Liturgia de 02 de novembro 2021

TERÇA FEIRA - COMEMORAÇÃO DOS FINADOS
(roxo ou preto, pref. dos mortos - ofício próprio)

 

Antífona da entrada

- Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno e brilhe para eles a vossa luz (4Esd 2,34).

 

Oração do dia 

- Ó Deus, glória dos fiéis e vida dos justos, que nos remistes pela morte e ressurreição do vosso Filho, concedei aos nossos irmãos e irmãs que, tendo professado o mistério da nossa ressurreição, mereçam alegrar-se na eterna felicidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

 

1ª Leitura: Is 25, 6-9

- Leitura do livro do profeta Isaías - Naqueles dias, 6O Senhor dos exércitos preparou para todos os povos, nesse monte, um banquete de carnes gordas e medulosas, com vinhos velhos purificados. 7Nesse monte tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre todas as nações, 8e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu povo, porque o Senhor o disse. 9Naquele dia dirão: Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Congratulemo-nos, rejubilemo-nos por seu socorro,

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Salmo Responsorial: Sl 23,1-3.4.5.6 (R: 1)

 

- O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.


- O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

 

- Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha,

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

 

- E restaura as minhas forças. Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.


- Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.


- Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.


- Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.

R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.

 

2ª Leitura: Rm 6, 3-9


- Leitura da carta de são Paulo aos Romanos - 3Acaso ignorais que todos nós, batizados no Cristo Jesus, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo fomos sepultados com ele em sua morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos uma vida nova. 5Pois, se fomos, de certo modo, identificados a ele por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. 6Sabemos que o nosso homem velho foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo sujeito ao pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Pois aquele que morreu está livre do pecado. 8E, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que

Cristo, ressuscitado dos mortos, não morre mais. A morte não tem mais poder sobre ele.

 

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus.

 

Aclamação ao santo Evangelho.

Aleluia, aleluia, aleluia.

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

 - Benditos do Pai, apossai-vos do Reino que foi preparado bem desde o começo! (Mt 25,34)

 

Aleluia, aleluia, aleluia.

 

Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 17, 24-26


- O Senhor esteja convosco.

- Ele está no meio de nós.

 

- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.

- Glória a vós, Senhor!

 

- 24Pai, quero que estejam comigo aqueles que me deste, para que contemplem a minha glória, a glória que tu me deste, porque me amaste antes da criação do mundo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes conheceram que tu me enviaste. 26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o farei conhecer ainda, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.

 

- Palavra da salvação.

- Glória a vós, Senhor!

 

 

 

 

 

Liturgia comentada

Quero que estejam comigo... (Jo 17,24-26)

No fecho de sua “oração sacerdotal”, logo antes da Paixão, Jesus se dirige ao Pai e manifesta uma “vontade” sua: “Quero que estejam comigo, lá onde eu estou, aqueles que me deste”. Nas palavras de André Scrima, “o Senhor chegou ao fim de sua oração e a eternidade se abre diante dele. O ‘presente’ eterno de Deus está diante de Jesus... e esse ‘presente’ eterno se abre a todos que creem nele: ‘aqueles que me deste’. Em outros termos, todos aqueles que irão entrar em unidade com ele, aqueles que Jesus possui e são inteiramente para ele”.

A semente divina que Jesus semeia com sua morte e ressurreição permanece viva, pronta a germinar, mesmo quando está coberta pelo entulho de nosso pecado. Assim, a esperança cristã na vida eterna – esperança que deve bastar para nos consolar da separação provisória de nossos entes queridos – faz uma aposta na brotação definitiva da semente, que é o próprio Jesus.

Quando Jesus reza pela unidade dos “seus”, é evidente que não se trata de uma unidade restrita ao tempo, à história dos homens. A “unidade” dos fiéis projeta-os além das barreiras temporais e torna-se, desde já, o signo da comunhão definitiva nesse “meio” vital que chamamos de “eternidade”. A vida que Jesus nos oferece seria mera ilusão, se ela se resumisse às barreiras do tempo.

Como observa o teólogo Louis Bouyer, “a unidade dos discípulos se operará por seu transporte para o seio da unidade do Pai e do Filho. Este transporte de amor se cumprirá porque o Pai está no Filho, e o Filho estará nos seus, associando-os à Glória divina que ele recebeu do Pai”.

É uma pena que os batizados não mantenham acesa em seu espírito a consciência do efeito maior de seu batismo: a imersão na vida divina, participando desde já, ainda que em processo, de um dinamismo que a morte não pode destruir. É desta certeza que decorre nossa fé na “comunhão dos santos”, pois a vida de Deus, em nós injetada, é a nossa garantia de eternidade.

Para o mundo pagão, tudo acaba com a morte. Depois da morte, o vazio do nada. Por isso mesmo, a vida lhes parece uma tragédia orquestrada por um Destino cruel. Para o cristão, ao contrário, a vida pode ser um drama, mas seu desfecho será sempre a vitória da luz sobre a treva, com a Glória divina envolvendo todos “os seus”. É o que Jesus declarava, ao dizer: “Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim!” (Jo 12,32)

Ao celebrar os fiéis defuntos, a Igreja dirige nosso olhar para um “universo novo, a Jerusalém celeste, onde Deus terá sua morada entre os homens, enxugando toda lágrima de seus olhos, pois não mais haverá morte, nem luto, nem clamor, e nem dor haverá mais”. (CIC 1044)

 

Orai sem cessar:Senhor, tu me restituíste a vida!” (Sl 30,4)

Texto e poema de Antônio Carlos Santini, da Com. Católica Nova Aliança

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