QUINTA FEIRA – II SEMANA DA PÁSCOA
(branco, Pf. Pascal, ofício do dia)
Antífona da entrada
- Ó Deus, quando saístes à frente do vosso povo, abrindo-lhe o caminho e habitando entre eles, a terra estremeceu, fundiram-se os céus, aleluia!
(Sl 67,8.20).
Oração do dia
- Concedei, ó Deus, que vejamos frutificar em toda a nossa vida as graças do mistério pascal, que instituístes na vossa misericórdia. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: At 5,27-33
- Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 27os guardas levaram os apóstolos e os apresentaram ao Sinédrio. O sumo sacerdote começou a interrogá-los, 28dizendo: “Nós tínhamos proibido expressamente que vós ensinásseis em nome de Jesus. Apesar disso, enchestes a cidade de Jerusalém com a vossa doutrina. E ainda nos quereis tornar responsáveis pela morte desse homem!” 29Então Pedro e os outros apóstolos responderam: “É preciso obedecer a Deus, antes que aos homens. 30O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vós matastes, pregando-o numa cruz. 31Deus, por seu poder, o exaltou, tornando-o Guia Supremo e Salvador, para dar ao povo de Israel a conversão e o perdão dos seus pecados. 32E disso somos testemunhas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu àqueles que a Ele obedecem”. 33Quando ouviram isto, ficaram furiosos e queriam matá-los.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 34,2.9.17-18.19-20 (R: 7a)
- Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
- Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo, seu louvor estará sempre em minha boca. Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
- Mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança. Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
- Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido. Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor de todos eles os liberta.
R: Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Acreditastes Tomé, porque me viste. Felizes aqueles que creram sem ter visto. (Jo 20,29).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 3,31-36
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
- Glória a vós, Senhor!
- 31“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. 32Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. 34De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. 35O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. 36Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
O Espírito sem medida... (Jo 3,31-36)
O Enviado de Deus, Jesus de Nazaré, na plenitude do Espírito (cf. Lc 4,14), tem a missão de transmitir o mesmo Espírito. Quando João Batista faz a apresentação do Messias, ele antecipa a informação recebida do alto: “Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, é ele quem batiza com o Espírito Santo” (Jo 1,33).
Deus é farto em seus dons. O amor divino se derrama muito além das medidas humanas. Como canta o salmista, “o rio de Deus está cheio de águas” (Sl 65,10b). As cenas do Evangelho mostram Jesus Cristo como verdadeira fonte para matar a sede dos homens. Ele “sabe” disso e clama em alta voz: “Quem tem sede venha a mim e beba, e quem crê em mim, de seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7,37)
Poderíamos dizer que a presença de Jesus “poreja” o Espírito Santo. No episódio da Visitação, a simples aproximação da Virgem Maria, trazendo Jesus em seu seio, foi suficiente para que João, ainda no ventre de Isabel, ficasse também ele cheio do Espírito Santo (cf. Lc 1,44). Já em sua vida pública, a mulher com uma hemorragia crônica vê seu mal subitamente curado com o simples toque nas vestes do Senhor (cf. Lc 8,44).
Jesus ensinou que seus seguidores precisam do Espírito Santo para cumprir sua missão como Igreja: “o Pai vos dará outro Defensor... O Espírito Santo vos ensinará tudo... Ele vos guiará em toda a verdade...” É assim que, ao morrer na cruz, Jesus “devolve” ao Pai o Espírito que será derramado sobre a Igreja: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).
Após a ressurreição, prestes a se despedir dos discípulos e voltar ao Pai, Jesus tem o cuidado de os “municiar” com o mesmo Espírito: “Como o Pai me enviou, eu também vos envio”. E, soprando sobre eles, falou: “Recebei o Espírito Santo”. Parece uma antecipação parcial do derramamento de Pentecostes, que não impediu o Mestre de instruir os discípulos, logo antes de sua Ascensão: “Não vos afasteis de Jerusalém, mas esperai a realização da promessa do Pai, da qual me ouvistes falar, quando eu disse: ‘João batizou com água; vós, porém, dentro de poucos dias sereis batizados com o Espírito Santo’” (At 1,4-5).
Já chamaram o livro dos Atos dos Apóstolos de “Evangelho do Espírito Santo”, pois são frequentes as referências à sua presença atuante nos primeiros passos da Igreja. É “cheio do Espírito Santo” (At 4,8) que Pedro enfrenta as pressões do sinédrio judaico. Ananias e Safira (cf. At 5) são acusados de mentir ao Espírito Santo. Ao testemunhar Jesus como Messias, os apóstolos não se sentem sozinhos: “nós e o Espírito Santo” (At 5,32). Para o serviço das mesas, os primeiros diáconos foram escolhidos enquanto “homens cheios do Espírito Santo” (At 6,3).
Orai sem cessar: “Mandas teu espírito e renovas a face da terra.” (Sl 104,30)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
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