QUARTA FEIRA DA III SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento I - ofício do dia)
Antífona da entrada
- O Senhor vai chegar, não tardará: há de iluminar o que as trevas ocultam e se manifestará a todos os povos (Hab.2,3; 1Cor 4,5)
Oração do Dia
- Concedei nos ó Deus, onipotente, que as próximas festas do vosso Filho nos sejam remédio nesta vida e prêmio na vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
1ª Leitura: Is 45,6b-8.18.21b-25
- Leitura do livro profeta Isaías 6Eu sou o Senhor, não há outro, 7eu formei a luz e criei as trevas, crio o bem-estar e as condições de mal-estar: sou o Senhor que faço todas estas coisas. 8Céus, deixai cair orvalho das alturas,
e que as nuvens façam chover justiça; abra-se a terra e germine a salvação;
brote igualmente a justiça: eu, o Senhor, a criei.' 18Isto diz o Senhor que criou os céus, o próprio Deus que fez a terra, a conformou e consolidou; não a criou para ficar vazia, formou-a para ser habitada: 'Sou eu o Senhor, e não há outro.
21bQuem vos fez ouvir os fatos passados e soube predizê-los desde então?
Acaso não sou eu o Senhor? E não há deus além de mim. Não há um Deus justo, e que salve, a não ser eu. 22Povos de todos os confins da terra, voltai-vos para mim e sereis salvos, eu sou Deus e não há outro. 23Juro por mim mesmo: de minha boca sai o que é justo, a palavra que não volta atrás; todo joelho há de dobrar-se para mim, por mim há de jurar toda língua, 24dizendo: Somente no Senhor residem justiça e força'. Comparecerão perante ele, envergonhados, todos os que lhe resistem; 25no Senhor será justificada e glorificada toda a descendência de Israel.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl. 85, 9ab-10. 11-12. 13-14 (R: Is 45,8)
- Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o Justo esperado!
R: Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o Justo esperado!
- Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra.
R: Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o Justo esperado!
- A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus.
R: Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o Justo esperado!
- O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.
R: Que os céus lá do alto derramem o orvalho, que chova das nuvens o Justo esperado!
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
- Tu que trazes boa nova a Sião, levanta tua voz e anuncia: eis que vem o Senhor Deus com poderio! (Is 40,9s).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 7,19-23
- O Senhor esteja convosco.
- Ele está no meio de nós.
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
- Glória a vós, Senhor!
- Naquele tempo: João convocou dois de seus discípulos, 19e mandou-os perguntar ao Senhor: 'És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?' 20Eles foram ter com Jesus, e disseram: 'João Batista nos mandou a ti para perguntar: `És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?'' 21Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. 22Então, Jesus lhes respondeu: 'Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a Boa Nova é anunciada aos pobres. 23E feliz é aquele que não se escandaliza por causa de mim!'
- Palavra da salvação.
- Glória a vós, Senhor!
Liturgia comentada
Ou devemos esperar por outro? (Lc 7,19-23)
Foram séculos de espera. O Senhor Yahweh prometera enviar o seu Ungido, que nos libertaria e nossos grilhões e mostraria o caminho para o Pai. Nos sonhos dos patriarcas e nos oráculos dos profetas, a figura do Messias Salvador se repetira ao longo de tantas gerações!
Como seria ele? Talvez como o arco-íris no céu azul de Noé... Talvez como o Isaac obediente que se abandonara a Abraão... Talvez como o justo José, vendido pelos irmãos... Talvez o “filho do homem” entrevisto por Daniel... Talvez o “anjo da aliança” prometido por Malaquias... Certamente o Servo sofredor de Isaías...
Agora, os tempos estão maduros. O Batizador garantiu que o Messias estava ao alcance de todos. O reino de Deus estava próximo. E é ele-mesmo, o Batista, quem envia seus discípulos, pedagogicamente, com aquela pergunta reveladora: “És tu mesmo o que devia vir? Ou devemos esperar por outro?”
Como é atual esta pergunta! Jesus já veio, morreu por nós e ressuscitou. Em sua vida pública, cumpriu os “sinais” anunciados pela Primeira Aliança. Ligou de novo o céu e a terra, como o arco-íris após o dilúvio universal. Deixou-se atar para o sacrifício, como Isaac. Foi vendido pelos homens, cuja carne assumira. E durante sua vida pública, curou os enfermos, libertou os possessos, limpou os leprosos, abriu o ouvido aos surdos e devolveu a visão aos cegos.
Ainda assim, há quem espere por outro... Esperam por outros sinais, por novos profetas, pelo Maitreya da Nova Era e pelo primeiro anticristo de plantão. Consideram Cristo ultrapassado, um anti-herói fracassado, incapaz de lhes dar a esperada “salvação”. Esperam por um líder vitorioso, que a todos conceda o Reino deste mundo, o reino de César, de preferência em moeda sonante ou sob a forma de prazeres sem dores, progresso sem esforço, paz sem cruz, com o máximo de conforto e comodidade...
E nós? Ainda esperamos por outro salvador? Ou nos basta a Vítima do Calvário, que nos deu o sangue até a última gota, mostrando que o amor se sacrifica para que os amados tenham a Vida?
É Jesus quem nos faz a oferta registrada no Apocalipse: “A quem tem sede, eu darei gratuitamente a beber da fonte da água viva.” (Ap 21,6b.)
A quem seguiremos?
Orai sem cessar: “Achamos o Messias!” (Jo 1,41)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança
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