Liturgia de 09 de janeiro de 2023

SEGUNDA FEIRA – BATISMO DO SENHOR
(branco, glória, pref. próprio - ofício da festa)

 

Antífona da entrada

- Batizado o Senhor, os céus se abriram e o Espírito Santo pairou sobre ele sob forma de pomba. E a voz do Pai se fez ouvir: Este é meu Filho muito amado, nele está todo meu amor! (Mt 3,16s)

 

Oração do dia

- Ó Deus, cujo o Filho unigênito se manifestou na realidade de nossa carne, concedei que, reconhecendo sua humanidade semelhante à nossa, sejamos interiormente transformados por Ele. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 42,1-4.6-7 

- Leitura do livro do profeta Isaías: Assim fala o Senhor: 1'Eis o meu servo - eu o recebo; eis o meu eleito - nele se compraz minh'alma; pus meu espírito sobre ele, ele promoverá o julgamento das nações. 2Ele não clama nem levanta a voz, nem se faz ouvir pelas ruas. 3Não quebra uma cana rachada nem apaga um pavio que ainda fumega; mas promoverá o julgamento para obter a verdade. 4Não esmorecerá nem se deixará abater, enquanto não estabelecer a justiça na terra; os países distantes esperam seus ensinamentos.' 6'Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão; eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, 7para abrires os olhos dos cegos, tirar os cativos da prisão, livrar do cárcere os que vivem nas trevas.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl 29,1a.2. 3ac-4.3 b. 9b-10 (R: 11b)

- Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!
R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

- Filhos de Deus, tributai ao Senhor, tributai-lhe a glória e o poder!
Dai-lhe a glória devida ao seu nome; adorai-o com santo ornamento! 
R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

- Eis a voz do Senhor sobre as águas, sua voz sobre as águas imensas! Eis a voz do Senhor com poder! Eis a voz do Senhor majestosa. 
R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

- Sua voz no trovão reboando! No seu templo os fiéis bradam: 'Glória!' É o Senhor que domina os dilúvios, Senhor reinará para sempre! 

R: Que o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!

 

2ª Leitura: At 10,34-38 

- Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: “De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção entre as pessoas. 35Pelo contrário, ele aceita quem o teme e pratica a justiça, qualquer que seja a nação a que pertença. 36Deus enviou sua palavra aos israelitas e lhes anunciou a Boa Nova da paz, por meio de Jesus Cristo, que é o Senhor de todos.37Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado; escutai-o, todos vós! (Mc 9,7).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 3,13-17

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   


- Naquele tempo, 13Jesus veio da Galileia para o rio Jordão, a fim de se encontrar com João e ser batizado por ele. 14Mas João protestou, dizendo: “Eu preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?” 15Jesus, porém, respondeu-lhe: “Por enquanto deixa como está, porque nós devemos cumprir toda a justiça!” E João concordou. 16Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriru e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre ele. 17E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o meu agrado”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor! 

 

 

Liturgia comentada

Toda a justiça... (Mt 3,13-17)

Pobre palavra, a “justiça”. Entre nós, ela soa como um ajuste de contas, um “acerto” conforme a lei dos homens e, até mesmo, como a mais crua das vinganças. Aliás, desde o Antigo Testamento, desfilam na história juízes injustos, testemunhas compradas e réus inocentes...

 

Não é dessa justiça que trata este Evangelho. Uma longa fila de pecadores se aproxima de João para um ato penitencial, um batismo de penitência como sinal de abertura ao Messias que está próximo, com a missão de estabelecer entre o Pai e os homens a “nova e eterna aliança”. No meio dos pecadores – para espanto de João Batista – o Cordeiro sem mancha e sem pecado. Hans Urs von Balthasar comenta esta passagem:

 

“No Evangelho, João, o precursor, recua diante da ideia de batizar aquele que vem e que ele anuncia; mas Jesus insiste, porque toda a justiça deve ser cumprida. A justiça é aquela que Deus, em sua aliança, ofereceu ao povo e que se cumpre [se realiza por completo] quando o povo eleito a faz por completo.

 

“É exatamente o que ocorre aqui, onde Jesus será a aliança que se cumpre entre Deus e a humanidade, mas não sem a cooperação de Israel, que caminhou na fé para seu Messias e, na figura simbólica do Batizador, deve proteger esta fé no ato divino da graça.

 

“Na medida de João Batista, parecia conveniente deixar somente para Deus a graça do cumprimento, mas se é mais conveniente que sua obediência aconteça, ele ‘deixa fazer’ (v. 15).

 

“Muitos anos depois da primeira epifania com a homenagem dos astrólogos, produz-se agora a segunda epifania com a abertura do próprio céu: o Deus trinitário confirma o cumprimento da aliança: a voz do Pai manifesta Jesus como seu Filho bem-amado, e o Espírito Santo desce sobre ele para, do céu, ungi-lo como o Messias.”

 

A leitura de Isaías (42, 1-4.6-7), proposta pela liturgia desta festa, repete claramente a unidade essencial entre a “justiça” e a “aliança”: “Eu te chamei para a justiça... Eu te encarreguei de seres a aliança do meu povo e a luz das nações”. Aquele que entra nas águas do Jordão é “o Justo”, e somente ele pode “justificar” a humanidade, aliando-a com o Pai.

 

Quando somos batizados, nós nos tornamos aliados de Deus...

 

Orai sem cessar: “Minha língua celebrará tua justiça!” (Sl 51,16)

 

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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