Liturgia de 19 de agosto de 2022

SEXTA FEIRA – XX SEMANA DO TEMPO COMUM

(verde – ofício do dia)

 

Antífona da entrada 

- Ó Deus nosso protetor, volvei para nós o vosso olhar e contemplai a face do vosso ungido, porque um dia em vosso templo vale mais que outros mil

(Sl 83,10).

 

Oração do dia 

- Ó Deus preparastes para quem vos ama bens que nossos olhos não podem ver; acendei em nossos corações a chama da caridade para que, amando-vos em tudo e acima de tudo, corramos ao encontro das vossas promessas que superam todo desejo. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Ez 37,1-14 

- Leitura da profecia de Ezequiel: Naqueles dias, 1a mão do Senhor estava sobre mim e por seu espírito ele me levou para fora e me deixou no meio de uma planície cheia de ossos 2e me fez andar no meio deles em todas as direções. Havia muitíssimos ossos na planície e estavam ressequidos. 3Ele me perguntou: “Filho do homem, será que estes ossos podem voltar à vida? ” E eu respondi: “Senhor Deus, só tu o sabes”. 4E ele me disse: “Profetiza sobre estes ossos e dize: Ossos ressequidos, escutai a palavra do Senhor! 5Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eu mesmo vou fazer entrar um espírito em vós e voltareis à vida. 6Porei nervos em vós, farei crescer carne e estenderei a pele por cima. Porei em vós um espírito, para que possais voltar à vida. Assim sabereis que eu sou o Senhor”. 7Profetizei como me foi ordenado. Enquanto eu profetizava, ouviu-se primeiro um rumor, e logo um estrondo, quando os ossos se aproximaram uns dos outros. 8Olhei e vi nervos e carne crescendo sobre os ossos e, por cima, a pele que se estendia. Mas não tinham nenhum sopro de vida. 9Ele me disse: “Profetiza para o espírito, profetiza, filho do homem! Dirás ao espírito: Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó espírito, vem soprar sobre estes mortos, para que eles possam voltar à vida”. 10Profetizei como me foi ordenado, e o espírito entrou neles. Eles voltaram à vida e puseram-se de pé: era uma imensa multidão! 11Então ele me disse: “Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. É isto que eles dizem: ‘Nossos ossos estão secos, nossa esperança acabou, estamos perdidos! ’ 12Por isso, profetiza e dize-lhes: Assim fala o Senhor Deus: Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e conduzir-vos para a terra de Israel; 13e quando eu abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor. 14Porei em vós o meu espírito, para que vivais e vos colocarei em vossa terra. Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço – oráculo do Senhor”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 107,2-9 (R: 1)

 

- Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!


- Que o digam os libertos do Senhor, que da mão dos opressores os salvou e de todas as nações os reuniu, do Oriente, Ocidente, Norte e Sul.

R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!


- Uns vagavam, no deserto, extraviados, sem acharem o caminho da cidade. Sofriam fome e também sofriam sede, e sua vida ia aos poucos definhando.

R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!


- Mas gritaram ao Senhor na aflição, e ele os libertou daquela angústia. Pelo caminho bem seguro os conduziu para chegarem à cidade onde morar.

R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!


- Agradeçam ao Senhor por seu amor e por suas maravilhas entre os homens! Deu de beber aos que sofriam tanta sede e os famintos saciou com muitos bens!

R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- Fazei-me conhecer vossa estrada, vossa verdade me oriente e me conduza! (Sl 24,4).

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 22,34-40

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus

- Glória a vós, Senhor!   

 

- Naquele tempo, 34os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, 35e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: 36“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei? ”
37Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento! ’ 38Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. 40Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

  

 

Liturgia comentada

Amar a Deus... (Mt 22,34-40_

Neste Evangelho, nós somos colocados diante do grande mandamento: o preceito do amor, que institui uma hierarquia entre todos os afetos e, uma vez estabelecida a ordem – com Deus em primeiro lugar - torna-se possível sufocar o amor de si mesmo, o egoísmo mortal e assassino.

 

São Basílio Magno, monge e bispo, comenta este tema em sua obra “Regras Monásticas”:

 

“O amor de Deus não se ensina. Ninguém nos ensinou a fruir da luz, nem a colocar a vida acima de tudo. Igualmente, ninguém nos ensinou a amar aqueles que nos puseram neste mundo ou nos educaram. Da mesma maneira, ou até com maior razão, não é um ensino exterior que nos ensina a amar a Deus. Na própria natureza do homem encontra-se inserido como um germe que contém o princípio desta aptidão a amar. É na escola dos mandamentos de Deus que se pode recolher este germe, cultivá-lo com zelo, alimentá-lo com cuidado e levá-lo à sua expansão, com a graça de Deus.

 

Quando recebemos de Deus o mandamento do amor, nós já possuímos a faculdade natural de amar; nós já buscamos aquilo que é belo. Ora, que há de mais admirável que a beleza divina? E que desejo é tão ardente quanto a sede provocada por Deus na alma purificada de todo vício e que clama com sincera emoção: “O amor me feriu”? (Ct 2,5)

 

Inefáveis e indescritíveis são os raios da beleza divina! A língua é impotente para falar disso, os ouvidos não o podem ouvir! O brilho da estrela da manhã, a claridade da lua, a luz do sol: tudo isso é indigno de representar sua glória; e tudo isso, em relação à verdadeira luz, está mais afastado que a noite mais profunda do meio-dia mais puro.

 

Não amar a Deus é, para a alma, o maior das privações, o maior de todos os males. Se a afeição das crianças por seus pais é um sentimento natural, não permaneçamos diante de Deus que nos criou como estranhos sem amor. Se a afeição e a amizade nascem espontaneamente em nós por aqueles que nos fazem bem, com maior razão há de ser para com Deus, cujos benefícios para nós são tão abundantes que seu número nos escapa, e tão grandes que um só dentre eles basta para nos tornar eternamente reconhecidos.

 

Quando eu repasso todos esses benefícios em minha memória, sou tomado de terrível ansiedade, temendo que, em consequência de minha insatisfação e de minha ocupação com vaidades, eu ainda venha a trair o amor de Deus.”

 

Este é o grande drama da humanidade: a possibilidade de responder ao Amor com indiferença ou traição. Este é o grande lamento dos apaixonados por Deus, como Francisco clamava a palmilhar as ruas de Assis: “O Amor não é amado...”

 

Orai sem cessar: “Acaso vistes o amado de minha alma?” (Ct 3,3)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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