Liturgia de 31 de maio de 2022

TERÇA FEIRA - VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

(branco, glória, pref. De Maria- ofício da festa)

 

Antífona da entrada 

- Vinde e escutai todos os que temeis a Deus, e eu vos direi tudo o que o Senhor fez por mim (Sl 65,16).

 

Oração do dia 

- Ó Deus todo-poderoso, que inspirastes a virgem Maria sua visita a Isabel, levando no seio o vosso Filho, fazei-nos dóceis ao Espírito Santo, para cantar com ela o vosso louvor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Sf 3,14-18

- Leitura da profecia de Sofonias: 14Canta de alegria, cidade de Sião; rejubila, povo de Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém! 15O Senhor revogou a sentença contra ti, afastou teus inimigos; o rei de Israel é o Senhor, ele está no meio de ti, nunca mais temerás o mal. 16Naquele dia, se dirá a Jerusalém: “Não temas, Sião, não te deixes levar pelo desânimo! 17O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, o valente guerreiro que te salva; ele exultará de alegria por ti, movido pelo amor; exultará por ti, entre louvores, 18como nos dias de festa. Afastarei de ti a desgraça, para que nunca mais te cause humilhação”.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

 

Salmo Responsorial: Sl (Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R:6b)

 

- O Santo de Israel é grande entre vós.
R: O Santo de Israel é grande entre vós.


- Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis do manancial da salvação.

R: O Santo de Israel é grande entre vós.


- E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu Santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime”.

R: O Santo de Israel é grande entre vós.


- Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”

R: O Santo de Israel é grande entre vós.

 

Aclamação ao santo Evangelho

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

- És feliz porque crestes, Maria, pois em ti a palavra de Deus vai cumprir-se, conforme ele disse (Lc 1,45)

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 1,39-56

 

- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas

- Glória a vós, Senhor!  

 

- 39Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judeia. 40Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. 41Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42Com um grande grito exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre!” 43Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? 44Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. 45Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu”. 46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

Liturgia comentada

Magnificat! (Lc 1,39-56)

Ao celebrar a festa da Visitação – quando a Virgem Maria, já grávida de Jesus, sobe às montanhas de Judá até Isabel, sua parenta, grávida de João Batista -, a Igreja entoa com Maria um hino de gratidão e de louvor a Deus.

 

O verbo latino “magnificare” [traduzindo o grego original “megalúno”], que inicia o hino de louvor na voz da Mãe de Deus, expressa uma reação diante de algo grandioso, magnífico, fora de medida. No fundo do grito, um sentimento de gratidão por parte de quem foi agraciado além do próprio mérito, como na humilde pergunta de Isabel: “A que devo eu?! Que foi que eu fiz para merecer a visita da mãe do meu Senhor?!”

 

Nada impróprio que a Igreja celebre uma visita. Toda a primeira Aliança está marcada pelas visitas de Deus a seu povo. Entre os visitados, Abrão (Gn 12 e 18), Moisés (Ex 3), Samuel (1Sm 3) e tantos outros. E a maior de todas as visitas foi a vinda de Jesus, que “saiu do Pai” e assumiu a carne dos mortais, fincando a sua tenda (cf. Jo 1,14) no meio de nós.

 

Jesus é o Visitante definitivo. Veio para ficar: “Estarei sempre convosco até o fim dos tempos” (Mt 28,20). A certeza desta presença na Igreja e no mundo é o remédio para a solidão da humanidade.

 

E tão intenso é o impulso dessa visitação, que Jesus não espera seu nascimento para fazer a primeira visita: ainda na vida pré-natal, ele vai com Maria até Isabel, que traz no seio o precursor do Messias, João Batista. Cheia do Espírito Santo, portadora de Cristo, a simples saudação de Maria (cf. Lc 1,44) transmite a alegria do Espírito Santo para Isabel e seu filho.

 

O teólogo Wolfgang Beinert fala sobre os sentimentos que extravasam do cântico do Magnificat: “O cântico de Maria mostra também algo do ordenamento da nova aliança que se exprime e se realiza em suas palavras. A reação do homem à extraordinária ação salvífica de Deus é a gratidão com que o próprio homem se põe na linha da ação divina e adere ao Senhor. Tal atitude de gratidão logo se transforma em sentimento de humildade”.

 

Quando o dom é grande demais, o agraciado se humilha, por isso Maria canta como serva, não como rainha. “Diante da grandeza de Deus e de sua misericórdia - prossegue Beinert -, o beneficiado só pode sentir-se um servo indigno, um pobre que deixou atrás de si a tentação dos ricos e poderosos”, exatamente aqueles que o Senhor deixa de mãos vazias (Lc 1,53).

 

Orai sem cessar: “Eis aqui a escrava do Senhor!” (Lc 1,38)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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