Liturgia de 01 de março de 2023

QUARTA FEIRA I SEMANA DA QUARESMA.

(roxo, ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Lembrai-vos de vossa misericórdia e de vosso amor, pois são eternos. Nossos inimigos não triunfem sobre nós; libertai-nos, ó Deus de toda angustia! (Sl 24,6.3.22)

 

Oração do dia 

- Considerai, ó Deus, com bondade o fervor do vosso povo. E enquanto mortificamos o corpo, sejamos espiritualmente fortalecidos pelos frutos das boas obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Jn 3,1-10 

- Leitura da profecia de Jonas: 1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez: 2“Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar”. 3Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. 4Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”.  5Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. 6A pregação chegara aos ouvidos do rei de Nínive; ele levantou-se do trono e pôs de lado o manto real, vestiu-se de saco e sentou-se em cima de cinza. 7Em seguida, fez proclamar, em Nínive, como decreto do rei e dos príncipes: “Homens e animais bovinos e ovinos não provarão nada! Não comerão e não beberão água. 8Homens e animais se cobrirão de sacos, e os homens rezarão a Deus com força; cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas. 9Deus talvez volte atrás, para perdoar-nos e aplacar sua ira, e assim não venhamos a perecer”. 10Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 51,3-4.5-6a.12-13.14.17 (R: 3a)

 

- Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!
R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!


- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!

R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!


- Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!


- Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!

R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,29-32

 

Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!

Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!

 

- Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s)

Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!  

  

 

Liturgia comentada

Quem é mais do que Jonas... (Lc 11,29-32)           

Quando nos falta a fé, buscamos por sinais. A fé exige de nós uma aposta pessoal. O fiel se arrisca. Se nos fosse dado um sinal definitivo, irrecusável, acabaríamos esmagados por sua evidência e ficaríamos dispensados da aposta.

 

É o que acontece na vida pública de Jesus. Sua pregação atrai, seduz, aglutina à sua volta grandes multidões. Mas parece que isso não é bastante para os fariseus e os homens do Templo. Por isso pedem um sinal. Jesus conhece essa gente de coração entupido de sebo (cf. Sl 119,70) e se recusa a dar-lhe o sinal pretendido. E acena para sua ressurreição futura como o “único” sinal: “Nenhum sinal lhes será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas” (v. 29). Logo Jonas, aquele que esteve no estômago do peixe por três dias, prefigurando os três dias que Jesus passaria no ventre da terra antes de votar à luz do dia.

 

Assim comenta Helmuth Gollwitzer: “Certamente, Jesus opera prodígios, mas todos eles contêm ao mesmo tempo um apelo à fé e ao arrependimento. Assim, os assistentes verão alguma coisa, mas nada que os ninivitas não tivessem visto na pessoa do profeta Jonas. Que é que Jesus quer dizer por esta palavra misteriosa em sua concisão? Em quê Jonas foi um sinal para os ninivitas? Ele apenas trazia consigo a palavra oferecida à cidade. Mas esta palavra pronunciada por um homem os colocava diante de uma decisão. O Juiz eterno lhes falava em última instância por meio de um juiz humano visível e audível. Ali estava o sinal que apelava para a fé.”

 

“Segundo Mateus (12,38-42) – prossegue Gollwitzer – o caráter sacramental da aparição de Jonas é ainda reforçado pela intervenção da Palavra de Deus que o perseguia em sua própria vida. Jonas não tinha ‘provas’ para sustentar a verdade pregada aos ninivitas, mas sua própria aventura atesta a seriedade da Palavra divina.”

 

Esta situação faz pensar naquele ricaço que morreu e acabou no Xeol por causa de sua indiferença com o pobre Lázaro (cf. Lc 16,19ss), e rogava a Abraão que enviasse um dos mortos para convencer seus cinco irmãos, ainda vivos, a mudarem de vida. Qual foi a resposta do velho patriarca? “Eles têm Moisés e os profetas”. Ou seja, devia bastar-lhes a Palavra de Deus. Se ela não basta, também seria inútil enviar um fantasma para assustá-los...

 

Para nós, cristãos, o sinal essencial é a ressurreição de Jesus. Como afirma Paulo, “se Cristo não ressuscitou, nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento é também a nossa fé”. (1Cor 15,14) Não precisamos de outros sinais, de pretensas profecias nem do sol girando no céu. Cristo ressuscitou verdadeiramente! Aleluia!”

 

Orai sem cessar: “Eu sei em quem acreditei!” (2Tm 1,12)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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