Liturgia de 31 de janeiro de 2023

TERÇA FEIRA - SÃO JOÃO BOSCO - SACERDOTE E FUNDADOR.

 (branco, pref. comum ou dos pastores - ofício da memória)

 

Antífona da entrada

- Deixai vir a mim os pequeninos e não impeçais, diz o Senhor. O reino do céu pertence aos que parecem com eles (Mc 10,14).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, que suscitastes são João Bosco para educador e pai dos adolescentes, fazei que, inflamados da mesma caridade, procuremos a salvação de nossos irmãos, colocando-nos inteiramente ao vosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Hb 12,1-4 

- Leitura da carta aos Hebreus: Irmãos, 1rodeados como estamos por tamanha multidão de testemunhas, deixemos de lado o que nos pesa e o pecado que nos envolve. Empenhemo-nos com perseverança no combate que nos é proposto, 2com os olhos fixos em Jesus, que em nós começa e completa a obra da fé. Em vista da alegria que lhe foi proposta, suportou a cruz, não se importando com a infâmia, e assentou-se à direita do trono de Deus. 3Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo. 4Vós ainda não resististes até o sangue na vossa luta contra o pecado.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 22,26b-27.28.30.31-32 (R: 27b)

- Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.
R: Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.


- Sois meu louvor em meio à grande assembleia; cumpro meus votos ante aqueles que vos temem! Vossos pobres vão comer e saciar-se, e os que procuram o Senhor o louvarão. “Seus corações tenham a vida para sempre! ”

R: Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.


- Lembrem-se disso os confins de toda a terra, para que voltem ao Senhor e se convertam, e se prostrem, adorando, diante dele todos os povos e as famílias das nações. Somente a ele adorarão os poderosos, e os que voltam para o pó o louvarão.

R: Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.


- Para ele há de viver a minha alma, toda a minha descendência há de servi-lo; às futuras gerações anunciará o poder e a justiça do Senhor; ao povo novo que há de vir, ela dirá: “Eis a obra que o Senhor realizou! ”

R: Todos aqueles que vos buscam, hão de louvar-vos, ó Senhor.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Cristo tomou sobre si todas as dores, carregou em seu corpo as nossas fraquezas (Mt 8,17). 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 5,21-43

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos

- Glória a vós, Senhor!  

 

- Naquele tempo, 21Jesus atravessou de novo, numa barca, para a outra margem. Uma numerosa multidão se reuniu junto dele, e Jesus ficou na praia. 22Aproximou-se, então, um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Quando viu Jesus, caiu a seus pés, 23e pediu com insistência: “Minha filhinha está nas últimas. Vem e põe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” 24Jesus então o acompanhou. Numerosa multidão o seguia e comprimia. 25Ora, achava-se ali uma mulher que, há doze anos, estava com hemorragia; 26tinha sofrido nas mãos de muitos médicos, gastou tudo o que possuía, e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais. 27Tendo ouvido falar de Jesus, aproximou-se dele por detrás, no meio da multidão, e tocou na sua roupa. 28Ela pensava: “Se eu ao menos tocar na roupa dele, ficarei curada”. 29A hemorragia parou imediatamente, e a mulher sentiu dentro de si que estava curada da doença. 30Jesus logo percebeu que uma força tinha saído dele. E, voltando-se no meio da multidão, perguntou: “Quem tocou na minha roupa? ” 31Os discípulos disseram: “Estás vendo a multidão que te comprime e ainda perguntas: ‘Quem me tocou’? ” 32Ele, porém, olhava ao redor para ver quem havia feito aquilo. 33A mulher, cheia de medo e tremendo, percebendo o que lhe havia acontecido, veio e caiu aos pés de Jesus, e contou-lhe toda a verdade. 34Ele lhe disse: “Filha, a tua fé te curou. Vai em paz e fica curada dessa doença”. 35Ele estava ainda falando, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, e disseram a Jairo: “Tua filha morreu. Por que ainda incomodar o mestre?” 36Jesus ouviu a notícia e disse ao chefe da sinagoga: “Não tenhas medo. Basta ter fé!” 37E não deixou que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e seu irmão João. 38Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu a confusão e como estavam chorando e gritando. 39Então, ele entrou e disse: “Por que essa confusão e esse choro? A criança não morreu, mas está dormindo”. 40Começaram então a caçoar dele. Mas, ele mandou que todos saíssem, menos o pai e a mãe da menina, e os três discípulos que o acompanhavam. Depois entraram no quarto onde estava a criança. 41Jesus pegou na mão da menina e disse: “Talitá cum” — que quer dizer: “Menina, levanta-te!” 42Ela levantou-se imediatamente e começou a andar, pois tinha doze anos. E todos ficaram admirados. 43Ele recomendou com insistência que ninguém ficasse sabendo daquilo. E mandou dar de comer à menina.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

E riam-se dele... (Mc 5,21-43)

Talvez seja este um dos aspectos mais chocantes de todo o Evangelho: Jesus provocava o riso e a zombaria daqueles que o rejeitavam. Por quê?

 

Bem, Jesus era pobre. Enquanto os ricos recebem cumprimentos e louvores, salamaleques e rapapés, os pobres são alvo de escárnios e galhofas.

 

Depois disso, Jesus era um Galileu, isto é, um roceiro. Ele devia falar com o sotaque próprio daquelas bandas, provocando chacotas dos moradores da Judeia. É bom lembrar que até Simão Pedro, um simples galileu, foi identificado exatamente pelo sotaque de roceiro (cf. Mc 14,70).

 

Mais ainda: Jesus elogiava a pobreza e mostrava a vaidade das riquezas, dava valor às coisas espirituais e diminuía o brilho do dinheiro, do luxo, do poder. Natural, quem andava em busca destas coisas, devia considerar sua pregação como loucura (cf. Mc 3,21). E debochavam do Galileu sonhador...

 

A coisa não para aí: o ensinamento de Jesus parecia chocar-se com a antiga Lei de Moisés em certas referências aos costumes, preceitos e até mesmo o Templo de Jerusalém. Chegam a dizer que Jesus está possesso de um demônio! (Cf. Mc 3,30.) Querem desprezo maior?

 

Mas este Evangelho traz mais um motivo que levava os adversários a zombar dele: a menina está morta – eles já decidiram isto – e Jesus ousa dizer que ela apenas dorme. Este ato de esperança é intolerável para aqueles que cultuam a morte. Desta vez, as caçoadas são ostensivas, pois o Rabi da Galileia age como quem ignora todas as evidências materiais. E tome troças e motejos!

 

Hoje a situação é bem a mesma. Uma civilização da morte aprova o aborto e a eutanásia, faz comércio de armas e acumula ogivas atômicas em seus arsenais; se surge alguém a favor da vida, será o alvo preferencial dos difamadores e zombeteiros. Em uma de suas viagens à França, o saudoso Papa João Paulo II foi rotulado pela mídia anticlerical de bobo e de palhaço. No mesmo país, Madre Teresa de Calcutá era acusada de usar os miseráveis para recolher fortunas.

 

Os inimigos de Cristo não têm limites em seu sarcasmo. Mas espera por eles o mesmo susto dos contemporâneos de Jesus, quando disse à menina: “Thalita, kum!”, isto é, “Menina, levanta-te!”, e ela imediatamente se pôs de pé.

 

Se um de nós ouve o imperativo de Jesus e se põe de pé, mesmo quando todos apostam em nossa morte espiritual e moral, Jesus fica livre de tantas infâmias. Quem sabe, reconhecerão o seu poder e invocarão seu santo Nome?

 

Orai sem cessar: “Meu Deus, livrai-me das garras do inimigo!” (Sl 71 [70],4)

 

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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