Liturgia de 30 de outubro de 2023

SEGUNDA FEIRA – XXX SEMANA COMUM

(verde, ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Exulte o coração dos que buscam a Deus. Sim, buscai o Senhor e sua força, procurai sem cessar a sua face (Sl 104,3).

 

Oração do dia 

- Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Rm 8,12-17 

- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: 12Irmãos, temos uma dívida, mas não para com a carne, para vivermos segundo a carne. 13Pois, se viverdes segundo a carne, morrereis, mas se, pelo espírito, matardes o procedimento carnal, então vivereis. 14Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá – Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros - herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo -; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 68,2.4.6-7ab.20-21 (R: 21a)

 

- Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador.
R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador.


- Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! Mas os justos se alegram na presença do Senhor, rejubilam satisfeitos e exultam de alegria!

R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador.


- Dos órfãos ele é pai, das viúvas, protetor; é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.

R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador.


- Bendito seja Deus, bendito seja cada dia, o Deus da nossa salvação, que carrega os nossos fardos! Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador; o Senhor, só o Senhor, nos poderá livrar da morte!

R: Nosso Deus é um Deus que salva, é um Deus libertador.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Vossa Palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 13,10-17

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!   

 

 

- Naquele tempo, 10Jesus estava ensinando numa sinagoga, em dia de sábado. 11Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era en­cur­vada e incapaz de se endireitar. 12Vendo-a, Jesus chamou-a e lhe disse: “Mulher, estás livre da tua doença”. 13Jesus pôs as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou e começou a louvar a Deus. 14O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E, tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Existem seis dias para trabalhar. Vinde, então, nesses dias para serdes curados, não em dia de sábado”. 15O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vós não solta do curral o boi ou o jumento, para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16Esta filha de Abraão, que satanás amarrou durante dezoito anos, não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17Esta resposta envergonhou todos os inimigos de Jesus. E a multidão inteira se alegrava com as maravilhas que ele fazia.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

Estás livre! (Lc 13,10-17)

Quando chamamos a Jesus de “Redentor”, estamos reconhecendo a sua missão de quebrar os elos da corrente, isto é, seu trabalho de Libertador – termo tão querido pelos teólogos da América Latina. Redentor é aquele que “redime”, ou seja, “recompra” e resgata o escravo na praça do mercado, rompendo os grilhões das correntes que o prendiam e escravizavam.

 

Quando o próprio Jesus especifica sua missão neste mundo, nunca falta uma referência à redenção ou libertação. Assim, em seu primeiro “sermão”, na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,18ss), ele disse:

 

“O Espírito do Senhor repousa sobre mim,

porque me ungiu e me enviou

para anunciar a boa nova aos pobres,

para sarar os contritos de coração,

para anunciar aos cativos a redenção,

aos cegos a restauração da vista,

para pôr em liberdade os cativos,

para publicar o ano da graça do Senhor.”

 

Neste Evangelho, comparece à sinagoga dos judeus uma mulher enferma há 18 anos. O número 18 permite leitura simbólica: 6 representa o imperfeito, o inacabado (em oposição a 7, a perfeição). Ora 18 é igual a 6 x 3 (o imperfeito levado ao superlativo). Com a presença de Jesus, o “perfeito”, é chegada a hora de “completar” a experiência daquela mulher, libertando-a de seu mal.

 

Há protestos indiretos contra o Mestre de Nazaré, pois “trabalhara” no sábado, ao realizar a cura. Jesus traz à luz a hipocrisia de seus acusadores, estabelecendo um áspero contraste entre a mulher e as bestas (o boi e o jumento). Se até os animais irracionais merecem certos cuidados em pleno sábado, por que uma “filha de Abraão” deveria ser impedida de recobrar a saúde em nome do repouso sabático?

 

Fica uma lição evidente para nós: o amor se sobrepõe às normas e aos estatutos. Em nome das regras, pode esconder-se nossa preguiça e nosso comodismo. E a caridade urge. Não pode esperar. Jesus certamente pensa nisso quando recorda as palavras de Deus, por meio do profeta: “Eu quero a misericórdia, não o sacrifício.”

 

Ainda estamos sem pressa?

 

Orai sem cessar: “Consolai, consolai meu povo!” (Is 40,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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