus diante desse homem cativo que o mal mantém ligado, e que representa todo um povo e, talvez, o mundo todo, é ao mesmo temo o eco da dor dos homens e o eco da dor de Deus. Jesus parece estar naquele ponto de virada de sua existência e de seu ministério, quando ele acaba de descobrir que a paixão dos homens e a Paixão de Deus se encontram e se unem nele, para o conduzir até a cruz.”

O Filho de Deus que assumiu nossa carne “geme” diante da dor humana, a mesma dor que ele assume em seu sacrifício no Calvário. No polo oposto dos deuses do Olimpo e de outros panteões antigos, nosso Deus recusa permanecer alheio e impassível diante de nosso drama. Por isso, cremos que ele “entende” nossa condição e é capaz de mergulhar nela de corpo e alma.

Como ensina a Carta aos Hebreus (4,15-16), “não temos um sumo sacerdote incapaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo, à nossa semelhança, sem todavia pecar. Aproximemo-nos, então, seguros e confiantes, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça do auxílio no momento oportuno”.

Quando a dor apertar, quando o caminho parecer um beco sem saída, lembremo-nos de que Jesus gemeu por nós...

Orai sem cessar: “Por suas chagas fomos curados”... (Is 53,5)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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