Liturgia de 03 de fevereiro de 2024

SABADO DA IV SEMANA DO TEMPO COMUM
(verde - ofício do dia)

 

Antífona da entrada

- Salvai-nos, ó Senhor, ó nosso Deus, e do meio das nações nos congregai, para ao vosso nome agradecer e para termos nossa glória em vos louvar!

(Sl 105,47)

 

Coleta

- Concedei-nos, Senhor nosso Deus, adorar-vos de coração sincero e amar todas as pessoas com verdadeira caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e conosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

 

1ª Leitura: 1Rs 3,4-13

- Leitura do primeiro livro dos Reis: Naqueles dias, 4o rei Salomão foi a Gabaon para oferecer um sacrifício, porque esse era o lugar alto mais importante. Salomão ofereceu mil holocaustos naquele altar. 5Em Gabaon, o Senhor apareceu a Salomão, em sonho, durante a noite, e lhe disse: “Pede o que desejas e eu to darei”. 6Salomão respondeu: “Tu mostraste grande benevolência para com teu servo Davi, meu pai, porque ele andou na tua presença com sinceridade, justiça e retidão de coração para contigo. Tu lhe conservaste esta grande benevolência, e lhe deste um filho que hoje ocupa o seu trono. 7Portanto, Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar. 8Além disso, teu servo está no meio do teu povo eleito, povo tão numeroso que não se pode contar ou calcular. 9Dá, pois, a teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal. Do contrário, quem poderá governar este teu povo tão numeroso?” 10Esta oração de Salomão agradou ao Senhor. 11E Deus disse a Salomão: “Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, 12vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti. 13Mas dou-te também o que não pediste, tanta riqueza e tanta glória como jamais haverá entre os reis, durante toda a tua vida.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 119,9.10.11.12.13.14 (R:12b)

 

- Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!
R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!


- Como um jovem poderá ter a vida pura? Observando, ó Senhor, vossa palavra.

R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!


- De todo coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei!

R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!


- Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós.

R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!


- Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; os vossos mandamentos ensinai-me!

R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!


- Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero os decretos que ditou a vossa boca.

R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!


- Seguindo vossa lei me rejubilo muito mais do que em todas as riquezas.

R: Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!

 

Aclamação ao santo Evangelho.

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Minhas ovelhas escutam minha voz, eu as conheço e elas me seguem

(Jo 10,27).

 

Aleluia, aleluia, aleluia

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 6,30-34


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.

- Glória a vós, Senhor!

 

- Naquele tempo, 30os apóstolos reuniram-se com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31Ele lhes disse: “Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco”. Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. 32Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado. 33Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles. 34Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

Liturgia comentada

Vinde a sós! (Mc 6,30-34)

Exatamente quando a pregação de Jesus de Nazaré parece fazer o maior sucesso, atraindo incontável multidão, ele faz algo inesperado: chama seus discípulos para um retiro espiritual: ficarem a sós com o Mestre.

 

Muita gente discorda. Já ouvi um padre dizer que “retiro espiritual é perfumaria”, ou seja, algo supérfluo diante das exigências da ação. Vejamos o que diz o conceituado teólogo Garrigou-Lagrange sobre esta aparente valorização do agir humano.

 

“A questão da vida interior se coloca hoje de uma forma mais grave que em outras épocas menos conturbadas que a nossa. Isso decorre do fato de que muitos homens se separaram de Deus e tentaram organizar a vida intelectual e a vida social sem Ele. Com isso, os grandes problemas que sempre preocuparam a humanidade adquiriram um aspecto novo, e por vezes trágico. Querer prescindir de Deus, causa primeira e fim último, conduz aos abismos; não somente conduz ao vazio, mas à miséria física e moral que é pior que o vazio.

 

E assim os grandes problemas se agravam até a exasperação, e por fim as pessoas acabarão por perceber que será necessário reconsiderar a questão religiosa, e reconsiderá-la a fundo; será preciso posicionar-se concretamente por Deus ou contra Deus, e aqui temos o problema da vida interior em seu aspecto mais essencial: “Quem não está comigo, está contra mim”, diz o Salvador (Mt 12,30).

 

É assim que as grandes tendências modernas, científicas ou sociais, em meio aos conflitos que surgem entre elas, e apesar da oposição entre os desígnios dos seus representantes, convergem, queira-se ou não, para a questão fundamental das relações íntimas do homem com Deus.

 

Chega-se a isso depois de muitos desvios. Quando o homem não quer mais cumprir seus grandes deveres religiosos para com Aquele que o criou e que é seu fim último, como não consegue absolutamente viver sem religião, ele fabrica uma religião para si: por exemplo, faz da ciência a sua religião, ou presta culto à justiça social, ou a qualquer ideal humano que ele acaba por considerar de uma forma religiosa e mesmo mística, para substituir o ideal superior que abandonou. Ele se desvia assim da Realidade suprema, e cria para si uma infinidade de problemas que, querendo ou não, somente poderão ser solucionados pelo retorno à questão fundamental das relações íntimas da alma com Deus.” (As Três Idades da Vida Interior - R. Garrigou-Lagrange O.P.)

 

Eu não penso tão alto, limito-me a propor uma lei eclesial: “Quem não fala com Deus não deve falar sobre Deus...”

 

Orai sem cessar:Senhor, gosto da casa onde moras!” (Sl 26,8)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it.